SEGUE-ME?

24 de fevereiro de 2014

"Criatividade é coisa Séria"



Que as pessoas se permitam ser atropeladas pelas suas ideias, e não permitam que as outras pessoas as atropelem. 
O pior suicídio é o da criatividade. 
Criatividade é coisa séria, sempre tem um pouco de alma, outra parte de razão.

(Naná)
30/12/13


"Abstr(ato)"


As cores não precisam ter vozes sempre, o silêncio fala por elas. 
As vozes não precisam de gritos sempre. 
Os gritos também são visíveis. 
O que é visível pode ser intocável. 
O que é intocável nem sempre é inatingível. 
As pessoas são uma miscelânea de (entre)linhas, algumas tachadas de loucas muitas vezes, mas não hesitam em viver, mesmo na inerência da sua confusão.


(Naná)
30/12/13



Escrever (versus) Julgar


Ouvi me dizerem hoje que escrever é perder tempo e é um exercício inútil. 
E o que respondi: "Na minha opinião, julgar os outros é perder tempo. 
O mundo se constrói pelas diversidades, e o respeito à elas é o que quebra os muros da ignorância das pessoas".

(Naná)
30/12/13




Calor Hum(ANO)


O fogo sempre foi o seu amigo, 
e embora fosse amante do inverno,
fazia calor (hum)ano todo.


(Naná)
30/12/13


"O papel do papel"


Escrevia mundos inteiros, e o papel nunca impôs limites e regras à sua imaginação.

(Naná)
30/12/13



Só,


Escassez nunca foi o seu forte. 
Sempre um mar revolto, mas oculto. 
Só a despertava quem soubesse enxergar com desassombro.

(Naná)
30/12/13


"Era pequena"


Era pequena feito nada. 
Era quase pó. 
Ínfima. 
Mas sonhava alto feito estrelas, 
quase inalcançável.

(Naná)
30/12/13


Singrar...


Singrando pelo inimaginável, num horizonte onde os barcos só são vistos por quem é portador da fé.

(Naná)
30/12/13


"Casulo"


De fato a sua hermeticidade nunca fora máscara, mas apenas um casulo para mais tarde desabrocharem as suas asas, que por tanto tempo foram desacreditadas.

(Naná)
30/12/13

"Aquela frase"


Nunca encarei aquela frase com tanta seriedade como agora. 
Nunca haviam me atingido desse modo igualmente sério e incomum. 
As palavras sempre foram um caso sério pra mim, mais ainda quando se tratam do que é recíproco e puramente explícito. 
O amor estanca o pranto e faz até os ossos sentirem.


(Naná)
30/12/13




"Raros"


Raros são os capazes de trazer toda a sua vivacidade para fora, em forma de poemas, cartas, a dignidade de sorrir sem culpa, os abraços que mais parecem beijos, e os beijos que parecem a alma fluindo pelos lábios. 
Raros têm o dom de se importar com a profundidade de arrancar as ervas daninhas que insistem em criar raiz. 
É preciso amor pra encarar as estranhezas do outro e as suas deformidades.

(Naná)
30/12/13





"Você, qualquer Você..."


Estou pensando em você, e quero te ver. Embora eu saiba que nesse momento você dorme, depois de um dia e uma semana longos e corridos. Admito, preciso de você, só de você, de qualquer jeito. Com sono, com a cara "amassada", mesmo estando doente ou irritado, impaciente, mesmo quando as suas pernas tornam-se inquietas ao ficar nervoso (eu percebo), ou quando você está chateado ou emudecido. Quero você, qualquer você. Venha agitado ou calmo, tremendamente feliz, me esmagando com o seu abraço, ou me mordendo a bochecha, mas quero você. Sei lá, invada a minha casa, o meu vestido, a minha mente, pode fazer confusão. Mas venha. 
Às vezes, no meu silêncio, eu me pego te olhando enquanto você faz as suas coisas, quando está distraído ou ocupado, e eu percebo o teu jeito, os teus gestos, a tua atenção, o teu foco. Saio de mim e caminho até você com o meu olhar, como alguém que tem fome de desbravar mundos, ou quando a sede se depara com um oásis perdido, no deserto. E quando você encontra o que procura você não pára, porque sempre quer mais, e não falo de ambição, mas de desejo. Desejo de que essa fome e essa sede nunca cessem porque é isso, afinal, que me motiva a vontade de querer ser alguém para alguém. E eu apanho os teus olhares, os teus traços e trago comigo para onde quer que eu for. 
Tenho vontade de emoldurar o teu sorriso em todas as paredes que me circundam, e prender as tuas mãos na minha cintura para que o seu toque se perpetue em mim. 
Enquanto você não percebe que estou te olhando eu me pego pensando no futuro, e tento desafiar o seu mundo. E então, na minha impavidez e pretensão, o que desejo é estar com você em todos os momentos, sem exceção. Estar com você, ser com você, nós dois juntos, abraçados, agarrados, apertados, apaixonados, amados, tristes, alegres, loucos, sem ar, sem tempo, sem medo. Laços, não "nós". 
Havia uma ponte no caminho e eu decidi atravessar, e do outro lado, lá estava você com os braços abertos e a alma rescendendo paz. O abraço ainda está aqui, mesmo depois de tantos que vieram, mesmo sabendo que tantos outros virão; mas aquele primeiro abraço foi a primeira tatuagem que você gravou em mim. 
O meu amor tem dessas coisas, de amar a simplicidade de caminhar de mãos dadas, de ficar abraçado olhando a Lua, de te esmagar com o meu abraço, de morder os teus lábios pra matar a saudade, e de querer quebrar o relógio do mundo quando estou com você. Você sabe que eu sou louca, mas sabe que eu amo você, com os seus esgares, com os seus olhares, com as suas mãos nas minhas e com o nosso silêncio que fala tanto, você sabe. 
O meu amor tem dessas coisas, de ser mais tempestade do que calmaria; de transbordar, de ser fogo, mais do que água. Não sei dosar o meu amor, porque talvez não se dose, porque amor é contra-indicado se for limitado. Troco meu enigmatismo clássico por qualquer desespero seu, troco a minha tagarelice pela sua dor, troco o silêncio do meu quarto pela tua voz que quase sussurra quando me diz, troco o meu egoísmo pelos seus problemas, eu troco o meu passado inteiro pelo futuro com você. Quero segurar as tuas mãos e aprender a ser forte pra superar as dores e os momentos difíceis, e quero que as nossas forças cresçam e criem raízes juntas para também florescermos juntos. 
Muita gente diz que o amor torna as pessoas ridículas, que eu seja a mais ridícula do planeta, então. Que me rotulem louca, ou que desacreditem nessa minha fé incompreendida, fé de dispensar o raso para mergulhar no que é profundo. Poucos têm coragem de admitir, porque o profundo exige cautela, exige esforço, exige coragem para se externar; o raso todo mundo vê. O que eu quero é sentimentos inéditos, porque nós somos únicos. O nosso amor é único. 
Obrigada por cuidar de mim sempre! Eu quero você, qualquer você, "todo" você! 

(Naná)
29/12/13


"De onde nasce o Poema?'


De onde nasce o poema? 
Parei e me inquiri. 
Meus pensamentos sobrevoaram e se "enterraram" na questão. 
De onde nascem os versos, por vezes calmos, em outras vezes irrequietos? 
O silêncio da dúvida me devorava. 
De onde nascem as linhas, tortas, tênues, profundas, disformes ou oblíquas? 
Será que o poema tem início, meio e fim? 
E tempo? 
No meu raciocínio (ainda leigo e raso), concluí: 
O poema nasce prematuro, e depois, com o tempo amadurece. 
O poema nasce junto do poeta, no seu próprio desconhecimento de outrora, 
E contorna-se na sua pele, na sua tez, 
Firma-se nos seus pés, 
Comanda as suas mãos (e as suas asas). 
O poema sofre as suas mortes e os seus renascimentos, 
Tira-lhe as vendas, 
Brilha-lhe o pranto, 
Canta-lhe o canto silencioso da introspecção 
E da erosão (das palavras). 
O poema se eterniza no papel, 
onde o poeta lhe fala do perene, 
do inacabado, 
do sublime, 
No amanhecer, no entardecer ou anoitecer, sua voz emudecida lhe aquece. 
O poema nasce do descobrimento do "não saber", 
Nasce do enfrentamento do medo 
Nasce das renúncias ao "não ser". 
O poema não morre, é definitivo, 
Ao contrário do poeta, 
que cerra seus olhos, mas deixa na superfície suas linhas e páginas, 
que ainda gritam e testemunham a sua vida. 


(Naná) 
22/12/13




Quatro coisas:


4 coisas que me são Vida: 
Ar 
Céu 
Mãos 
Papel. 

Ar, que me move os pulmões, traz da minha respiração a minha inspiração. 

Céu, que consente e aceita a minha pequenez, vã e trépida; me ilumina do caos das minhas próprias estranhezas. 

Mãos, locomotivas que transpõem os trilhos do cerne, carregam a caneta na bagagem. 

Papel, que não me isenta de permitir-me ser, no tempo que discorre a viagem (da vida). 


(Naná) 
22/12/13


"Suicida reincidente"


Matei todas as minhas idas sem voltas 
Todos os meus passos incertos 
Todas as ilusões despertas 
Todos meus ecos calados. 

Matei os meus vãos, 
os meus espaços 
As linhas paralelas à solidão. 

Matei o meu medo e o pendurei no varal, 
deixei-o agonizar com o tempo, 
que finda. 

Abortei os meus sentimentos, 
deixei marcas do meu sangue e suor 
na alvura do papel. 

Sou suicida reincidente. 
Matei-me de tempos em tempos, 
para poder voltar a viver 
e morrer outras mortes (necessárias).


(Naná) 
22/12/13


Esperança.


Esperança que brota da seiva das árvores (do corpo), 
das raízes (do âmago), 
do sulco da terra (dos pés). 

Esperança que floresce nos galhos (dos [a]braços), 
que frutifica na tez (dos lábios), 
povoando a terra de sementes (sorrisos). 

Esperança que é adubo (alimento), 
de árvores frágeis (corpos sôfregos), 
de caules sofridos pelo tempo ( ventanias de pensamentos). 

Minha esperança mora debaixo de uma jabuticabeira, 
onde já exausta do mundo, 
recosto meu corpo em seu tronco, 
de raízes profundas, 

Na terra fecunda, 
minha alma, 
outrora moribunda 
frutifica, 
e aviva. 


(Naná) 
22/12/13


"Desavisada de tudo"


Minhas veias são as palavras que pulsam 
Onde gotejam, sobejam lacunas (des)ocupadas. 
Suor do ser que se encerra em linhas, vibrações e ecos. 
Às vezes a caneta me pesa nos dedos, 
E uma arritmia/taquicardia, me apressa os versos. 
Já não sei se sou poeta ou paciente. 
Já não sei se sou doença ou se sou cura. 
O silêncio macilento do papel me devora (sem demora). 
Monólogo parvo, que perdura. 
Nada mais sei sobre mim: 
Se as palavras me são sustento 
Ou se de mim, fazem o seu alimento. 
Confusão que borra as linhas com a minha história, 
Desabitada e desavisada de limites.

(Naná)
 22/12/13



Já é hora de part(ir)...


Já é hora de partir. 
E nunca sei bem o que isso significa: 
Se partir é dividir ou se é um parto. 

Nunca sei ir 
tenho medo do porvir, 
mas também temo ficar. 

Já é hora de partir 
De dividir a ida entre o que ficou e o que virá. 
E parir o novo, o incerto. 

Já é hora de partir 
É o advento do tempo 
Seguir o intento, 
Devo ir. 

Já é hora de partir 
Sem delongas. 
Seja verão ou primavera. 
O tempo não espera. 

Tempo é parto e divisão. 
Tempo é cadência, (com)passo, 
Tempo é (entre)linhas e canção. 

Já é hora de par(t)ir 
M(eus) versos. 


(Naná) 
22/12/13


"Já não sei me Declarar"


Já nem sei como me declarar, na verdade nunca soube bem. Acho que declarações partem de um "estranhamento" tão consistente, mas impalpável e grandioso. Até certo ponto, eu creio nisso. Depois, o que fica em minhas mãos, as tão poderosas palavras, que embora não sejam capazes de descrever a tal veemência dos sentidos, alcançam o palpável, na magnificência da sua indizibilidade. É como a mão do sol, que me faz sentir na minha tez a sua estuação, mas não posso enxergar com clareza, pela sua fosforescência. Declarar-se é também uma forma de não saber e de não caber dentro do que já se cabe. As entrelinhas são retilíneas, vistas pela ótica inimaginável. O amor, dizem, é brega, outros dizem ser equivocado e cego. O que penso sobre ele? O amor nos faz enxergar como somos. A suscetibilidade de amar nos desnuda de nossa roupagem manipulada pelo medo. O amor não é cego, o amor é a ausência de nossas "vendas". 
A minha opinião: deveríamos ser o que somos, como quando amamos. 
Declaro-me amante e amada. 
O amor é a sincronia dos meus versos, e das minhas palavras tortas, mas que norteiam o meu equilíbrio de ser humana, demasiadamente humana. 

(Naná)
21/12/13



Escre(ver)


A minha oração se veste de versos. 
As minhas palavras se vestem de prece. 
O silêncio das linhas, pálidas, retratam o anseio da fé, e as mãos dedilham a sacralidade do cerne. 
Deitada no meu travesseiro falo com Deus na minha mudez descarada, Ele conhece o que calo e o que escrevo. 
As folhas em branco são o meu livro sagrado, onde repouso os meus sonhos e a minha crença. 
Meu caderno todo é uma oração. 
Minha fé são os meus traços, não me esquivo da dor e da provação, e a chama da vela que difunde o meu espírito, eu seguro como a caneta dos meus dedos. 
Minha prece me despe e me veste de versos.

(Naná)
16/12/13


Meus pés...


Meus pés são paz agora. 
Meus braços, na transmutação, tornaram-se a(braços). 
Minhas mãos são corredeiras por onde escorrem sentimentos, e os meus dedos esculpem essas águas transbordantes. 
O papel nunca molha, o papel tem sede. 
Minha alma se revela nas entrelinhas, ainda que tortas e tímidas. 
Minha voz é gestual, um eco mudo que deixa os verbos por conta dos meus olhos. 
Meus joelhos são o meu coração, não hesitam em dobrar-se no sentir, feito conchas prostradas no dom de trazer o mar aos ouvidos. 
Minhas pernas são desníveis da minha fome de alma, que me sustenta o corpo, e eu abocanho pássaros do alto, mesmo pequena como sou, mesmo frágil e com asas falhas. 
Eu me rendo ao amor, me rendo aos sorrisos das flores, nos jardins que povoam os meus pensamentos. 
Me curvo diante das tuas curvas, dessas curvas dos teus olhos, essas que me trazem a retidão. 
Eu sou tão ínfima, mas a minha volição tresloucada de te dar amor é tamanha, a ponto de alargar-me o ser. Obrigada por ser a ponte entre o meu eu a ser descoberto e o seu eu a me dar as mãos! Te adoro muito!


(Naná)
16/12/13


"Era uma vez um nome, que se tornou caminho"


Como sempre estou aqui "divagando" pela madrugada. E um dos meus pensamentos, tem nome. 
E esse nome tem os olhos mais brilhantes que já me olharam! Tem o semblante mais doce e as mãos tão leves que me deixam em paz, toda vez que lembro, e quando encosto a minha cabeça no travesseiro, agradecendo à Deus pela sua presença, cá comigo. 
Esse nome tem a voz calma, os pés seguros, o abraço que me encaixa, e a mente que eu admiro. Ele tem feito diferença nos meus dias, sobretudo na minha vida. Talvez o responsável por essa minha mudança interna não saiba quão importante tem se tornado, mas a minha alegria é também visível "à olho nu". Esse nome é aquele que gravei também nas minhas mãos, nos meus pés, nos meus braços, na minha mente e no meu coração. Gravei esse nome aqui dentro em forma de certeza, certeza da direção que quero ir. 
Esse nome tem o cheiro do afeto e da reciprocidade, tem o tom do carinho e da atenção. Esse nome tem a linguagem da delicadeza no trato, e a consciência do que é ser humano. Esse nome faz eu me sentir bem, me faz sentir mulher, me faz sentir honrada e me faz sentir humana. Eu me sinto especial com você, diferente de tudo o que já vivi. 
Sim, eu sou uma boba romântica, que gosta de escrever cartas de amor, que escreve bilhetinhos em formato de coração, e que gosta de olhar simplesmente o seu rosto, ou dançar debaixo da lua, contar estrelas, ficar feito boba te vendo tocar violão e sorrir à toa quando estou contigo. Eu não sou adolescente por fazer isso, mas sou amada por isso o faço. O amor é careta pra muitos, nós somos caretas pra muitos. Lembro o dia da serenata, algumas pessoas na rua passaram e sorriram, e eu te disse: "Imagine só, se todo mundo fizesse serenata, o mundo seria mais belo", e então nos olhamos e sorrimos. E é esse amor que eu quero que perdure, embora a vida nos traga dificuldades, quero que isso que sentimos de tão belo faça com que os outros queiram sentir também. Você é uma das páginas mais bonitas da minha vida, tenha a certeza plena disso. Espero que você suporte todos os meus abraços sufocantes, e a minha sede de você. Mas é uma sede de dar amor e carinho. E também a minha tagarelice das mãos, porque sempre te faço ler um monte de coisas... kkkkk Te adoro muito! Obrigada por tudo! E pelo encaixe perfeito das suas mãos nas minhas!


(Naná)
12/12/13


Sobre o Final de Ano


Quem sou eu pra falar sobre as coisas da vida, não é? Vou usar o Jargão do famoso e magnífico Sócrates: "Só sei que nada sei". Eu não sou nada, podem dizer que não sou ninguém, podem até me reduzirem à "pó", mas ainda assim insisto em bater em algumas teclas que me incomodam desde o dedinho do pé até a raiz desse meu cabelo rebelde. E uma dessas "teclas" são as famosas frases e costumes das passagens de final de ano. 
Bem... o que você mais vê final de ano? Você eu não sei, mas eu vou dizer agora o que eu mais vejo: Consumismo, enfeites de natal, pisca-pisca, árvore de natal, panetone, enfeites de Natal, mais pisca-pisca, mais consumismo e assim sucessivamente. Até aí é normal, até porquê na Páscoa todo mundo se veste de coelho né? Ou não? Bom, eu não... pra mim não cola. 
Sou chata com datas comemorativas, eu odeio essas significações insignificantes que as pessoas colocam nelas. Ah, sei lá, mas eu não tenho paciência com gente que faz merda (desculpem o vocabulário esdrúxulo) o ano inteiro e depois diz que o outro ano tem que ser melhor. Será que é preciso esperar acabar o ano pra decidir isso? Outra coisa, porque as pessoas se apegam tanto em números? Números de presentes, números de "Feliz natal", "feliz Ano novo", números de quanta pinga bebeu na virada, quantos porres tomou nas festas... não sou contra quem bebe, eu também bebo, mas não me gabo por isso, na verdade não me gabo por nada. Aliás, como eu disse no princípio: eu não sou nada, não sou ninguém. Isso não é auto-estima baixa, é real. O que somos? Talvez sejamos areia, ou água, pouco importa, mas pelo amor de Deus, querer contar vantagem é ridículo e sempre será. 
Mais um fator sobre números: Por que culpam os anos pelas coisas ruins? Tipo: "Que 2014 seja melhor, porque 2013 foi uma porcaria". Por acaso é um tipo de superstição ou que droga é essa? Claro que esperamos que as coisas sejam melhores a cada ano que passa, mas sobretudo NÓS precisamos ser melhores, e não os anos em si. Os anos são o tempo, e o tempo passa, e tudo passa, até a uva passa, hahaha! Mas e as nossas ações onde ficam? 
Confesso que eu gosto do Natal, acho que todo mundo se sente melhor nessa época, eu respeito muito o significado dessa data, e faço minhas orações agradecendo à Deus, mas não só nesse dia. Porque não existe data certa pra dobrar os joelhos ou o coração. Nesse tempo também transborda-se a hipocrisia, lamentavelmente. Todo mundo é bom, todo mundo ama todo mundo, todo mundo presenteia todo mundo. Presentes? Final de ano todo mundo se abarrota nas lojas pra comprar presente até pro papagaio. Claro que eu gosto de ganhar presentes, o fato é que gosto mais de presentear, mas por que as pessoas esperam pelo final do ano? O ano inteiro passou e será que o presente realmente representa a gratidão pelas pessoas, no ano que se passou? Me desculpem, mas o consumismo dita as leis e o povo se desespera porque acha que precisa se adequar à elas. 
Muita gente que me acha careta vai me criticar, mas eu não vivo disso. Eu vivo de agradar as pessoas que gosto em qualquer tempo, tendo dinheiro ou não. E não preciso esperar a ceia de Natal ou Ano novo pra reunir a família, quando sinto saudades eu vou visitar, porque gosto de abraçar e conversar, sempre que puder. Pra mim, falta significado das pessoas, e a única passagem de ano que eu consigo ver é a passagem para a involução, em muitos (não todos), mas em muitos. 
Você aí, que lê essa postagem, pode concluir que eu devo ser uma pessoa arrogante (ou não). Então eis que lhe digo: o direito de achar as coisas é todo seu, e meu intuito nunca foi que as pessoas concordassem com isso ou aquilo que eu penso, mas simplesmente que respeitem o meu ponto de vista como eu faço com todo mundo. Que eu seja melhor a cada dia, sei que preciso melhorar muito, mas que eu mantenha a consciência de que quem faz o tempo ser bom ou ruim somos nós e não é o tempo que passa e diz simplesmente "Oi, vc quer viver, ou eu posso só passar aqui?" 

(Naná)
11/12/13



"Caminhar de Mãos dadas"


Uma das coisas bo(b)as que sempre admirei num relacionamento: "Caminhar de mãos dadas". Não dar as mãos e sair andando, mas Caminhar De Mãos Dadas. Dá pra entender? 
Caminho e mãos são coisas sérias pra mim, sempre foram. Só se caminha de mãos dadas, quem está lado a lado, não na frente nem atrás, mas ao lado, do mesmo modo, na mesma condição. Mas ao lado de estar junto, não de simplesmente permanecer ao lado. 
Só se caminha de mãos dadas se as mãos realmente se dão. Sim, se elas se envolvem ao cruzar os dedos, se elas se tocam e não apenas se esbarram sem propósito. 
Caminhar de mãos dadas, sempre achei lindo isso. Seja no bosque, na chuva, na grama, na lama, na cama, na pobreza e na fama. Caminhar de mãos dadas não é apenas uma encenação física, pelo menos pra mim não. 
Caminhar de mãos dadas é caminhar dentro do outro, e não somente com o outro. 

(Naná)
11/12/13

Viro...


Não sei se viro a direção 
Se viro mulher 
Se viro menina 
Se viro a mira 
Se viro a cabeça 
Se viro o jogo 
Se viro a mesa 
Se viro às avessas 
Ou se me viro as costas 
E vou-me embora. 
No final das contas eu sempre me viro 
Sozinha, mas me viro.

(Naná)
11/12/13