SEGUE-ME?

22 de setembro de 2010

"Mar Revolto"



Com o passar das horas...
Deixei-me abandonada à um sofá qualquer,
E espalhei as minhas memórias no chão da sala.
Recordei-me do tempo em que me bastava os sonhos,
E que, ao pisar no chão, descalça, não sentia o frio da realidade.
Às vezes penso que não me cabe mais pensar,
Nem sentir,
Nem mais tentar enxergar
Ou alcançar quaisquer compreensões.
O meu mundo é desconexo,
Apenas sobrevivem as contraditoriedades, que afogam num mar revolto os meus sonhos,
E me impedem de singrar num mundo que apenas é de outrora,
Não existe mais no Hoje.
Maquiei-me, pintei meu rosto,
Talvez seja para tentar ocultar o semblante exausto,
Ou talvez, fugitiva de um mundo no qual não gosto de fazer parte.
A brisa ainda me traz você,
Ainda está explícita a tua ausência aqui, comigo.
E me abraça forte, nas noites frias,
Envolta aos lençóis...
Bailo com minhas lágrimas,
Num palco ridicularizado pelo afeto ou sentimento que ainda possa existir.
Os meus anseios aturdem-me.
Eu preciso de um tempo para esquecer o teu tempo em mim.
Apenas um espectro que habita num coração vazio,
Um coração despedaçado,
Insano, inconseqüente.
Tenho aqui dentro, um Inimigo,
Que fez pacto com minha alma,
De não me deixar em paz.
E eu não sei...
Até quando serei capaz,
De ser refém de mim mesma...
Vou consertar as minhas asas,
Desatar-me das correntes,
Sair sem rumo...
Nem que seja para me afogar no mar...
Mas preciso sair daqui...




Desse lugar.




(Naná)

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