SEGUE-ME?

10 de dezembro de 2012

Today...


Hoje uma consciência atípica me ocorreu.
À princípio me incomodou um tanto, escolhas nem sempre são bem aceitas, principalmente pelo ego, mas certas transmutações são inadiáveis.
Deixei a minha desordem de lado e ressaltei a desordem do mundo.
Não existem mais culpas, nem lágrimas, nem receio da minha parte.
Aqui dentro mora um ser exaurido dos despropósitos alheios, que para não se afogar na própria sensatez, resolveu dar férias para as preocupações exacerbadas.
Bandeira branca para todos os hipócritas e afins.
Vou deixar bailar o ritmo da acefalia no meu entorno, que não se compara ao Mozart que me faz sorrir, mas acreditando que tudo sempre tem um valor e que o tempo há de reconhecê-lo.


(Naná)
03/12/12




A saudade é uma puta...


"A saudade é uma puta que me usa, impudicamente. 
 E deixo-me ser monopolizada por esse masoquismo"


(Naná)
30/06/12




São muitas teorias para uma cabeça só.
Pensamentos fazem algazarra aqui dentro e se atropelam quando saio do limite raso da observação e miro mais profundamente o que me cerca; e eu fujo dos parâmetros, dos conceitos, das etiquetas, e desvio do caminho que esperam que eu percorra: me igualar ao que não tolero. 
Me incomoda a arrogância desnecessária, a pressa, o radicalismo, o endeusamento, e todas essas coisas que caminham de mãos dadas dentro de cabeças que se acham "pensantes". 
São tantas pessoas que se esbarram todos os dias nos meus olhares, e eu fico atordoada com tanta incoerência de caráter exposta para quem quiser ver, e sem qualquer "ponta" de ponderação, ou senso de ridículo, como queiram denominar toda essa balbúrdia ambulante. 
Não nasci para concordar com esse sistema boçal que forma ventríloquos, e exige que os "seres" curvem-se aos seus caprichos, medíocres e vazios. 
Sofro como muitos, mas sofro conscientemente, e embora todas essas coisas errôneas me oprimam, sou feliz porque não permito que esses subterfúgios de tolos, sentados em seus "tronos" e em seus "altares", habitem aqui dentro e persuadam a minha consciência à trocar de roupa. 
Sou uma (sobre)vivente que busca (sobre)viventes para compartilhar o que é real alimento para a existência. Mas é difícil encontrar reciprocidade, quando a maioria das pessoas deixa-se levar pelos chavões que dissimulam a singularidade. 
Eis aqui o meu desabafo (mais um): frívolo para muitos, ousado demais para outros, egocêntrico para muitos, e "tanto faz" para outros.


(Naná)
04/12/12






"Anguish"


Tons de uma consciência inexata perambulam à passos trôpegos no vazio da insanidade. 
Mofa alheia paira pelos ares. 
No interstício da inquietação, sobejam espaços, lapsos, lascas... de utopias que vagam à esmo no cosmo do condenável e nos corredores perturbadores e vis, que me cercam diante da incerteza e da congruência da solicitude ao relevante... 
Sou um emaranhado de aspas, interrogações, vírgulas e travessões que trespassam os versos mudos, e se encerram em monólogo loquaz, e parvo.


(Naná) 
09/11/12





Papéis que se confundem no papel...


Andei pensando, com pensamentos às vezes vagando à esmo, ultrajados pela letargia que paralisa, que estanca os sentidos e transborda indiferença. 
Dei voltas e mais voltas, regressei à razão, à minha confusão mental e quotidiana perante as perquirições que me movem à uma órbita paralela à desconexão moral. 
Parei e calei, refleti. 
Escrever talvez não seja uma missão tão fácil, quando a caneta parece pesar toneladas entre os dedos... A caneta tem o peso emotivo que o âmago deságua no papel em branco, que suporta à tudo. 
Não é fácil ser coagido por uma força invisível e pulsante que grita aos sete ventos que você deve se olhar mais uma vez no espelho interior, respirar fundo e descrever talvez, algo indescritível. 
Não, não é fácil a suscetibilidade que acomete os espíritos arredios, contumazes e os torna nada convencionais. 
Complexa essa ideia de escrever. 
Mas ainda assim prefiro ser mãos, à ser caneta e papel... estes sim, são grandes hospedeiros dos anseios gigantes, memórias infinitas e uma enchente de desatinações que o vento nos traz. 
Escrevo para ter leveza nas mãos, para limpar a lama da alma, e com as mãos isentas de "sujidades", concluo mais um ciclo de dar vida e sentido à alvura do papel com meus labirintos (boçais, para muitos).


(Naná)
09/11/12



Vivo


Vivo de infinitos,
De ousadas labaredas de pensamentos que afugentam alguns passantes.
Caminho livre,
Mas nunca plena.
Me alimento de palavras,
Às vezes de versos emudecidos.
Sedenta,
Humana,
demasiada humana.


(Naná)
07/11/12




Música...


Costumo dizer que eu não ouço música clássica, mas sim, sinto as vibrações, a energia que o som dos instrumentais me trazem quando estou com os olhos fechados... 
Fico imaginando a leveza da alma de quem tem o dom de compôr esses cânticos que trazem a nossa alma para fora de nós a ponto da consciência tomar uma forma de luz que trespassa a nossa capacidade de compreensão. 
Percebo quão preciosos são os detalhes, os toques, e vejo a beleza nos sussurros e toda a magia que a [verdadeira] música contém em seus tons e entrelinhas. 
Sinto falta da valorização do respeito aos nossos ouvidos, diante de tanto "lixo auditivo" e tanta inconsciência na propagação de "vozes" desconexas e despropositadas, que por vezes nos deixamos ouvir. 

Ouvir é absorver, é extrair o som que as coisas nos trazem, é captar as vozes do mundo externo que ecoam dentro de nós. Ouvir é mais que um dom, é uma necessidade. E saber ouvir é uma decisão, sobretudo. 

Que possamos buscar o verdadeiro significado das coisas, e não nos deixemos levar pela superficialidade e banalidade destas. Parece algo extremamente óbvio tudo isso, e digo que realmente é. Mas o óbvio pode ser algo perigoso, porque justamente nele podem morar conceitos estáticos, e por estarem ligados no "modo automático", os detalhes acabam por tornar-se irrelevantes. Acredito que a riqueza das coisas esteja nos detalhes, simples. 
O homem pode carregar em sua "bagagem" trilhares de subterfúgios, de técnicas, de estratégias, métodos e conceitos, mas se ele não se ater à sua maior riqueza, de nada valerá. E a sua maior riqueza é a capacidade de perceber, de sentir, de ver, de ouvir, de tocar e de ser tocado. 
À nós foi dado o dom da consciência das coisas juntamente ao livre arbítrio, mas o homem que se esquiva da sua própria essência, em busca de um mundo que foge à sensibilidade, deixa de ser homem, e passa a ser objeto. 
Objetos podem ser levados para qualquer lugar.
Objetos são coisas finitas, sem vida, sem propósitos ou expectativas. 
Homens não são objetos. 
Homens de verdade enxergam, ouvem, sentem o cheiro, sentem o gosto, tocam, sentem, vivem.... Viver não pode ser algo à toa. A vida precisa ter fundamento. E não existe fundamento sem reflexão, sem introspecção, sem emoção. 

Escrevo todas essas coisas em forma de desabafo. Longe de ser "dona da moral e dos bons costumes", apenas exponho a minha limitação de ser humana e a minha consciência de que preciso superar e quebrar tantos paradigmas. 

Estava ouvindo "Whisper of a Thrill", minha música preferida de Thomas Newman, um grande compositor americano, e foi da necessidade de transbordar que nasceram essas palavras, ainda meio tortas, frases falhas, com um português não tão bom quanto deveria ser... mas sei que não é preciso ser especialista em escrita para expôr as coisas, basta aprender a enxergar o sentir, que as palavras fluem. E o maior de tudo não é ser o melhor, mas buscar ser o melhor. 

E posso dizer que ouvir música clássica me faz uma pessoa melhor.



(Naná)
06/11/12





Alimento..


Enxergar além do que posso olhar. 
Ver, ilustrar, ouvir, tocar, falar, sentir o pensar... 
O impossível é discutível, inextricável, inadiável... 
O permanente, o ininterrupto são efêmeros. 
Conceitos, desfeitos. 
Passos, tropeços, saltos. 
Orla, precipício. 
Vício, salvação.
Pensamento e emoção. 
Avistar o além-mar. 
Voar no além-céu. 
Singrar no infinito. 
Bailar no invisível 
Transgredir o definível. 
Miscelânea de volições. 
O tempo, o vento, o eixo, 
Desproporções. Elucubrações. 
Me pergunto: "Palavra?" 
A Resposta: Alimento.


(Naná)
06/11/12



Mirror


Sou "fisgada" pelas inquirições que por vezes me aturdem, mas que sempre me movem à pensamentos novos, perspectivas, e claro que indignações também. 
Acho terrível o modo com que as pessoas têm empregado a palavra "culpa": Delegam, distribuem, vendem, doam a culpa à outrem, "sem culpa". 
Onde fica a reflexão? 
É mais fácil isentar-se do que dar a cara à tapa. 
É mais fácil julgar do que olhar para si mesmo. 
É mais viável ser "o grande, o melhor, o mais correto, o dono da moral e dos bons costumes" do que assumir a imperfeição que todos nós carregamos, inevitavelmente. 
Eu consigo avistar a beleza da imperfeição, a encaro como uma oportunidade de crescimento, amadurecimento e introspecção. 
Acho a perfeição um subterfúgio tolo, uma quimera, uma tremenda limitação. 
A perfeição se esquiva de mudanças, ela é plena. 
Mas então, porque diabos as pessoas culpam as outras pelas imperfeições, e não se reconhecem diante do seu próprio espelho?


(Naná)
02/11/12



... o Silêncio...


Mentes e corpos que conversam 
Circunstâncias que se dissolvem. 
Fantasmas do ego, 
Alusões de olhares dispersos. 
Corações naufragados, 
Pés atados e mente fugidia 
Perdidos na tempestade longínqua de uma protagonização coerente, 
Ecos de vozes emudecidas, 
Lacunas controversas. 
Trajes que ocultam a nudez, madura e perfumada. 
Essência gritante.
Sentidos caleidoscópicos. 
O vento, 
O mar, 
O tempo. 
A espera, 
A aurora, 
O desatino. 

O silêncio.



(Naná)
02/11/12




"Palavras dispersas"


Ócio, 
Sede, 
Caos, 
Solidão.

Vida, 
Sorte, 
Ilusão, 
Morte. 

Causticidade, 
Ontem, 
Hoje, 
Nunca, 
Sempre. 

Ao lado, 
Acima, 
Abaixo, 
Proibição. 

Versos, 
Rima, 
Desconexão. 

Palavras, 
Asas, 
Fome, 
Escuridão. 

Puro, 
Inócuo, 
Mazelas, 
Altivez. 

Eu, 
Nada, 
Tudo, 
Talvez. 



(Naná)
02/11/12




"É de morte que eu falo..."


Morte... 
Uma incógnita que pormenoriza a confusão mental, que abate o espírito e deriva o medo, a angústia, o fim de um ciclo. 
Morte... 
Ninguém sabe como encará-la, contra ela não há defesas, contra ela restam somente lágrimas e reflexão. Morte... 
É uma cicatriz perpétua no âmago, um rio que corre entre a saudade e a ânsia de recuperar um sopro, um olhar, uma veia pulsante, um suspiro, um resquício de vida... 
Morte é palavra severa, que unifica a distância e a ausência, e o medo. 
Morte... 
É um poço sem subida, que faz deslizar na desesperança. 
Morte é casa sem portas, sem janelas, sem luz, sem cor, imota. 
Morte é uma transição para o desconhecido, para o inesperado. 
A morte nos rouba o tempo, e faz rememorar. 
A morte física é sem volta, é fria, nociva... 

Mas há quem diga que está morto, mesmo tendo vida. 
Há quem diga que viver é um labirinto, incapaz de ser desbravado. 
Há muita vida morta vagando à esmo por aí, 
Há muita morte correndo dentro da vida. 

E eu lamento que a morte seja até mesmo em vida. 
Lamento que a angústia seja inadiável para muitos, 
E que o sopro fúnebre embala o enterro de mortes não consumadas, 
De corações e almas acometidos por extravios, por espasmos intolerantes à cura. 

Sim, existem muitas mortes sem nome. 
Pessoas sem nome, sem identidade, mas mortas. 
Assassinadas pela melancolia da estaticidade, 
Pelos desassombros da dúvida, 
Pelo medo de entregar-se à luz. 


É de morte que eu falo. 
É de vida que eu tenho sede. 


(Naná) 
02/11/12





Anoitecer por dentro...


Da janela do meu quarto, 'debaixo' do brilho da lua, alada às incessantes introspecções, observo a chuva cair ... primeiro aos poucos, acompanhada de uma brisa leve que põe as árvores a bailarem, depois com o ritmo mais acelerado... 
Sinto o frescor do ar e o cheiro de terra molhada que me traz uma certa paz desconhecida, e desconecto-me por instantes do mundo que me circunda, deixando meus pensamentos percorrerem os meus póros. Fecho os meus olhos e entrego-me à essa dose de tranquilidade que percorre nas minhas veias, que trespassa os limites da consciência e acalanta o âmago. 
Por um momento me sinto enraizada à uma ordem sobrenatural que muitas vezes deixo passar despercebida. 
São dias que nascem, sóis que brilham, queimam, nos fazem inspirar, expirar e transpirar com o suor da labuta, incitam-nos e nos convocam à correria quotidiana, e trilhares de outras denominações de ações debaixo da aurora. 
Mas eu, um ser atribulado, hermético e nada convencional me regozijo com a noite. 
A noite é uma das coisas que mais me identifico, e é o momento mais especial das 24 horas de cada partícula da minha vida. 

São essas coisas tão simples como ver a chuva cair, sentir o vento bater no meu rosto, ouvir o som das árvores, os pássaros cantando, ou até mesmo essa minha fascinação pela lua, pela noite, que são meus guias, sustentáculos para vencer a lugubridade que por vezes tende à me sucumbir diante de um contexto desordenado que perambula pelo mundo... 

Num espasmo de introspecção, concluo que a natureza nos dá muito mais do que nos tira, e os seus sons, a sua órbita, a sua "pele", sempre trazem o homem de volta para aquilo que ele deve ser. 



(Naná) 
31/10/2012 


[Só para deixar claro: Notívagos são às avessas, mas nem sempre isso tem a ver com boemia].




"LOBOTOMIA"


Faz tempo que não escrevo nada tragável. Aliás, meus sentimentos sempre foram herméticos demais para que eu chegasse ao ponto de transcendê-los, derramando-os em folhas em branco, rasgadas pelas desilusões toscas que depois sempre fizeram-me rir. 
É, a vida dá voltas. Pensava eu hoje. 
 Pensava em como eu mudei, como me olho diferente no espelho, a maneira como me encaro, como eu vibro e como sucumbo, como eu grito e como choro diante do quotidiano, do alheio e do nada convencional. 
O tempo é sempre impactante e mede as nossas escolhas, cria conflitos ou praticidades, abre e fecha portas dentro de nós mesmos e dos caminhos que nos são impostos ou dos acasos que batem à porta. Essa tendência quase que maníaca de ser sozinha é um dom que sempre me calçou os pés e serviu de asas à alma; confesso que isso é um degrau pelo qual caí muitas vezes, estando descalça, desnuda, atada pelo medo que assola as mentes inquietas e paranoicas. 
Muitas pessoas me perguntam porque eu sou assim tão complicada e caminho de mãos dadas à evasão... e tais inquirições sempre me perturbaram por eu não saber a resposta. 
Foi então que busquei resquícios, indícios desses fantasmas e desse humor abrupto e da involuntariedade da disposição em criar "nós". Dei voltas e mais voltas, corri e parei dentro de mim, vivi e morri muitas vezes ao pensar, e não decodifiquei tal incógnita... descobri apenas que pessoas como eu, envoltas à conceitos difusos e até obsoletos sentem mais do que o consuetudinário, e esses sentidos são como lentes de aumento, e de aumento de distância também... 
Regozijo-me com a solidão, e isso assusta. 
Estou à margem da confraria retumbante, sou um peixe fora d'água, um avesso descabido, um ser tresloucado e vão, uma bomba prestes à explodir... 
Meu realismo à flor da pele é sempre lamentável, dramático e incoerente. 
Essa é a minha navalha de cada dia, âmago desafiador, briga de lobos boçais dos meus "eus" intransigentes... 

 (Naná) 
21/10/12





"Psicopatia"



Nem sei quanto tempo faz...
 ... desde que aprendi a inalar os ares metódicos e um tanto mais gélidos, embalando a nostalgia de outrora, que se afigura como uma sombra tentando descobrir o seu encaixe no presente, desconfigurado e ao mesmo tempo inócuo.
Raízes de sentidos inoperantes tentam se reafirmarem no âmago, suscetível e exausto de cultivos conflitantes e ermos.
É um ciclo vicioso, um horizonte infindável de teias e caminhos flexuosos.
 ... Deixei-me alongar num sofá qualquer, com um silêncio qualquer, em um momento qualquer, flutuando em mares revoltos, revestida de um temperamento fugidio, às margens de saber o que esperar, à que universo permitir-me singrar sem medo, ou sem ser acometida pela obliquidade que paralisa e freia, tornando as acepções meras ideologias deterioradas pela insegurança que corrói os póros da consciência...
 Essa psicopatia transcende as minhas forças, recobre a minha visão; e a minha tez, lívida, torna-se abocanhada pela tetricidade, deixando rastros de silêncio e uma inconformidade de poemas mal traçados nessas linhas tortas e desprovidas de coesão...


(Naná) 
17/10/12






Lembrar...


Eu gosto de quando esqueço de mim só pra me lembrar de ti... 
Embora seja um pensamento sem par e isolado do mundo real, é sempre bom ter por perto (embora longe) alguém que te paralise por um tempo, ou te cause uma certa taquicardia momentânea e repentina...


(Naná)
16/10/12



Vício.



Sou viciada em verdade. 
Alguns se assustam com a minha "cara-de-pau", já fui chamada até de promíscua por ser assim... 
Mas é que tenho medo da mentira, de tudo que fere a "fibra" interior, de tudo o que deixa algum rastro que não deve ser seguido, e o que cheira anodinia... 
Gosto da verdade, nua, crua, quente, sem "rodeios", cara à tapa, olho no olho, dente por dente... dane-se a culpa, dane-se tudo o que não hesita em tentar me prender à uma compostura cega, que não cabe no meu corpo e nem compra a minha alma. 

(Naná) 
13/10/12



"Junkie"


Mal sabem que esses espasmos de risos que afiguram-se no meu rosto lívido, contêm uma dose de frustração por serem mudos e sem graça...
Mas pessoas como eu se acostumam fácil à sorrir olhando para o espelho, mesmo enxergando amargura. Chego a pensar na minha alegria por sentir dor e poder dançar abraçada à ela nas noites mais escuras, ao som de Mozart, denunciando minha embriaguez da mente, acidental.
É uma sensação esquisita, mas prazerosa e sublime...
Sou "junkie" da dor, composta de descompostura, que escreve para respirar...


(Naná) 
13/10/12



Minha pele...


Sou grata à esse lobo que habita às ocultas, cá comigo, que me flagra nessa solidão macilenta e devora-me a impulsão de adentrar-me nesse mundo baço e distorcido que defronta com meus parâmetros invisíveis... Não prostituo minha mente com tal suscetibilidade desgraçada e sem rimas, enodoada de impropérios... envolta à ilusões com horizontes insípidos, e baixezas... 
Caminho, esguia, desprovida de quaisquer expectativas flutuantes nesse mar sequioso de que eu me afogue, em um impossível deslumbramento cego. 
Minhas histórias são tecidas à lápis, sem medo e sem culpa... descoloridas, nuas e cruas... ... e o lobo é a minha pele, minha segurança para que eu não sucumba... 


(Naná)
13/10/12




Verso


Qual é o verso que te compõe?


10/10/12


"Calar...... até silenciar"


26/09/12


Acordar...


Acordei me procurando, me tateando, olhando milhares de vezes para o meu espelho interior tentando de me encontrar. 
Não sei se me perdi em algum sonho, ou caí de cara na realidade, e ela me estapeando para acordar e me levantar. 
Acordei me sentindo livre de tudo e de todos, sem apego, sem expectativa, sem ilusão... e isso é completamente estranho: é como um ciclo de esvaziar-se ou estar "oco", mas feliz... é dar um tempo, não estar entupido de coisas, entupido de gente, de superficialidade... 

Talvez ser livre seja isso: não ter medo da nudez, não ter medo da mudança, nem da solidão, tampouco de refazer-se.


(Naná)
23/09/12



Eu


É tão bom estar cheio de si, e "oco" dos outros. Estou começando a gostar disso... Amor-próprio é muito mais eficaz do que migalhas de 'amores' alheios...

Naná
(22/09/12)




"Sussurro de uma introspecção incontida"


O que delimita a moralidade? Como fica esta, diante da quebra de paradigmas, do livre arbítrio, das analogias, da evolução, e das inúmeras acepções individuais perante todas as coisas possíveis? Existe alguma borracha que dissipa a imoralidade? Quem pode aplicá-la? 
As inquirições são ininterruptas, intérminas e gritantes. Criam atrito e são como uma bola de neve. Contradições, contravenções, transgressões, julgamentos, sanções, imposições, obrigações, defeitos e perfeições... 
Em que parte do mar estamos nós, nesse mundo? Navegando, fugindo, singrando, nos afogando, liderando, deixando-se levar pela correnteza, azafamados, despropositados, indiferentes, atentos, confusos... Superfície hermética, exímia de causas e conceitos incogitáveis ou indecifráveis, são as reflexões acerca do certo e errôneo. 
A medida da introspecção é incerta, e deve dispensar prepostos ou achismos; ao menos é o que penso, ao menos é desse modo que avisto esse nosso universo impetrante e sôfrego de respostas. 
A realidade cabe em "pratos" diferentes, transita em subconscientes diferentes, possui vários pesos e várias medidas. 
De qual a realidade nos calçamos? Ou de qual nos vestimos ou nos despimos? Enxergamos espelhos ou modismos? 

E volto à questão inicial: "O que delimita a moralidade?". O bom senso? Já dizia Descartes: ["INEXISTE NO MUNDO coisa mais bem distribuída que o bom senso, visto que cada indivíduo acredita ser tão bem provido dele que mesmo os mais difíceis de satisfazer em qualquer outro aspecto não costumam desejar possuí-lo mais do que já possuem..." - Discurso do Método]. 

Ou o que move o homem para o além-do-homem, proposto por Nietzsche: ["O homem é uma corda, atada entre o animal e o além-do-homem - uma corda sobre o abismo. Perigosa travessia, perigoso-a-caminho, perigoso olhar-pra-trás, perigoso arrepiar-se-e-parar. O que é grande no homem, é que ele é uma ponte e não um fim: o que pode ser amado no homem, é que ele é um passar e um sucumbir". - (Friedrich Nietzsche in - 'Assim falou Zaratustra' - pág. 227)] ? 

Somos nós que vivemos no mundo, ou o mundo que vive em nós? 


(Naná)
19/09/12





Mente Loquaz


Eu nunca fui uma intérprete perfeita, uma protagonista. Não passei de um efeito figurativo em muitas ocasiões, e para as pessoas tanto fazia ou não fazia. E esse "tanto faz", às vezes custa muito tempo e paciência, e fé. 
Sempre avistei as coisas de um modo nada convencional, o que é perturbador, eu diria. É sempre difícil enxergar sozinho, porque a vida passa e você se sente um extra-terrestre, ou um ser "fora de órbita" por caminhar de um jeito confuso e sem sentido para quem te circunda. 
Tá, eu sei que dizem que sou dramática, pessimista e afins, mas cada um tem sua especialidade em ser às avessas, de certo modo, pelo menos em algum aspecto. 
O fato de eu ser assim, muito me perturba, mas pouco me incomoda. Viver nesse contexto hermético é desafiador para quem o é, mas na realidade incomoda mais os outros do que a si próprio. 
E a palavra que me abre, eu sei que ninguém está disposto à dizer, ninguém está capacitado à correr riscos, à viver condenado à ser louco por olhar aqui dentro desse enredo tresloucado. 
Sabe de uma coisa? Eu já me habituei ser assim. Ser figurante não me incomoda, porque todo mundo quer ser protagonista e eu não quero o que todos querem. Ser igual é o que eu jamais quero ser, mesmo que isso me custe incompreensão e mofa. 
O meu jeito de sentir é torto, desigual, e não raramente eu me perco dentro de mim. 
Toda essa balbúrdia sentimental não fará sentido algum para quem o ler, se alguém ler, mas a verdade é que ninguém precisa ser compreendido, apenas ser respeitado. 


(Naná)
16/09/12