SEGUE-ME?

31 de outubro de 2010

Aqui um coração... "Jaz"...


Pensei que a dor tivesse cessado,
E que a tempestade tivesse amainado.
Mas os ventos sempre retornam...
Até quando serei tola,
A tal ponto de crer no discurso execrável da vida,
De que tudo cessa,
Que se curam as feridas
E em algum momento essa dor estanca?
Até quando?
O ar que eu respiro é frívolo.
O que eu sinto é sujo,
Faz-me mal.
Por que ninguém me tira daqui?
Eu não quero mais ser vítima de mim mesma,
Não quero ser governada por essa consciência
Que me amargura.
Eu quero fugir de tudo,
De todos,
Dessa clausura.
Ir pra bem longe.
Sem memória,
Sem história.
Quero voar ao léu
Esquecer do inferno e do céu
Quero apagar tudo o que escrevi,
Tudo o que foi escrito para mim.
Os meus dias são em vão.
Eu não possuo mais constância.
Esquivei-me de minha volição
Deixei meu coração em cacos, pelo chão.
Para a vida já não ofereço mais o meu perdão.
Prefiro ser cega de tudo à minha volta,
Tantas crises de revolta,
Tantos caminhos sem portas,
Tanta tristeza...
Nada mais me importa.
Quero que os ventos me levem pra longe,
Dissipe meus pensamentos,
Acabe com meu tormento,
Aqui nesse mundo não quero viver mais...
Aqui ...
Um coração 
"Jaz"...


(Naná)

16 de outubro de 2010

"Transcender a Insanidade?"


Apesar do tempo que se esvaiu, e das dores que se passaram, algo sempre me acompanha. Maldita insegurança!
Julguei muitas vezes ser forte o suficiente para combatê-la. Mas o impasse é eterno.
Dentre fases de contentamento, ela é ainda mais explícita. Não costumo ser tão confiante nos fatos, sempre um resquício de dúvida paira pelos ares.
Creio que essa insegurança leva-me à inquirir sobre as coisas, pessoas, sobre mim mesma. Se a segurança fosse plena, não haveria interrogações, mas também não haveria tantas descobertas, como se bastasse a própria convicção.
Acredito que tudo em demasia é nocivo.
Preciso aprender a controlar meus impulsos e desvencilhar-me de atrair os “por quês”.
Confesso que é uma missão hermética, quase inexeqüível. Arrancar o mal pela raiz. E quando se fala em “essência”... é necessário pré-disposição para transmutar a ordem da própria razão.
Às vezes penso que minha passagem não contém algo significativo, já que a vida é tão efêmera e o tempo tão inconstante.
Vivo eu, inconseqüente. Parafraseando meus discursos alheios.
Inconstante insanidade.
Não quero saber quem sou eu. Às vezes temo sabê-lo.
Para onde vou? Não sei. Mas estou caminhando.
Só preciso de ar para respirar longe dessa sociedade da qual odeio ser integrante, nas entrelinhas.
Tudo me sufoca. Consome-me.
Inevitável a repressão quando se pensa demais.
Eu sou insegura do mundo que vivo, insegura do que sinto.
Creio que por outro lado, se eu perder essa insegurança, perco um pouco de mim. E se eu me perder mais pelo caminho, pode ser que eu não mais regresse.

Não entenda o que escrevo. Nada te servirá. Isso é apenas um desabafo.
Linhas frívolas transcritas no meu diário dispensável.


(Naná)


12 de outubro de 2010

"Notivaga por Essência".


É na noite que eu desperto.
No silêncio escuro que eu me mostro.
Na paz de descansar que eu grito.
Sou contraditória... Incomum.
O meu mundo é outro.
Notivaga por essência.
Vivo a inquirir, quando todos não pensam, enquanto repousam suas mentes dos dias que consomem suas forças.
Eu abraço a noite. E a envolvo em meus braços.
Não consigo cessar os pensamentos quando me deito.
Creio que é porque não consigo conviver com essa contemporaneidade desgastante, e descartável.
Os dias são tristes. Sei que as noites também têm muito disso. Mas á noite posso ver estrelas. Eu gosto de olhar para o céu. A poluição não é tão notável. O silêncio é mais predominante.
De dia é correria, estresse. As pessoas não param, pensam e agem sob pressão.
O dia me expulsa para fora de mim.
A noite é longa. E posso ouvir a voz do silêncio, onde meu coração e minha mente chegam a um consenso.
A noite tece seu véu de estrelas, enquanto teço meus pensamentos.
Espectros de memórias. Detalhes minunciosos. 
Na noite revelam-me monstros, ou revelam-me os bons.
Eu me acordo, quando todos dormem.
A Noite é para poucos.
Alguns me chamam de insana. Por ser ás avessas.
Não consigo ser diferente.
Tenho sérios problemas em seguir regras do Senso Comum...


(Naná)

8 de outubro de 2010

Caos do Vazio


Hoje senti-me impotente por tantas coisas.
Nunca fui do tipo de pessoa que denota auto-superioridade, na verdade o oposto.
Hoje eu precisei retornar ao pretérito, para tentar responder algumas inquirições que me aturdem no agora.
Eu senti medo de sentir. Senti medo de enxergar. Eu precisei chorar. Limpar um pouco da tristeza que entrou em meu âmago por uma ausência tão doída.
Se resolvesse, daria minha vida para ver as coisas voltarem ao normal, para unir as pessoas que eu amo. Mas isso não resolveria.
Vivo relutante contra essas crises que sucumbem-me, mas é complicado avistar a realidade, tão debaixo dos meus olhos.
Eu senti um medo tão terrível, que mesmo estática, de olhos fechados, eu sentia frio, e temi cair novamente no precipício soterrador de almas.
Senti-me sozinha, com vontade de entregar-me, desfalecida de lutar contra a força da ausência. Achei-me incapaz de prosseguir.
Toda a cadeia de sentimentos e pensamentos me levavam a crer que o tempo acabou, e as forças se esvaíram.
Parece que nada cala essa dor, nem cessa as lágrimas do meu coração.
Até quando vou viver com isso? Eu acho que não há regresso... mas é muito difícil dar um passo, e ver tudo desintegrar-se. Ver a jóia mais preciosa da sua vida, tornando-se algo longínquo e ofuscar o brilho que era contido em outrora.
Uma casa sem alicerce desmorona. É assim que me sinto. Desorientada e sem base.
Sem ter pra onde correr. Calada e triste. É como se estivesse no topo da dor... e ela me pedisse para pular de vez do precipício.
Não quero ser um peso para ninguém com esse sentimentalismo, por isso ás vezes me evado. Acho que minha presença incomoda.
Só quero um pouco de paz. Eu só quero poder sorrir dentro, por completo.
Eu não posso mais perder. Eu já perdi muito do que tinha. Eu não sou mais forte.
Queria poder acordar e ver que tudo de ruim passou.
Mas vou fechar meus olhos agora, e amanhã, terei que criar resistências, cada vez mais, a cada dia.
Talvez um dia acalme a tempestade.
Talvez eu ainda aprenda a esquecer que dói tanto aqui dentro.

Eu amo vocês. E sinto muita falta de viver o “Felizes para Sempre”.


(Naná)







7 de outubro de 2010

"É preciso Singrar.."


Sempre pensei na calmaria das ondas, no calor intenso do Sol, ou, no sentir a chuva no rosto. São coisas tão simples de se pensar. No entanto, associar aos sentidos quando se está aturdido é um sentir improvável.
Há tempos eu gritava no silêncio, coagida pela tetricidade, debelada por intempéries existenciais. Meu mundo havia transmutado-se em escuro, em frio, em perturbador.
Sequiosa pela paz, mas sem um caminho a trilhar, o qual não se sobressaísse sempre a dor, decidi evadir-me, pois já não acreditava mais em viver, mas sim, eu apenas existia, envolta ao ceticismo, abraçada á melancolia.
É de minha essência sempre questionar... Os sentimentos, as ações... Mas essa inquirição toda sempre voltava-se para mim mesma. Sempre encontrava empecilhos para tornar-me alguém sociável. Os vínculos do pretérito tinham me transmutado em alguém amarga. Desvencilhar das mazelas é uma missão hermética, pois acaba evocando as tristezas, frustrações, e, principalmente o medo do “Novo”.
Quando estamos contagiados pela tristeza, acabamos por nos tornar cômodos com a dor. Tratá-la, custa-nos muito, e quando existe o medo, é sempre mais fácil aderir à postura estática.
Nunca fui adepta ao egocentrismo, por mais que a evasão conote isso. Sempre me doei o máximo que fui capaz, a questão é que a direção foi a direção errada.
Depois de tanto pensar em ser sempre a problemática das ausências, abandonei o navio, desisti de singrar e, talvez, de encontrar algum mar mais pacífico.
Depois do Naufrágio, vi-me na praia, sozinha. Tantas águas ao meu redor, mas nenhuma mataria a minha sede. Talvez quisera eu, morrer sozinha.
Era assim que me sentia no meu quarto escuro, e como tantas vezes mencionei, de cortinas e lençóis negros de angústia, envoltos á letargia do meu cerne. Sentimentos mórbidos traspassavam o ambiente taciturno onde eu transgredia meus valores, e deixava escoar e sumir pelos ares, minha essência.
Nada como um dia após o outro...
Depois de tantos enterros do meu “Eu”, após tantos cânticos fúnebres que roubavam a minha volição em prosseguir, a contraditoriedade surpreendeu-me.
Um acaso muito sério roubou-me.
Confesso que fiquei aturdida, à princípio, como se alguém me tomasse pelo braço e apontasse uma arma em minha cabeça, me dizendo: “Você quer mesmo morrer ?”.
Essa inquietação fez-me mais, uma vez, respirar e repensar os “porquês” de tudo aquilo que minha acepção validava. Morrer? O que é fazer sentido?Qual o por quê do Desamor?
Precisei tomar um choque de dúvidas, reexperimentei o medo, o pânico de voltar a sentir algo que contradizia o que eu, há tempos havia descrito como a maneira de apenas existir sem fazer sentido para algo, ou alguém.
Precisei sair do meu mundo para investigar um outro mundo que me fazia perder o sono. Como pode um amor, adentrar num coração que prega somente a Solidão?
A Solidão era algo crônico, e uma opção de um fim.
Essa contraditoriedade que fez-me reagir, foi um amor que eu nunca havia experimentado. Amor o qual eu jamais pensei existir.
Um amor que queima, mas ao mesmo tempo, que ameniza, que inebria o cerne. Senti um espasmo o qual temi, mas era algo que eu contestava sentir, embora fizesse-me tão bem.
O fato de tentar privar-me desse sentir, me levou ao encontro desse paradoxo, exímio estrategista. Não falo de armadilhas, nem de persuasão. Mas é como se ele me mostrasse o caminho, sem que eu visse, apenas sentindo.
Desde então, acabei por apropriar-me de um novo sentido, levando-me á outro caminho, tão simples, sem coações, sem resquícios de dúvidas de prosseguir.
Indizível esse roubo que devolveu-me.
Aprendi que as tempestades são para mostrar quão vale o Brilho do Sol, ou a necessidade da Chuva, ou mesmo, uma dor para aprender a viver.
Agradeço-te, meu amor, pelo fato de me fazer regressar do tempo.
Quem se prende ao tempo condena-se, e tu me libertou!
É necessário todos os dias reviver, num tempo novo.
O tempo não pára enquanto você afigura-se alguém arrependido. Ele prossegue, e deixa para trás algo que você deve aprender no hoje.
Hoje creio no Amor. Pois eu senti, mesmo sem ver, sem tocar. Apenas senti.
Nem sempre o que é tangível é verdadeiro. Os olhos podem nos enganar, mas o que sentimos, fala por si só.


(Naná)

5 de outubro de 2010

Sentir...


Alguns dizem ser Invisível.
Eu diria “Indizível”.
Outros mencionam Longínquo.
Eu afirmo: “De mãos dadas ao concretismo”.
Sentir não se diz,
Sentir não se mede.
Sentir se Sente!
Não me cabe definir,
Nem calcular distâncias,
Ou somar argumentos,
Apenas sinto!
Sentir está intrínseco
Não se nega o sentimento.
Como pode ser invisível,
Se está comigo à todo momento?
Sentir se vê,
Sentir se ouve...
Ah... Mas quando te vejo, e te ouço...
Tu me fazes sentir mais!
Eu embalo em meus braços esse sentir,
Sorrio e danço,
Amo e me encanto.
Tanto falo de sentir.
Tanto falo de Amar.
O que sinto está comigo,
Eu Te Amo,
E sempre
Irei te amar!!






(Naná)

3 de outubro de 2010

"Cantiga do Encontro"


Onde estava eu...
Perdida no Mar Revolto,
Caminhando em desesperança
Dando passos à esmo,
Consumindo meus sentimentos!
Onde estava eu...
Procurando por um alento.
E num vento impetuoso em um momento,
Eu caí, por vacilar.
Doei-me à amores vãos
E entre as minhas mãos,
Restou-me apenas um coração
Que cansou de bater e sangrar!




Onde estavas tu,
Guardando meus sentimentos,
Portador da minha Paz!
Tu trouxeste a minha voz,
Devolveste o meu olhar!
Tu estavas oculto
Longínquo do meu mundo...
Onde estavas tu,
Ó doce anjo de ternura,
O tempo todo,
Eras tu a minha cura,
E eu tão longe de teus passos.




Hoje enleio-me em teus abraços,
Hoje encontramo-nos um ao outro
E tu preenches os espaços.
E entreguei-me à ti.
Pois tu me amas de certo modo,
Que o amor faz transbordar.
Dê-me as tuas mãos,
Dê-me os teus braços,
Dê-me teu coração
Dê-me teu semblante,
Pois eu farei nesse instante,
Esse sentimento perpetuar!



Eu Te Amo, Meu Amor!!!




(Naná)


2 de outubro de 2010

Singrar....



Essa noite não vou transcrever nenhum texto majestoso... ou contido de tamanha eloqüência.
Notivaga também quebra Paradigmas...

Decidi adormecer sobre os lençóis.
Permiti-me singrar nos pensamentos.
Enlear-me em teus braços.
Voar no Universo etéreo.
Ou talvez...
Afogar-me em teus lábios.

Essa noite permiti ser roubada... Ser devolvida... Ser amada.
Hoje permiti-me amar,

Comungar Sentimentos.

Hoje não há muito que se escrever.
Embora meu âmago esteja transbordante,
Trespasse a ordem da lógica...

Não há muito o que escrever....

Mas..

Há sentimentos demasiados para sentir...
E há muito amor para se amar!!



(Naná)

1 de outubro de 2010

"Recíproco".


Não sei bem, em que momento da minha vida me perdi.
Por tanto tempo que faz, já nem mais ligava em me encontrar.
Achei por indizíveis vezes, que não valeria a pena me preocupar.
Que o tempo passaria...
E eu... Sempre estaria vazia.
Mas ao mesmo tempo, creio que eu não me perdi...
Porque na verdade, eu não vivi...
Duvidei do amor... Duvidei da segurança...
Mas apenas fora um ensaio...
Um ensaio para ver a resistência sobre a dor...
E uma maneira para encontrar um caminho...
Um ensaio pelo qual,
Provei do fogo, que consumiu a minha volição...
Andei descalça sobre as pedras...
E muitas flechas de dor atingiram meu coração.
Minha alma ficou totalmente confusa...
Quis sair de mim, até.
Apesar de tantas contraditoriedades...
Ameaças de fuga...
Tantas introspecções e evasões...
Apesar de esse ensaio ter sido difícil,
Hoje sou forte o suficiente,
Para atravessar a ponte...
A ponte que me leva à um lugar,
Com campos floridos... e um céu imenso e azul...
Onde no final do caminho,
Posso encontrar braços para me abraçar.
Sentimentos para comungar.



Estou de volta aos sorrisos...
Isso não tem preço!
Encontrei a arte de viver,
O dom de prosseguir ao teu lado.



Obrigada por estampar em minha face a alegria,
E por colorir o céu tétrico e cinzento que me cobria.



O ensaio terminou.
Vamos viver pra valer, agora?


(Naná)



( Com carinho... M.M.)