SEGUE-ME?

29 de novembro de 2010

Órfã de Âmago


Às vezes sinto-me órfã de minha própria alma.
Sinto-me sem sentido, à esmo.
Pensei muitas vezes que a tristeza estancaria, mas a tetricidade parece intrínseca, com uma raiz infindável, e eu não consigo alcançar a esperança, por mais que eu tente. Ela é tão alta, e eu estou no subsolo.
Tantas coisas me bloqueiam de mim mesma, tanto medo de viver sempre assim.
Sinto-me pecar quando desejo partir para sempre, mas a “Angst” é persistente, e enclausura-me nesta masmorra.
Vejo tudo tão ilusório. Creio que a alegria é mais efêmera do que eu pensava. Resquícios de sonhos, partidos, pisoteados na calçada do meu âmago, com rastros de sangue em meu coração.
Tento escrever algo fosforescente, majestático, mas é como se eu escrevesse sobre o que não sei. É tão doloroso relembrar de outrora, e ver que tudo se esvaiu. Por vezes penso que não gostaria de ter memórias. Seguiria adiante sem acumular dores, sem sentir saudades.
Tantos poemas, versos, textos, músicas, infinitas palavras que descrevem a tal felicidade. Dizem que ela é um eterno caminho, e que não devemos parar para alcançá-la.
Lamentável eu tornar-me essa criatura amarga, e cética. Creio que ainda não vivi o bastante, mas o bastante para me entristecer e deixar enraizar essa consciência inquiritória e grotesca.
Meus pensamentos demasiados evadem-me de todos. Inclusive de mim mesma.
Temo gritar, tenho medo de equivocar-me. E sei também que a única pessoa responsável por controlar as minhas dores sou eu mesma. Ninguém deve saber nem sequer que eu tenho dor.
Não sei mais quanto tempo eu tenho, O fato é que nunca sabemos. Também não entendo do tempo.
Apenas espero que esse tempo passe logo. A cada dia eu me apunhalo pelas costas. A cada dia me tranco mais nesse quarto escuro, com medo de viver e enfrentar essa dor.
Eu só preciso amainar meu coração. Ele é um maníaco suicida. Vai levando consigo minhas expectativas, e deixando meu olhar tão triste e apagado, e meu corpo com uma vontade de estender-se, meus ouvidos ensurdecerem, ao ponto de não deixar-me sentir o ar, sufocando-me, e a cada vez mais sinto-me impotente nessa relutância...

Não queria ser assim.
Mas as circunstâncias fizeram-me ter essa consciência tão triste, e por vezes, oposta á lucidez.




[Naná]

25 de novembro de 2010

World of words


É sempre quando o dia se esvai, deixando a sombra da noite..
Quando meus fantasmas interiores me acordam para escrever...
Descrever, transcrever... transcender... ascender... acender...
Tentei evadir-me de sentir... de pensar... inquirir... decidir... sucumbir...
Mas fórmula não há, para estancar o meu pensar, ou calar a minha voz!
O meu tempo é fugaz, e não há em mim, nada mais,
Do que um “eu inconstante”.
Não consigo compreender, porque fui escolhida dentre tantos, nessa vida...
O meu âmago é gritante!
Angustio-me... relevo... acalmo-me... entrego.
Os meus fantasmas cantam canções em meus ouvidos, e não permitem, desvelar-me os sentidos.
Então visto-me do cruel.
Então nomeiam-me insana.
Ensaio de um sonho no papel,
Um texto que alguém declama.
Os interlocutores: o tempo e a pressa,
Equilíbrio e falsas promessas.
Juras frívolas e desconexas.
Como eximir-me de avistar,
O de angústias, grandioso mar?
Hoje escrevo palavras “a sós”...
Para tantos, palavras vãs
Carregadas de afãs...
Enleada entre “nós”.
Enquanto esse ciclo existir
Até quando eu suportar viver,
Deixo aqui palavras...
Meras palavras à toa.
Recordações de um tempo que vôa.
Vôa e nos deixa para trás,
Memórias,
Lembranças cansadas.
Entrelinhas de uma vida,
Em outrora habitada
Por um coração impudico,
Que sempre guardava tudo,
E sempre guardava nada.




Transmutando a expressão: "Inspiração do dia"... para
Inspiração Notivaga.


[Naná]

20 de novembro de 2010

Equação falível


Refleti por muito tempo, se não por todo o tempo.
Tive certa dificuldade em assimilar certos sentidos, propósitos ou caminhos a prosseguir. Tantos e confusos, e descaminhos.
Por vezes sinto-me estranha a mim mesma, evadida por quem eu realmente deva ser. Mas devo ser esse misto de dúvida, eternamente tentada á inquirições.
Dispensada de uma vida desprovida de sossego, os pensamentos coagem-me em quaisquer circunstâncias, mesmo que estas sejam notavelmente dispensáveis.
Esse frisson intangível e incessante me sucumbe e põe-me à prova.
Transmutar caminhos não é a raiz da causa. É algo intrínseco e bem mais profundo.
É um choque entre a consciência e a busca da razão dos atos.
Não há ausência de sentidos como ás vezes cheguei a postar uma pré-conclusão. Na verdade é a carência de algo por qual eu caminho e sempre caminhei.
É como se “ser completa” seja um fim.
O inumano perpetuado na essência faz-me retroceder os pensamentos, aliando as experiências de outrora às improváveis e errôneas páginas do presente.
À despeito de meu lenitivo provir do que, tão impudicamente deponho sobre o papel, os meus “porquês” são indômitos. Destarte, eles são insolúveis enquanto houver o eterno pensar.
A penumbra atinge-me durante os trechos que escrevo, os quais nas entrelinhas, nem são tão eloqüentes e concisos, mas tenho consciência de minha ínfima existência comparado a tudo o que sinto.
É a falibilidade que torna-nos ínfimos.
A imperfeição incita-nos à nos conhecermos e passearmos pelos labirintos do cerne, e nos vermos confusos diante do alheio.
Esse afã é perene.


[Minha inspiração de hoje....]


Naná

17 de novembro de 2010

Um "Sem-Par"



Eu já descobri tantas vezes não ser um “par”.
Sempre me vi ímpar.
Ainda me vejo evadida de um mundo o qual não pertenço.
Almejo o inexistente.
Cogito o improvável.
Insisto em tornar-me par.
Mas as ondas separam as superfícies.
Logo não avisto o intangível,
Mas as marcas sempre ficam...
Rebeldia do meu ego.
Sintonizo outra estação.
Mas ouço sempre só... a música... a trilha sonora do meu coração.
Ingrato, insano, inconseqüente!
Minhas asas me fazem fugir
Essa fuga faz-me evadir.
De tu, onde provém esse brilho.
Por fim das contas
Eu prefiro a noite.
Noite sombria e fria,
Mas sem essa luz e esse calor.
Alusão do meu ego.
Ao solilóquio mais uma vez eu me entrego.




(Naná)

16 de novembro de 2010

Asas


Não sei o sentido de às vezes estar sem sentido.
Tampouco descobri o quão confuso é não saber o que sentir.
Penso tanto que por vezes cego-me, ensurdeço-me... Perco-me no pensar.
Tais pensamentos me pesam, tantas reflexões e introspecções aturdem-me.
Refugio-me na evasão. Menosprezo os clichês, os modismos.
Repugno contra as desordens ao meu entorno, mas envolvo-me em demasia em causas.
Minha cura é improvável.
Sou inconstante, imprevisível... Alguns me chamam de insana.
Não consigo ser outra.
Sou eu mesma, sem máscaras. Impudica, intempestiva ou introspectiva.
Perca de tempo julgar-me, ou decifrar-me.
Eu sou eu.
Vôo com o vento que emana em meu “eu”.
Não tenho medo do escuro. Geralmente levo meus anseios a passearem à noite.
Talvez tenha receios da clareza do dia. Não sei por quê...
Aliás, eu não sei nada.
Sou um verso sem rima,
Com sentimentos disformes,
Ou conceitos malucos.
Não gosto de promessas ou juras.
Acho que nasci pra ser livre.
Não gosto de regras, tantas, e muitas dispensáveis.
Quero ser livre e estar livre dentro de mim.
Se me censurarem eu finjo que não ouvi,
Se me atingirem eu continuo olhando,
Se me entristecerem pode ser que eu abrace a tristeza ou saia caminhando sem dar atenção.
Se eu me alegrar, não me importo se me fizerem cessar.
O mundo é muito tolo. Para mim.
Cultivo o que penso, o que sinto, não o que dizem.
Minhas asas me regem.
Sigo os ventos da minha intuição...




(Naná)

12 de novembro de 2010

Meu Hermetismo


Hoje estou indiferente a mim mesma. A falta de sentido ecoou em meus ouvidos. Um silêncio envolveu-me, e estou perdida, sem saber sequer onde estou, ou para onde devo prosseguir.
Incógnitas, inúmeras inquirições aturdem-me.
Grito calada.
Ouço meus sentimentos, herméticos. Poço fundo e estreito esse meu sentir...
Arriscado tentar compreender... Pode-se voltar mais confuso de que quando se entrou.
Nunca descubro nada, vivo em meio às perguntas, e assim desvelo-me a cada dia com mais uma inquirição... Ser feliz é contraditório.
Amar de verdade torna-nos insanos... Pois o amor verdadeiro não pertence ao Senso Comum... O comum é ser superficial...
Transmutei-me em uma insana, em busca do concreto, mas improvável... Contraditório, não é mesmo???
Tudo bem se todos ao meu redor deixarem-me pelo caminho. Vivo abraçada à ausência, de mãos dadas à evasão.
Minhas asas estão longínquas do sensato. Vivo em um mundo de pensamentos contumazes e sentimentos fugidios, certezas desvanecidas...
Não nasci para concordar com princípios equivalentes. Eu escrevo o que sinto, o que penso, o que reflito, em minha incessante introspecção.
Incomodo. Sim, eu bem sei.
Afasto quem eu gosto.
Almejo o que não devo alcançar, o que é improvável.
Fujo das regras.
Quebro sempre a Lógica.
Transpasso a coerência.
Oculto-me da Razão.
Sou às avessas.
Sinto o indizível.
Não sintetizo o que expresso.
Missão inexeqüível compreender-me.
Não sou “eu” se for concisa.
Dispo-me de mim, ao tentar ser circunspecta, prudente ou com uma visão delegada ao tangível.
Sou assim sem ser.
Vivo assim sem saber sentidos.
Sou apenas uma portadora de um ego desconexo. Adepta à um certo ceticismo.
Intrínsecamente enleada à discrepâncias.
Disparidade entre meus próprios interlocutores.
Um eterno Solilóquio.


Não faz sentido o que escrevo, mas o sinto.


(By Naná) ... Hoje a lugubridade visitou-me...
Mais uma vez!

Quociente Indizível


Eu não sei por que insisto em ser assim, em sentir certos sentimentos, ou até mesmo perder os sentidos às vezes.
Já descobri um Universo o qual pretendi exilar-me. Mas esse Universo me envolve, e acabo regressando.
Eu sei que sou ínfima. Na verdade invisível, e que tudo é tão imenso, e que não importa quem sou eu, mas algo me impulsiona a querer ser além.
São coisas tão simples, mas tão incríveis ao mesmo tempo, que me motivam a sorrir, ou a acreditar que ainda há fé e compreensão.
No entanto, são raras exceções, e ainda, inalcançáveis. Tão inalcançáveis que eu sinto-me frustrada por ao menos cogitá-las.
Não sei se é fraqueza, se é medo. Mas na verdade, minha acepção é que não posso integrar-me em um contexto onde tornaria incongruente persistir.
Eu sempre quero o improvável, eu sinto o que não devo, espero em vão.
Perco meu tempo com o certo, mas que acaba por tornar-se errado.
É como se eu pudesse avistar um mar de águas cristalinas, tão imenso, mas não soubesse nadar e me afogasse. Ou um pássaro que ainda não sabe voar. Mas nestes dois casos ainda há chance para aprender.
No meu caso, creio que nem o tempo transmuta o real.
Estou desolada porque não aprendi a fugir dos sentimentos.
Quanta ambigüidade me aturde!
Hoje avistei o céu e o inferno dentro de mim.
E nunca me desvendo.
Apenas descubro com o tempo, que a cada dia mais me afasto de saber quem sou.
Tenho medo de descobrir. E esse medo faz-me evadir...
Por que essa mania estúpida do meu “eu” deparar-se com o adorável?
Um adorável tão perfeito, que me paralisa, me deixa estupefata.
Diante disso, sinto-me frágil, incapaz e mais distante ainda do que busco...
Eu me perco em mais inquirições, quocientes... divisores de águas, de pensamentos...
Onde estou?
Já sei onde me perdi. Regresso ou morro? Se regressar, ainda assim terei de sustentar um tom fúnebre por afastar-me.
Como sustentar algo, se não posso eximir-me do que vejo em meu cerne? Arrancando o que me faz viver. Cegando-me os olhos? Ainda assim posso ver.
Tapando meus ouvidos? Eu não ouço o que é externo. Ouço o que sinto, logo, arranca-me o coração!
Mas não me implore nenhum sentido, sequer nenhuma eloqüência.
Eu vivi até onde achei que poderia prosseguir. Não até onde gostaria. Tive medo de arriscar, pois achei que seria insensato adentrar-me onde eu seria apenas mais “alguém”.
Se não for possível arrancar meu coração, então apaga os sentidos. Deixa-o batendo, mas não permite que ele ancore-se em um mar revolto.
Não posso sustentar mais contraditoriedades.
Dá-me paz.
Ou diga-me: Estou contigo!


(Naná)

6 de novembro de 2010

Era uma vez um Monstro...



A mesma música, só que agora em ares diferentes, mas os mesmos sentidos. Contraditórios como sempre.
O monstro não escreve há tempos... 
Não dá sinal de vida...
Sempre fora uma incógnita que enlevou-me para dentro de mim mesma.
Hoje entendo o porquê do "monstro"... Porque é tudo um pesadelo.
Minha insanidade afigurava-se a cada vez mais. Fiquei cega. 
Ainda sou acometida por memórias indeléveis. Ainda bem que memórias são intangíveis.
Ainda bem que decidi fugir desse mundo. Senão estaria perdida, ou, jamais me encontraria. 
Não me perdi, nem me encontrei. Apenas sou a mesma. Um nada.
Com um semblante mais lívido, e um coração mais gélido. O tempo esfriou-me.
Esse mundo é muito grande e tão pequeno ao mesmo tempo.
Onde está o monstro, que habita no meu "eu" espectral?
Fugiu para as montanhas, ou singrou no mar bravio em busca de mais vítimas?
Predador invisível que coage-me e coloca-me diante de mim mesma no espelho e quer me fazer pensar.
Pensar? Não! Tornar-me mais insana.
O monstro foi-se!
Para um lugar longínquo.
Ele não está mais aqui.
Apenas há a música que expressa o que quero ouvir do meu ego.

Não há monstro oculto,
Nem foragido.
Apenas uma alusão do cerne. Já cansado de descrever contos ou decodificar entrelinhas.
Vou matando aos poucos os pensamentos sombrios que me evadem, dando espaço à mais inquirições.
Escusei-me de trespassar a razão, inexistente.
Sempre haverão resquícios, e passos, e erros...
E interlocutores de Insanidades.




(Naná)

Meu “Eu” Espectral - (By My Insanity)





Hoje não abri a janela do meu quarto
Hoje não abri meu coração.
Na realidade hoje acordei não querendo abrir os olhos.
Essa angústia que me coage, tranca meus sentimentos e quer cessar meus pensamentos.
Queria expulsar todos os meus “eus” contraditórios para fora...
Mas eles insistem em me perturbar. Sempre acabo sendo cruel, de uma forma ou de outra.
O espaço aqui dentro é sempre conflitante... Proíbe que eu seja liberta dessa masmorra psíquica.
Eu nunca sei quanto tempo ainda resta-me.
Pode ser que meu esforço seja tardio, mas ele é constante...
A cada dia tomo minha dose de Ceticismo.
Quem ousa julgar-me? Ah... Muitos.
Quem tenta compreender-me? Raros... Raríssimos.
Custa-me acreditar que existe outro segundo plano com outros planos. Porque por vezes, nem no agora me cabe em afirmações.
Tudo é tão incerto. Intempestivo. Irritante!
É como se um ar com som lúdico ecoasse em meus ouvidos...
Sou intolerante em demasia.
Não aposto quem vai ganhar ou perder, pois não me interessa!
Há um tempo tornei-me assim... Lamentável.
Vou vagar a esmo, para um lugar ermo.
Ermo de sentir.
Eu odeio sentir.
Na verdade odeio o que reflito.
Odeio tudo o que diz sobre mim.
Por que eu não sou eu.
Eu não tenho a minha vida.
Eu só tenho essa maldita Bipolaridade,
Que me destrói a cada dia.
Os meus pensamentos me consomem, sempre buscando um sentido...
Tolice!!
Não há sentidos!
Não se vive para saber.
Às vezes se vive para encontrar pessoas boas, mas que você nunca será compatível com elas.
Ou se vive para ver quão grande a vontade de sumir.
Contraditório?
Não... Sou Insana mesmo.
Prazer, Senhorita Confusão!
Quer entrar no meu mundo e enlouquecer?
Advirto-te: Labirinto Intangível!


(Naná)