SEGUE-ME?

19 de maio de 2013

Livros, Livres..


Amo o cheiro dos livros.
Amo caminhar de mãos dadas com esses 'mundos'... sentar na praça, no shopping, na cama, na rede, no sofá, ou em qualquer lugar onde eu caiba e possa desfrutar das suas companhias.
Amo estar rodeada deles... é o meu mundo, o que me preenche, o que me conquista... o silêncio dos livros fala mais do que a boca de muita gente.
Quem me conhece sabe que desde bem cedo aprendi a me apaixonar por eles, embora já tenha sido chamada de "ermitoa"...
Quando estou junto deles me perco das horas, e esqueço todo o caos do mundo cético, desequilibrado e superficial, decorrente do movimento quotidiano frenético e barulhento, que me faz querer tapar os ouvidos e me cegar de toda pressa equivocada, dos "deveres forçados", da ausência de percepções, ou das percepções errôneas, ilógicas e insensatas.
No meu canto, desvencilho-me dos decálogos ridicularizados pela consciência coletiva banal, advinda de mentes adeptas ao endeusamento, que destinam-se ao "não pensar", e ligam-se de modo automático aos estereótipos, que burlam a autenticidade do cerne.
Enganam-se aqueles que me acham solitária demais, que deixo-me perder na evasão e que as palavras que escrevo soam lúgubres ou vazias...
É o meu modo de ser, esquisito. Sou um tipo de gente difícil de ser acreditada, de ser amada, e raramente sou compreendida. Mas não nego a minha essência, mesmo que esta seja demasiadamente hermética.
Não, isso não é um "discurso" romanesco, embora seja alvo de mofa, por muitos; é apenas mais um texto.... mais um dos meus textos, "sem -pé -nem -cabeça".



(Naná)
18/04/2013


Invisibilidade


Às vezes, até mesmo eu surto com as minhas paranoias... essa sensação de descaminhos, de não pertencimento à nada, me faz querer tapar os ouvidos; e os horizontes, longínquos, não trespassam uma miragem do caos bailante nesse cerne coagido pela ausência de parâmetros. 
Esses silogismos pairam diante dos meus olhos e o torpor tende à me sucumbir, embora a relutância ainda seja superior contra essa hermeticidade desconexa. 
Sempre fui às avessas, sempre me senti só. 
A ideia de alguém realmente me aceitar como sou, não vai além de uma utopia funesta, a qual nem sequer cogito arriscar em crer. 
Prossigo, passos trôpegos, âmago feroz, acometida por um silêncio gritante. 
Quem dera eu ser, uma dessas criaturas alígeras... quem dera eu conseguisse desvencilhar-me desse "peso" de assumir-me como tal. 
Já cheguei a pensar que máscaras devem pesar menos do que o "peso" dos princípios, e das ideias desgovernadas que porto; contudo, ainda que isso pareça escasso, é um resquício da minha dignidade de existir: viver como sou, mesmo que doa, mesmo que seja custoso ou aflitivo, mesmo que seguir só seja um ditame, embora incompreendido, e as entrelinhas existam e ao mesmo tempo sejam tão invisíveis quanto eu.


(Naná)
17/04/2013


"Não-pertencimento"


Quais "armas" ou "subterfúgios" devo usar contra o "não-pertencimento" ao mundo? 
Evasão seria uma boa resposta, mas a mais convencional é fingir, fingir que se vive em sintonia com aquilo que desce "rasgando a garganta", aquilo que se empurra pra não ficar entalado, mas que ainda assim faz mal para o estômago quando desce. E na maioria das vezes você atribui a culpa à si mesmo, pelas suas possíveis escolhas errôneas, por caminhos mal direcionados. 
Mas eu me pergunto se realmente em todas (ou na maioria) das vezes a culpa advém das próprias decisões, ou das submissões que nos são impostas, as quais precisamos engolir para "sobreviver". 
Porque a vida é tão fria, quando penso nos detalhes, porque eu sobrevivo ao caos, fingindo sorrisos que na verdade não alimentam essa força esquisita que porto para prosseguir? 
Seria demasiado orgulho da minha parte ver a liberdade por um ângulo tão complexo, a ponto de me intitularem alienada? 
Oras, já não mais espero reconhecimento alheio, tampouco coleciono expectativas, apenas me repele esse modo grotesco de algumas pessoas que insistem em me "moldar", em me "converter" à um Sistema boçal ao qual não pertenço. 
Seria mesmo esse o mundo em que residem as pessoas que pensam como eu e se indignam como eu, um mundo denominado "fora de órbita"? 
Deveria ser crime interferir nos sonhos das outras pessoas, mas como ainda não existe essa "lei", vou caminhando pela corda-bamba do desprezo e do descrédito de muitos. 
Que me permitam ser o que sou, mesmo que esse "ser" nunca seja importante. Já não me importo mais em ser importante, apenas me importo com a liberdade de viver ao menos, essa vida que possuo, da maneira com que acho digna, mesmo que soe piegas para os outros.


(Naná) 
11/04/2013



"e SE.."



"E se eu sumir por um tempo, ou até me perder dentro dele, alguém há de me resgatar?

E se eu fugir com o vento, navegar na tempestade, alguém de mim se lembrará?..."


(Naná)
04/04/2013

Meus limites são Invisíveis...



"Navegando sobre um mar de falsas promessas, avistando uma imagem distorcida do horizonte, tento ajustar as velas do equilíbrio diante do caos que se faz correnteza, só pra atestar que eu não sou de ferro. Então levanto a cabeça e me preparo para crescer pela dor e mostrar que sobrevivo, e que meus limites são invisíveis."


(Naná)
04/04/2013


"Moralismo Barato"


Me julgam mal pelo cabelo, me julgam pela roupa, pela minha aparência, pelos meus gostos musicais e pelas minhas ideias e conceitos "fora do padrão", me julgam pela aparente rebeldia... mas não aprendem a olhar no seu próprio espelho.
A maior e mais difícil de todas as coisas é aprender que para você ser feliz, você deve se bastar a si mesmo, e não depender da felicidade alheia. 
Meus passos ainda são lentos nessa busca, mas confesso que avancei um nível no desapego; descobri isso porque andam me chamando de insensível. 
Então que continuem me julgando com o moralismo barato, e eu continuo do meu modo vivendo.


(Naná)

02/04/2013



O "Olhar" e a "Mudez"


Hoje me olharam nos olhos e me perguntaram "o que se passa" comigo. Assim, sem palavras, no silêncio.... só me olhando de volta... como quem tenta descobrir o que não faz sentido, pois eu nunca faço sentido... 
E me perguntei porque nunca sei responder muito bem... sempre fui o tipo de pessoa que pensa e sente demais e nunca fui boa em falar, na verdade. A mudez me é inerente, assim como esse sentimento de não pertencimento às coisas, às pessoas... 
A realidade é que busco uma chave que me abra, e ainda não encontrei o caminho que me leva até ela...



(Naná)
01/04/2013


In(Versos)



Asas perdidas, mas que se mostram na escuridão.
Pensamentos encontrados, que deixei ao chão.
Realidade astuta, sempre se mete em confusão.
Um gesto, um beijo, uma cegueira, aflição.
Desejo arguto, sofreguidão.



(Naná)
01/04/2013







Caos


E pergunto-me de onde brota a tal dignidade quando a vaidade e a ambição escorrem por entre os dedos. Julgo fatal essa animosidade que perdura às custas do tempo, devido ao medo desditoso das aparências se mostrarem pálidas e cálidas. 
Calo-me e cego-me diante dos esboços de sonhos, delineados com pincéis sem cores, fantasias de última hora que se perderam na bagagem da inconformidade do caos.



(Naná)
23/03/2013


"Olhar do Lobo"


Os meus olhos desafiam a loucura. 
Desafiam o longínquo, 
Insanidade que perdura. 

Meu olhar não encontra parâmetros e freios. 
Os meus olhos de sentir são vorazes, 
Traiçoeiros. 

Dos meus olhos não escapam sensações, 
E cores, e tons. 
E brilhos, e sons. 

Meu olhar é um mar bravio, 
Prisão livre, 
Vento frio. 

Meu olhar é um equívoco, 
Hermético, 
E por vezes frívolo. 

Trombou-se com o acaso 
Deparou-se com o espanto. 
Debruçou-se pelo encanto. 

Mas meu olhar é um bobo 
Cai fácil na armadilha do lobo, 
Lobo dono de outro olhar.


(Naná)
23/03/2013


Trop(assos)eços...



Acordei procurando estrelas. 
Acordei me perdendo em versos. 
Acordei confusa, eu confesso. 
Revirando na cama 
Lutando contra os meus avessos, 
Evitando no pensar, 
os tropeços. 

(...)


(Naná)
17/03/2013




"Desvario"


Em um desses desvarios inexplicáveis, daqueles em que bloqueiam o sono por uma eternidade, lembrei de quando caminhávamos na ponte de amar e contávamos estrelas no céu, como se o tempo não existisse. Deitávamos sob a escuridão, com as almas tão sorridentes, e os braços encontravam-se na passagem para a completude. 
Brincávamos com a escuridão, e com o vento. 
Bailávamos nos versos de sentir, e nos tocávamos com a transmissão de pensamentos. 
Sorríamos, vivíamos em um universo envolto às cores diferentes que criávamos. 
O amor é mesmo uma espécie de invólucro da tristeza. 
Até mesmo a tristeza torna-se alegre quando ele vive.


(Naná)
17/03/2013