SEGUE-ME?

29 de dezembro de 2010

Mudando de Ares...



Hoje decidi mudar de ares,

Por vezes é bom para o "ego", para a alma, e até mesmo para os sentidos (ou para a falta deles)...


http://meumundoimpar.blogs.sapo.pt/

24 de dezembro de 2010

A Lugubridade procura pelos sentidos..



A única coisa que peço.
A única coisa que clamo, ou até mesmo eu procuro
É o caminho por onde perdeu-se a minha alma.
Às vezes penso que ela fugiu desse corpo sem graça.
Por outras creio que foi meu descuido, e ela se perdeu pelo caminho.
Vivo sentindo um vazio profundo aqui dentro, que engole minhas esperanças ou quaisquer expectativas que entrem em meu coração.
Meu corpo sempre pesado, com um “Q” de culpa por tantas coisas que me ferem.
Tantos caminhos. Alegrias efêmeras.
Tanta vontade de alongar-me pra sempre, já que não posso cegar-me ao que sinto.
Quando não existe alma, existe angústia.
Angústia sempre calçada de incertezas.
Eu não sei mais o que faço,
Estou frágil.
Olhos tristes, fundos.
Queria poder redescobrir meus sorrisos.
Acordar e ver que tudo fora um pesadelo.
Sempre deixo escapar entre os dedos a minha fé,
E meu desapego escorre para o coração.
Por mais que eu me cale,
A dor é como uma fratura exposta.
Atiro pedras no espelho,
Pois menosprezo o que reflito.
Talvez seja meu castigo,
Ou talvez o meu fim...

[Naná]

23 de dezembro de 2010

Quando cala-se a minha voz, falam os meus dedos...





Eu bem tento anuir-me ao silêncio, esquivar-me de todas as palavras e seus significados, mas mesmo que eu me oculte, elas sempre me alcançam. E mesmo que eu não escreva, e mesmo que eu me silencie, só eu sei o quanto isso explode dentro da minha cabeça e escorre pelas veias até o coração.
Eu não conheço o meu silêncio, porque eu sobrevivo dos pensamentos.
Não existo sem as palavras que ecoam em meu âmago.
Quando a voz se cala, falam-se os dedos, ou algo dizem meus olhos.
Sou um ser inquieto, e não sei prosseguir sem reflexão, sem significações, que muitos consideram meras frivolidades.
Não quero uma redoma de vidro, e nem almejo todas as respostas, mas mesmo que eu não queira, as pessoas acabam subjulgando-me às avessas.
A vida passa, o tempo transmuta e implica em mais contraditoriedades.
Talvez seja o meu ciclo de inquietude, ou possa ser o meu modo acerca das acepções, as quais me eximem de crer em muito do que a maioria diz.
Talvez esse não seja o meu mundo, ou talvez esteja em local impróprio, onde minhas idéias são malucas, disformes.
O meu solilóquio jamais terá algum par.
Todo cerne é ímpar. Apenas o nosso coração nunca será.
Tomo uma dose de ceticismo diária, para evitar que caia em insídias, a cada dia repenso novas idéias, formulo novos pontos de vista.
Talvez eu seja mesmo egocêntrica, mas o fato é que cada um é portador da sua própria verdade, e partidário ao modo ímpar-conclusivo das situações as quais são impostos a deparar-se.
Não há nada que cale as minhas palavras, nem que estanque o que sinto, tampouco me faça pensar em esquecê-lo.
Por mais que eu não diga nada com a minha voz, os meus dedos sempre falarão por mim.
Ou talvez, baste apenas olhar meus olhos, e descobrir a verdade d o que sou, dentro deles.




[Naná]

16 de dezembro de 2010

Aniversário de "Indizíveis"



Ontem foi aniversário do Blog, de "5 meses".
Ao acaso, decidi criá-lo em uma madrugada tediosa de 15 de julho.
A semente do Blog foi o meu sentimentalismo e meu senso crítico perante o meu próprio ego, sobre meu cerne... Até mesmo minhas indignações ao "externo" : "Quanto mais do mundo vi, menos pude moldar-me à sua maneira." [Jean Jacques Rousseau].


Sempre amei escrever, desde pequena, e perdi a conta de diários e cadernos que possuí.
Creio que a maioria dos meus textos, por serem provenientes do meu "eu" podem ser considerados "dispensáveis", mas, já dizia Lispector: "Eu escrevo para nada e para ninguém. Se alguém me lê é por conta própria e auto-risco".


Quem conhece bem a Najla, ou a Naná, consegue decodificar certas entrelinhas dos meus versos... E devo confessar, que estas pessoas, são raras...
Muitas julgam-me uma pseudo-intelectual, ou uma escritora sem causa, ou apenas uma guria à toa. Já ouvi de tudo... Mas esses comentários são irrelevantes.
Creio que a volição em prosseguir no que eu gosto, vai muito além de "achismos alheios".

"Eu não sou promíscua. Mas sou caleidoscópica: fascinam-me as minhas mutações faíscantes que aqui caleidoscopicamente registro".



O meu blog faz parte de minha história, muito embora, creio que poucas pessoas o visitem.
No entanto, todos são bem-vindos... E espero que possam surgir críticas bem como elogios que por vezes recebo.


Grata à todos!!
Atenciosamente,


Najla

Os ventos trouxeram enfim, a minha "Primavera"



Talvez eu estivesse cega.
Mas na verdade estava atada. Atada por pensamentos fugidios da realidade afável. Temendo abrir os olhos, ou dar espaços ao sentir.
Sim. Eu estava imóvel, estática. Tomada pelo torpor.
Abraçada às desventuranças, agarrada ao pretérito.
Terrores noturnos.
Dissabores explícitos,
Amor arquivado.
Talvez eu devesse esquivar-me, evadir.
Mas certamente muito perderia de mim mesma... Mais ainda.
Associei as perdas aos meus fracassos intrínsecos.
Recuei. Regredi.
Novamente caí no precipício da dúvida... Das dúvidas.
Regressei ao quarto escuro.
Chorei mais muitas vezes e incessantemente.
Era o peso da volição de encarar, mas ao mesmo tempo, o fracasso avisava que mais uma vez não haveria chances...
Uma luz relutante tentava apropriar-se do meu ego.
Do meu egocentrismo...
Eu batia a porta e virava ao rosto aos bons ventos.
Trancada no comodismo do meu Solilóquio,
Escusava-me de avistar algo novo, para evitar mais contraditoriedades.
Optei por um coração gélido.
Uma vida ímpar...
Mas esqueci que eu não domino o tempo.
Embora, contida de um pensamento de “auto-controle” ou “verdadeira-própria-razão”...
Eis que o Majestoso tempo
Dentre os dias tempestivos
Amainou as trovoadas,
Clareou o meu cerne, lúgubre. Tétrico.
Era como se eu me desnudasse diante de um cenário alheio, sem poder transmutar nada...
Essa luz a qual menciono, é a paz que me move para frente.
São asas para livrar-me das torrentes.
É a primavera que circunda-me de flores.
É o amor que foi desarquivado,
Cuja paz provém de um anjo alado.


[Naná]

15 de dezembro de 2010

Imperfeito é o meu mundo real



O que mais me magoa é o fato de muitas vezes ter-me traído.
O estranho fato de o meu “eu”, não ter tido a capacidade de decodificar as entrelinhas, avistar o óbvio, deixando os meus olhos tomarem conta da situação.
Com o tempo
Aprendi a ser cega, mesmo perante o intangível.
A ser surda ao dispensável.
Também a fechar-me diante de injúrias.
Esquivei-me da paciência ao alheio.
Não sou a mesma de sempre
Tão suscetível,
Tão sonhadora.
E tão tola.
A amargura ensinou-me a ser dura.
A indecisão ensinou-me a pensar mais ainda.
Erro por minha própria conta em risco,
Não possuo pares em meus fracassos.
Nem cúmplices de promessas vãs,
Assumi o que eu desejo, o que eu espero.
Mesmo que seja só,
Mesmo estando distante.
Sou essa mesmo, inconstante.
De pensamentos alados,
Sentimentos despretensiosos
No entanto,
Não tente transmutar-me ao ideal
Imperfeito é o meu mundo real...




[Naná]

As máscaras que caem pelo caminho...



Os retratos se confundem na imagem do espelho.
Os reflexos são desiguais...
Apenas uma miragem de minha ilucidez...
Ou talvez, espasmos de sentimentos incongruentes.
Pela janela da vida, avisto os passos de outrora, errôneos.
Inquieto-me, num gesto de introspecção.
Envolta aos meus solilóquios argumento as inconstâncias.
Debelo as desventuranças.
Menosprezo o dispensável.
Não jogo um jogo, mas sou arbitrária em minhas decisões.
O discurso do efêmero não faz parte de mim, mais.
Sinto muito ou não sinto.
Sou ao extremo, entre o sim ou o não.
Não me basta o “meio-termo”... Não existe “meio-tempo”...
Um dia resolvi cessar-me à suscetibilidade.
Um dia decidi assumir os “avessos” de mim.
O meu avesso é o que está dentro.
Indizível, improvável... imponente.
A imagem de uma estátua não faz parte do que sou,
Tampouco uma imagem imutável...
Essa não sou eu.
Eu tenho a necessidade de mudar a cada dia...
O que é velho me sufoca.
Deixo para trás o que não me completa... dando espaço para o que me convém
Deixo no vento mais forte que deparo-me,
Dentre todas as tempestades que já vivenciei
Jogo ao léu sentimentos fugidios,
Não me escapam entre os dedos o que enfrento,
Não esquivo-me, eu argumento.
Esqueci quem me feriu...
Pois quem me feriu, eu dissipei.
Memórias trôpegas.
Os retratos agora mostram-se pela verdade.
Os reflexos agora abrem meus olhos.
Apenas uma miragem que passou
Passos trôpegos que deixei,
Outrora
Apenas pretérito.




[Naná]

3 de dezembro de 2010

O que escrevo... O que sou...


O que eu escrevo fala de angústia, fala de dor.
Não espero que ninguém compreenda esse meu torpor.
Escrevo do que é profundo, embora este seja o meu mundo.
Às vezes perco os sentidos,
Abraço-me com meus próprios ombros amigos.
Perco-me da razão,
Acho-me em uma canção...
O que eu escrevo,
É quando me dói aqui dentro,
Quando os sentimentos já não mais me cabem no peito,
Neste meu mundo tão imperfeito.
Em outrora eu era feliz,
Mas infelizmente a alegria em mim não criou raiz.
Ela é efêmera, e sempre é por um triz.
Olho a vida passar pela janela,
Eu já não tenho vigor para aos outros dar trela.
Sou apenas um coração tristonho,
Que perdeu todos os seus sonhos...
O que escrevo transpassa o meu limite,
E ainda que eu hesite,
É a realidade do que existe.
O que escrevo sempre é contraditório, é confuso
Discurso prolixo e difuso.
Não espero reciprocidade,
Perdi a minha vontade,
De acreditar em felicidade.
O que transcrevo pode conter um pouco de raiva,
Eu sou mesmo um pouco amarga.
Tentei esquivar-me desse caminho,
Mas que pena, ele é meu...
Meu caminho é sozinho.
O que sinto é o que descrevo,
E o que descrevo é o que vejo.
O que temo é o que sinto,
O que sinto é o que creio.
O meu dia está cinza
De tristeza tecem as brisas.
O meu ser está sangrando,
Lágrimas do meu ser estão gotejando.
Eu estou me sufocando.
Hoje meu corpo quis me expulsar essa alma,
Eu perdi a minha calma.
O meu âmago está doente,
Aprisionado em correntes,
Meu semblante não o mente.
Só preciso descansar.
Fechar meus olhos,
E algo estancar.
Não sei se será a minha mente,
Ou o meu corpo descontente.
Já não sei nem o que sou,
Onde estou, para onde vou.
O meu mundo é incerto,
Qualquer caminho está aberto,
Qualquer coisa me serve.
Para quem perdeu as asas,
Tanto faz qualquer morada,
Tendo tudo,
Ou tendo nada.

[Naná]

2 de dezembro de 2010

"Angst"


Ouço uma voz dizendo meu nome.
Olho para todos os lados, mas ninguém ao meu entorno.
Cerco-me de sons vazios...
Deve ser os espectros das memórias...
Pensamentos que falam alto.
Sentimentos à flor da pele.
Depois de tempo fiel à solidão,
Desvelo-me da esperança.
Não acredito em explicações para o vazio que me toma conta.
Eu não descobri algum propósito para amargura em demasia aqui dentro.
Abracei a tristeza, e ela embala-me ao som nostálgico de uma alusão...
Apenas alusão.
Minhas decisões são sempre frívolas.
Meus sentimentos, amorfos.
Meus pensamentos... disformes.
O meu mundo não é de pares.
O meu mundo é intangível.
Mais uma vez debelada pela “Angst”.
Retrocedo a cada passo adiante.
O meu tempo é intempestivo...
O sol é uma ilusão de ótica efêmera.
O vento sopra em meu rosto, trazendo-me memórias
E eu reluto...
E eu choro.
Grito calada.
Ninguém por perto.
Nenhuma voz.
Apenas a minha, estancada pela dor.
Eu sou ímpar.
Meu caminho é retrógrado.
O meu tempo é desconexo.
O meu “eu”, descreve estas linhas,
Contidas de fastio...
Palavras com o brilho ofuscado.
Apenas palavras tristes,
Que sobrevivem ao meu lado.


[Naná]