SEGUE-ME?

18 de setembro de 2010

"Tempo... Tarde".



Os dias passam sempre na mesma monotonia,
Tomados por um céu cinzento,
E um ar frio, indiferente à vida.
Da janela do meu quarto, sempre vejo refletido os momentos,
Momentos os quais, em outrora eu vivi sorrindo, encantada.
Hoje estou evadida aqui nesta prisão,
Onde tudo é incerto,
Onde o teto pode desabar a qualquer momento,
E atira facas em meu âmago.
Onde as paredes parecem mover e me comprimir...
A pressão em meu peito é a cada dia mais forte,
Posso sentir o frio da morte,
E a saudade a me sufocar.
Em meus lençóis negros de angústia eu me ancoro,
Sobre um chão sujo de sangue,
Sangue que derramei a cada dia que eu não fui devolvida,
A cada vez que eu esforcei-me em amar,
Sempre me foi tirada uma parte.
Sou doente, em estado terminal
E não encontro mais os sentidos,
Esqueci-me da razão.
Deixo-me seduzir pela escuridão da noite,
Embalo-me aos tons fúnebres nos enterros de meus sonhos...



Talvez, quando tu vieres,
Seja tarde...



E encontres apenas um corpo pálido,
Num canto qualquer.
Já sem poder abrir os olhos,
E sem poder sentir a dor de recordar de ti.
Enquanto eu estive agonizando,
Tu, certamente, estavas abraçado ao teu orgulho, movido pelo escárnio de meu “amor-imperfeito”.



Assim, quando me veres,
Pegue as minhas mãos e olhe-me pela última vez,
Sinta o cheiro do meu sangue.
Dê-me o último Beijo.
Aquele que esperei por tanto tempo em vida,
Aquele que talvez, se tivesse sentido antes,
Não teria sido tarde,
Para viver,
Nem para Amar.



(Naná)



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