SEGUE-ME?

20 de abril de 2012






"Alma sem rosto"



Há tempos transmutei-me em uma "dautônica" de sentimentos.
Há tempos dias não são dias, mas são sinônimos de uma angústia incessante, que sucumbe-me ao labirinto inextricável da explicação.
Há tempos não sei quem sou, é como se eu não tivesse face, mas apenas uma memória envolta à hermeticidade.
O silêncio me dói, me traz o pranto, me faz querer tapar os ouvidos para não ouvi-lo.
Perdi meus horizontes, escondi em baús as minhas fantasias, e despachei pra longe expectativas de cura.
Há tempos fui acometida por uma malícia inocente de quem pensa que sabe o que quer, ou, ao menos o que se é.
Hoje só me resta culpa, desalento, medo... de olhar para o espelho e não encontrar-me comigo mesma, e deparar-me apenas com reflexos de lembranças de outrora, vida que habitou em mim, mas que acabou por perder-se no caminho, deixando apenas lugubridade.

E como dói uma alma sem rosto!


(Naná)




O dia....



O dia que eu aprender a fazer sentido, talvez seja o mesmo dia que eu perca o entusiasmo pelas perquirições que me movem sempre adiante. Nem sempre são as certezas que nos movem, mas a vontade de desvendá-las.


Naná (03/03/2012)







Singularidade...



As pessoas são situacionais, e nenhuma convicção de ser, é a verdade. Eu, por exemplo, já me contentei com as minhas incógnitas, e admito que gosto de ser assim... amo as inquirições, e ando de mãos dadas com a introspecção. Ninguém sabe o que realmente é, mas sabe-se o que quer.
Não me venham com esse papo de que "eu sou bom", ou "eu sou mal", "eu sou isso ou aquilo". Apenas seja, faça diferença, sem se preocupar em quem é. As pessoas são sem perceber, sem se preocupar com o que se é, aos olhos alheios. O que molda os seres é a sua consciência, e consciência não tem cor, não tem forma, não tem tempo.... A consciência é, nada mais que a essência, e essência não tem hora marcada, não tem estereótipos... a essência reflete nos atos, advém dos sentimentos... e sentir é algo singular, assim como o que somos e devemos ser, criaturas renovadas, abertas às diferenças, e dispersas dos paradigmas.


 Naná (19/03/2012)