SEGUE-ME?

30 de junho de 2012

Estranhezas...



Tenho sempre essa estranha sensação de que você está por perto e que eu vou trombar com você em qualquer esquina, ou em qualquer rua que eu passar. Ando com o coração sempre desperto, quase saltando pela boca à qualquer "movimento suspeito"... e os dias têm sido terríveis, difíceis de serem engolidos, pois é como se você estivesse entalado na minha garganta me sufocando... eu não consigo me desvencilhar desse gostar, desse querer maluco. 
Até mudei os lugares por onde vou, troquei o meu perfume, e parei de ouvir as músicas que me fazem lembrar de ti... mas os pensamentos estão em modo automático, e não tenho o manual de instruções pra fazer eles cessarem... 
Você insiste em aparecer até nos livros de filosofia que eu leio, e nas estrelas quando olho para o céu... eu escuto o tom da sua voz até agora, e me arrepia o corpo todo quando lembro do teu abraço forte e decidido a me arrebatar... acho que foi ele que me amarrou em você, e eu não sei desatar esses nós da tua ausência. 
Eu, sinceramente não sei lidar com essas coisas, pois eu reconheço esse perigo que cresce aqui dentro de enlouquecer de vez... 
Sinto saudades desde o dia que te conheci, e desde que você apareceu, nada mais parou no seu devido lugar: é uma atrapalhação só, "meti os pés pelas mãos", e desatravanquei meu coração. 
Eu não sei mais à qual Universo pertenço. Se é o meu, ou o teu que insiste em bater à minha porta, querendo adentrar aqui com todas as suas preposições... 
Só quero a minha leveza de volta, e um pouco mais de rectidão nessa alma turbulenta e voraz.



(Naná)



Ando...


Ando tropeçando nas palavras, me perdendo no cálculo das horas... naufragando em sonhos. Hasteei a bandeira da minha liberdade para poder voar nos lugares ermos que ainda preciso desvendar em mim, e é proibido tocar no meu "sagrado". 
Aconselho que se aproximem somente os fortes, pois cansei de sucumbir com os fracos e incoerentes... meu raciocínio é abstruso e não gosto de "dedos" e convicções baratas tentando me agarrar. 
Sim, eu guardo algo de bom aqui beem no fundo, embora o enredo da minha vida não seja lá o roteiro que eu tanto planejei. Desaprendi a meticulosidade escarnecedora, e poucos me vêem como uma pessoa pouco duvidosa. 
Não consigo reatar com o simplismo, que vive "de mal" com minha introspecção. Não sou de poucas palavras, eu respiro confusão... 
Mas derreto-me com aquele abraço que me aperta e me tira do sério. Aquele cheiro de pele que se infiltra em meus poros, e aquele olhar que advém do puro sofisma... 
Eu amo o jeito que ele se expressa, e aquele anti-socialismo que me atrai. E eu quero poder devorá-lo na sua completude, sem limitar-me à quaisquer resquícios de pusilanimidade. 
Você é a única coisa que me completa e consegue reverter esse meu egocentrismo exacerbado. 
Eu diria que você é mágico, e um insano feito eu por deixar-se habitar aqui dentro dessa mente mirabolante.


(Naná)
28/06/2012



Segregado


Eu tenho um segredo e você tem a chave. Sabes bem que possui, e ainda me fez acreditar que é capaz de quebrar toda essa corrente hermética que me circunda. 
O irônico de tudo isso é que fugimos um do outro, por um medo legítimo de acreditar que toda essa reciprocidade é real. 
E caminhamos em lados opostos, mas com o pensamento em sintonia. Talvez seja por isso que penso tanto em você, e você em mim, como me disseste hoje. O nosso encontro dá-se nos pensamentos, e no espírito que alimenta essa chama que aquece o nosso sentimento, mesmo na distância. 
A sua ausência é uma presença triste, mas que me completa de um modo que não sei mensurar, e que não me cabe descobrir. 
Você sabe abrir os meus sorrisos nesse semblante rijo, como ninguém. Sabe amolecer esse meu coração desalinhado e esse meu âmago prolixo que se entrega, quando te ouve, quando te vê. E você entende tudo sem que eu pronuncie um vocábulo sequer. Você tem a fórmula para me decodificar, e o seu olhar é o mar que eu mais gosto de singrar. E me diz sempre, com esse seu ar de peripécias, que gosta muito de mim, e eu sempre desacredito. Desacredito em tudo! Mas no fundo eu sinto que isso arde, queima, e eu nunca soube te convencer sobre o contrário das entrelinhas, que são realmente a verdade. 
Mas eu fujo e tu foge. 
E ficamos sem nos falar, sem nos ver... 
E quando a ausência me sufoca, a minha vontade é de sair correndo desgovernadamente, desnudar a minha alma na sua presença, e encher a tua cabeça de confusão... me despir desse atravanco que me puxa praí, do seu lado... mas eu resisto, cruzo os dedos e caminho sozinha com esses nós que não desatam... 

O diagnóstico é preciso: as nossas almas não nos pertencem mais, e eu não sei como parar de te ter aqui dentro dela, pois não estou mais no comando da situação...



(Naná)
27/06/2012



"Há dias, há tempos..."


Há dias e dias estou me vasculhando, tentando exteriorizar de algum modo, tudo aquilo que me sufoca, que me trava, que me apaga, me ofusca... 
Ontem eu fiquei por algumas horas contando estrelas sozinha, naquele lugar que eu sempre disse ser especial pra mim, e que sempre vou quando estou triste ou quando preciso respirar, transpirar, refletir, inquirir, me evadir... E embora seja inverno, as coisas parecem estar mais frias do que realmente são. 
Ainda posso ouvir a sua voz grave, e sentir o seu cheiro que chega a me irritar de tanta ausência, e da sua boca quando encostava no meu ouvido e me falava sempre o que eu não esperava ouvir, mas o que eu realmente precisava. 
Eu acendo o incenso e fico deitada na minha cama, fitando o teto, que parece desabar sobre a minha cabeça, esperando que as lembranças virem fumaça... mas quanto mais o incenso queima, a evidência de quanto dói te ter aqui dentro, progride, e o quanto eu preciso aprender a me conformar com a minha decisão de te abolir da minha mísera condição de mortal, também. 
Já gritei pra mim mesma até ficar rouca que eu preciso te odiar, já li alguns livros pra tentar me centrar em coisas realmente relevantes, e já escrevi trilhões de frases e filosofias que nada me ajudaram a te tornar invisível. Me embriaguei algumas vezes com vinho, e outras com lágrimas... eu emudeci... Fiquei noites em claro, e dias no escuro. 
Muitas coisas consegui deixar pra trás, tirei inúmeras pedras do meu sapato e do meu coração também... sobraram vários espaços que precisam de uma "mobília nova", pois sentimentos saíram dali, embora ainda eu ouça ecos... mas tem um espaço habitado que continua ainda intacto, desde quando eu resolvi te deixar... é nesse lugar que eu passeio de mãos dadas aos meus solilóquios todos os dias, e ironicamente tento achar alguma circunstância pra me desapegar... 
E é essa a dor que mais me dói: ter que alimentar uma ausência que eu não dou conta, e o pior,uma presença que eu abri mão de arquivar na minha reminiscência. 
Você não sabe o poder que tem sobre mim... e ainda pensa que eu fui forte o suficiente pra te deixar pra trás... você não sabe que o que te embalou foi uma brisa apenas, e te deixou muito perto dos meus passos, e não foi a tempestade de vontade de esquecimento súbito que bateu à minha porta... na verdade o que bateu à minha porta é o desejo controverso do que eu sempre busquei: te trancar aqui dentro pra sempre e jogar a chave fora! Sim, ele bateu na porta, mas eu joguei as chaves e te mandei sair daqui, e a porta ficou aberta... acho que por isso esse entra e sai, toda hora aqui dentro de mim... 
E eu quero te pedir pela última vez, que me encare sem medo, e que olhe bem nos meus olhos, como aquele dia que me olhou e disse sorrindo que adora essa incógnita que sou e que queria me devorar... 
Em todo esse tempo que estive só, eu criei coragem pra dizer que eu, na realidade sempre amei os perigos, e sempre te amei... só que por ter tanta coragem de dizer e fazer as coisas, que eu decidi sumir da sua vida, porque geralmente as pessoas não se adaptam à loucos feito eu, e loucos como eu não têm medo de se desnudarem, ou de rasgarem todos os parâmetros da normalidade.... 
Tudo o que eu quero de você, é que você não seja você aqui dentro de mim, pois é isso que me mata.... 
Eu preciso que você seja diferente de tudo o que você foi e ainda é, porque isso me sufoca e meu fôlego vai explodir quando eu te procurar novamente, e todo esse sentimento vai explodir no seu rosto e vai queimar a sua pele... 
Então, por favor... pega todas essas tuas virtudes, e esse seu jeito que me faz perder o chão, e leva pra longe de mim... me ajuda, pela última vez a te apagar da minha mente, e por favor, nunca, jamais me diga essas palavras que outro dia você me disse: 
 "... Saiba que estou aqui. Sempre que precisar. Gosto muito de vc.... É meio viagem, mas eu sou uma parte de vc e vc é uma parte de mim!" 
Eu não quero amar, não posso ficar doente.... o amor me dá náuseas, me faz chorar, me faz perder o sono... e é a única droga que não sei superar!


(Naná)
27/06/2012




"Nostalgia By Me"


Lispector definiu divinamente o termo "saudade", metaforizando a clássica: "Saudade é como fome". E eis que eu, perturbada (pra variar), decidi descrever, desacumular essa redundância palpitando aqui no meu peito, essas retumbâncias que excisam o meu sossego: 

Saudade é como fome! 
Uma fome insaciável. Uma gula! 

Saudade é um pecado. 
Um pecado imortal. Uma sede descomunal. 

Saudade é como aqueles perfumes que exalam um encantamento paranormal, que te fazem perder os parâmetros do chão e do céu, e quando você se dá conta já está intoxicado com o nocivo "fel doce".

Saudade é insônia mascarada de desejo, miscelânea de angústia, borboletas no estômago e gastrite nervosa.  

Saudade é um bicho monstruoso que te devora aos poucos, te abocanha sem medo do tempo, e te estapeia impudica e descaradamente. 

Saudade é doença, saudade é cura. 

Saudade é a presença da ausência... 

Saudade é querer e não poder... 

Saudade é aquele vazio de se sentir impotente e longínquo, diante daquele íma que te puxa para uma direção ineloquente... 

Saudade é quando se olha pela janela, e o céu está cinzento, e o vento está gélido, as aves do céu deixam de ser tão coloridas, e o quarto é o lugar onde o teto parece desabar sobre a sua cabeça. 

Saudade tem o dom de parar o tempo. 

Saudade sufoca! 

Saudade me deixa louca, impaciente, tresloucada, desbocada, deslocada... 

Saudade é a roupa que tu vestiu, meu bem, e se afigurou de protagonista dos meus pensamentos, dos meus dissabores, das minhas lacunas, das minhas interjeições estupefatas e melancólicas, do meu fastio desinibido, e das vozes emudecidas que ecoam nessa minha mente maculada, envolta à perquirições descabidas. 

Minha missão inexequível é encontrar outro figurino para você... 
... o ensaio já terminou, será que dá pra parar de se vestir da minha saudade e parar de viver cá dentro desse meu cerne coagido e descompassado, me deixando com as mãos trêmulas, os passos trôpegos, a visão turva, e somente isso e mais nada???? 

Você é a parte do meu ego que mais me confunde, que mais me aprisiona, que mais me puxa pra baixo, mas ao mesmo tempo me eleva com as lembranças de outrora. 

Você é a parte mais irônica da minha vida, que eu tanto amo, mas que preciso, com toda a urgência do mundo, aprender a me esquivar de pensar, de sentir, de saber... 

Minha saudade, nas entrelinhas, é um medo tremendo de não sentir mais saudades de ti. 

Saudade é indefinível, é uma praga que nos acomete, puta sentimento intransigente, viu! 


(Eu falei que saudade me deixa tresloucada... haha!) 



 (Naná) 
 26/06/2012




" O amor..". (Nietzsche)


"O amor deseja, o medo evita. Por causa disso não podemos ser amados e reverenciados pela mesma pessoa, não no mesmo período de tempo, pelo menos. Pois quem reverencia reconhece o poder, isto é, o teme: seu estado é de medo-respeito. Mas o amor não reconhece nenhum poder, nada que separe, distinga, sobreponha ou submeta. E, como ele não reverencia, pessoas ávidas de reverência resistem aberta ou secretamente a serem amadas." 



(Friedrich Nietzsche, "Humano, demasiado humano", Cia de Letras, p. 289, aforismo 603, ano 2001, São Paulo)




29 de junho de 2012

"Vou apertar o play..."


Estou tremendamente exausta de solilóquios! 

Vou apertar o play, e aconselho que saiam de perto todos aqueles que têm medo de serem atingidos por uma bomba, pois inevitáveis são os estilhaços. 

Aí está a razão, a qual eu sempre mencionei: que só permanece quem realmente ama, e se for pra ser sozinha, que eu esteja bem acompanhada com a minha bagagem "nômade" e pesada, porém sóbria, diante do que realmente vale a pena. 

Acho pouco provável que avistem algum sentido nesse "decálogo", mas eu nasci da imprevisibilidade, e ainda não me acostumei a ter medo; logo, ajusto as velas, embora as intempéries me acompanhem pelo tempo, senão no seu todo... 


E como disse Caio F. Abreu: "Que seja doce".



(Naná)
19/06/2012


"Quebra-cabeça"


"Nunca ninguém me completará... eu sou um quebra-cabeça, o qual, perdeu as suas peças com o passar do tempo... e assim como esse tempo, as minhas 'peças' também são irrecuperáveis... 

São labirintos inextricáveis, novelos de aço que me enleam, fases de exprobação que divergiram do percurso de outrora, onde o mar era menos bravio, e as ondas nem queriam me afogar nesse excesso de consciência que me agarra pela garganta a cada passo que dou, e a cada tropeço que penso... 

Realidade vituperada pela causticidade, hermetismo à flor da pele que derrama à conta-gotas as minhas dores sobre a candura do papel... 

E então, eu fico debruçada sobre a janela, contando as estrelas que ninguém jamais conseguiu avistar comigo, embalada pela nostalgia da incompletude, ao som de Mozart, que colore as minhas noites lúgubres, e intérminas..."


(Naná)
19/06/2012









(Neruda)



"...e para não tombar, para afirmar-me sobre a terra, continuar lutando, deixa em meu coração o vinho errante e o pão implacável da tua doçura." 


 - Pablo Neruda -




Caminho...


Caminho, ainda desequilibrada na corda bamba que é sentir, entre tantos transeuntes que me acenam... passam rápido, correm, se atropelam diante de minha visão baça e distorcida por não saber bem ao certo o que virá pela frente. 
Horizontes longínquos, ainda temerosos... 
Minha inconsciência por vezes me hipnotiza e rouba-me os ares da serenidade, e tropeço nos passos, esbarro nos espaços... 
 Necessidade urgente essa de refletir, que me acomete... 
Vejo a vida passar indiferente, azafamada... e tenho dificuldades em seguir o ritmo. 
Espero sem esperar... minha paciência é meio acomodada, excêntrica e incompreensível. 
Caminho só, desatando os nós, rabiscando folhas de papel que insistem em voar pela exaustão do discurso difuso e inexequível que defronta com a minha inexatidão do repertório que enceno, nessa estrada sinuosa, envolta à labirintos inextricáveis, percorrida com passos largos... até chegar à alguma ponte, pra talvez pular, sem culpa, sem medo de singrar ilimitadamente...


(Naná)
17/06/2012







"Aberração"



Eu não acredito em pessoas! Por isso sou essa aberração ambulante. 
Confesso que já deixei-me iludir por pensar, outrora, que era constituída do mesmo tipo de entranha que os outros... mas o tempo, com as mazelas, abriu-me e virou-me do avesso... o tempo transpassou a carne, o cerne, as veias, os movimentos, os ecos, os sentidos... ele passeou em cada vazio e me trouxe à tona a verdade: eu não sou comum! 
Tentei fingir não saber, mas sou tão transparente que chega a ser irônico, mentir. 
Eu sou uma daquelas "coisas" que as pessoas desconhecem e se atemorizam... sou composta de labirintos, e de perdas, e de um amontoado de bagunça que torna a ponte entre os outros sempre mais longínqua... e cheia de obstáculos. 
Eu sou muita coisa que não sei, e tenho medo de ser assim... caminho com passos trôpegos de sentir, e não me "caibo" nesse mundo. 
Me sinto ínfima, esquisita e sem graça... mas brigo com monstros aqui dentro todos os dias, que devoram as minhas convicções de que ainda resta-me alguma probabilidade de ser notada sem a tal da rejeição pela minha inconveniência, a qual não ultrapassa o meu jeito de ser, natural... 
Acho que escrevo pra não me sentir tão sozinha, embora as palavras que eu "teço" não passem de linhas irregulares de raciocínio, vãos e ilógicos. 
Eu só preciso me acostumar com as coisas esquisitas que sinto, e a conviver com "pessoas"... não tenho alcançado muito êxito nessa árdua missão... aprender que o diferente nem sempre é aceito, e que eu sou um desses poréns que param pelo caminho... 
Na realidade eu não sei se tenho coração ou o coração que me tem... não sei se o meu cérebro é o que fala ou meus dedos que pensam rápido e vão deixando os pensamentos, como vestígios... resquícios de que algo transborda por essas linhas... 
"Pessoas", me perdoem por estar aqui no mundo de vocês... ainda estou me adaptando a ser deste modo sem incomodá-los. 
Eu não vou mais adentrar no caminho de ninguém, pois sei o meu lugar e não quero mais ser vítima de preconceito. 
Eu vou ser aquela aberração beeem comportadinha, que fala pouco e não se envolve, e que por sentir em demasia vai chorar quietinha no canto pra que ninguém o saiba. 

Acho que aberrações, por serem incomuns não têm pares... e nem sei pra que servem, afinal... na verdade, acho que só pra cobrir as lacunas das pessoas, talvez porque eu sinta demais, e elas, de menos... 

Mas tudo bem... Gosto das estrelas, da lua, da noite... e de ficar pensando como ser pessoa deve ser legal, embora eu não seja! 

Deve ser legal ser "menos cheio", ou "pouco cheio", porque aberrações são "fora de moda"... sentem muita coisa dispensável, e nunca passarão de simplesmente... "aberrações"!


(Naná)
16/06/2012






"Deixo cá, comigo..."


Eu amo a noite... A Lua, as estrelas... 
E todas as estranhezas que me visitam nesse mar revolto de sentidos que a escuridão me traz... 
E eu abraço a solidão... e ela me sorri de volta! 
Deixo cá comigo os turbilhões de pensamentos desgovernados... eles hão de fugir-me, quando as estrelas me iluminarem da indecisão de despir-me do meu ser tão veemente e transitório... sou composta de inconstâncias e recomeços... e é isso que me mantém pura, fiel e intransigente à minha loucura sensata.


(Naná)
16/06/2012




...




... e meu coração é um tolo desgovernado... só falta aprender a atropelar as pessoas também, porque já cansou de ser atropelado...

(Naná) 
15/06/2012

















Morcegos...


Morcegos me atraem... mas ao mesmo tempo me apavoram!
Contraditório, não???
Tudo em mim é às avessas!
Mas um dia, quando eu estiver sentada, no sofá da sala, pensando coisas impensáveis, ainda descubro qual o caminho, o alvo pra acertar em cheio e apagar as memórias indeléveis que me irritam por ser tão somente ausência, lacunas e insensatez!
E eu vou ouvir "wish you were here" sem ligar para o que a letra vai soar em meus ouvidos...
E eu vou caminhar na rua, simplesmente.... sem ficar pensando longe, sem procurar por vestígios, que te tragam na minha lembrança....
Vai ser como um vento que passou e nunca mais voltou... vai bater no meu rosto uma vez só, e não vou mais sentir o peso da falta...
Sou apenas mais uma das pessoas que deixou-se mergulhar no ceticismo perante a expectativa de reciprocidade que singrava nos sonhos, outrora.
Sim, eu sou uma boba, imatura, louca... assumo essa postura pré-potente, mas eu não entendo, nunca entendi porque pessoas simplesmente passam e se vão, como quando falamos "bom-dia" na rua para algum desconhecido que talvez nunca mais veremos...
E depois me pedem pra não deixar-me levar por essa postura pessimista, por esse tom de crueldade e desconfiança que me assola, e essa insegurança absurda por ter que conviver com essa carga de sentimentos que carrego aqui dentro, que se anula todas as vezes que se torna ímpar...
O efêmero multiplicou-se em trilhares de quilômetros de velocidade à minha frente... E eu nem tive tempo de me "explicar"...
Sabe, eu sou uma tremenda idiota mesmo! Mesmoo! 
As pessoas cada vez mais tornam-se estranhas para mim... e estou me abdicando da crença de que elas são realmente boas o suficiente para chegarem à um mínimo grau de sensibilidade visível. Sabe qual o problema? Eu sou o problema! Sempre fui! E acho que serei sempre! 
Eu não tenho par... Nasci com uma "fôrma" que não tem encaixe, e um coração demasiadamente cheio... cheio de estupidez que transborda e que depois faz me sentir ridícula por demonstrar tanta coisa que as pessoas não compreendem, e jamais compreenderão. 
E sabe de uma coisa? Eu não quero esquecer as coisas que me fizeram sorrir, porque confesso que foram poucas as vezes que me senti bem comigo mesma.. e raras pessoas conseguiram tal feito! Mas a ironia disso tudo é que é pretérito (imperfeito)... e de que adianta lembrar sozinha? Bahhh! Que tolice e balbúrdia sentimental! 
A verdade é que tenho tido uns dias muito ruins, muito mesmo! Aliás, qual o dia que estou bem comigo mesma? Me diz? E ainda as pessoas me cobram que eu seja menos pessimista e me ame mais... Mas como isso? Como vou me amar, me aceitar, se eu sou o problema? Como posso acreditar em mim, se tenho o dom de afastar todas as possibilidades que poderiam me fazer feliz? 
Acho que vou ter que ficar mais muitas horas no sofá da sala, alimentando essa introspecção! 
Vou deitar, até... quem sabe dormir, e deixar pra pensar para o dia seguinte... 

Pensar não me cabe mais, às vezes eu penso! Hahah! 

Acho que preciso mais de ação... sei lá... sumir, seria uma boa! 
Eu preciso de um "mundo novinho em folha", onde eu me sinta bem sendo como sou, patética e tonta! (é!). Mas acho que ele não vai dar tempo de existir na minha vida, não vai dar tempo de ser "criado", porque tudo sempre me é urgente! 

Ah... e tem mais! O pior cego não é aquele que não quer ver... o pior cego é aquele que sente!


(Naná)
12/06/2012





Enigmas


Eu gosto de enigmas!
Não! Na verdade amo, tenho o dom de atraí-los. Mas isso não significa que sou boa o suficiente em decodificá-los...
Me incluo nesse rol de indizibilidade (haha!).
Raramente as pessoas compreendem a minha sistematicidade... minha esquipatice e hermeticidade são marcas registradas... não sei não ser deste modo.
Pra falar outra verdade verdadeira, embora soe contraditório (hehe), fui acometida pelo niilismo com altas doses de pragmatismo, já nem me recordo desde quando...
Sei lá, eu sou um amontoado de bagunça na cabeça das pessoas, e na minha cabeça também (é!)...
É um frisson misto de rebeldia, insanidade, ironia e mais trilhares de adjetivações.
Eu não consigo ser inteira! Há muita coisa aqui dentro que me aperta a garganta e o peito, querendo fugir, mas acho que ainda não chegou o tempo de exteriorizar... nem sei se saberei... falta alguma chave... sei lá... Não sei! Estou escrevendo coisas desconexas, tentando desafogar essa inquietude que nada aqui dentro desse cerne compelido pelas incessantes introspecções... e sei, que mais uma vez meu discurso soará totalmente dispensável... Tudo bem, já me habituei em ser sem sentido, em estar sem sentido, em não enxergar sentido algum... 
Preciso reaprender posturas, mudar de foco... na verdade acho que preciso de outro planeta onde eu me sinta menos "et"... 
É chato ser assim, desintegrada, "fora de órbita" e sozinha! 
Tenho o dom da falibilidade! Só pode! 
É difícil manter os pés no chão, sendo alado... Muito! 

Só queria que as pessoas não tivessem medo desse "ser hermético" que sou, pra que eu possa sentir que ainda tenho probabilidade de ocupar algum espaço envolto de reciprocidade... o mínimo que seja! 

Que me seja permitido sonhar, ao menos... porque no fundo, bem no fundo, já contraí o vezo de ser "sem par".


(Naná)
11/06/2012





17 de junho de 2012

Verdades...


A primeira verdade é que as pessoas têm medo do que é translúcido; logo, elas têm medo de quem escreve, pois quem escreve, geralmente tem uma percepção maior do que é sentir.
A segunda verdade é que pessoas que sentem demais acabam ficando sozinhas, porque ninguém equivalerá à sua capacidade de sentir.
A terceira e última verdade é que, eu sou uma dessas pessoas eternamente sozinhas, mas que não exime-se à regra de ser inteira. Eu não abro mão de ser assim, e acho um crime não ser como eu sou.
Uso repelente contra máscaras, e isso apavora tanto quem se aproxima de mim... gosto da verdade nua, crua... pode vir quente também.... mas não seja muito fria, porque eu não sou fria... na verdade eu sou fogo! Não tenho tido uns dias muito bons.. hoje foi um deles... mas escrever me deixa sempre melhor... é como fazer faxina na mente, no âmago... tirar todo o entulho que quer me encurralar no canto do meu "ego", e quer me guiar na masmorra psíquica de enfrentar os dias, tão difíceis pra pessoas como eu. Ah, eu estou bem... é só questão de tempo pra ficar melhor!

Já dizia Nietzsche: "Detesto quem me rouba a solidão sem em troca me oferecer verdadeira companhia"...

E que saber? Dane-se esse tal niilismo...


(Naná)

04/06/12



Me esquecer?


Olha, você quer me esquecer? Me esquece então, oras! Só não tente mascarar as palavras, tampouco as suas vontades. Não será a primeira vez que vou ser esquecida, e eu nem vou morrer por isso. Olha só... eu ainda estou "vivinha da silva", pronta pra ser esquecida novamente. 
Não se culpe por eu ser desinteressante ao ponto de te deixar com dúvidas e com medo de prosseguir... eu não ligo mais pra essas coisas... o que não for meu nunca será mesmo, nem aqui e nem na China! Fazer o quê, né? Não sou eu que escrevo as histórias sozinha, e se fosse também, seria feliz demais, acho que eu ia enjoar de sorrir tanto, no fundo... hehe! 
E olha, eu aprendi a não pressionar tanto a caneta quando estou escrevendo os meus sentimentos (embora não aparente ser desse modo), porque a marca não será tão forte... assim quando eles crescerem e quiserem desabitar o meu mundo monótono aqui dentro, deixo-os livres... 
Não esquenta a cabeça, querido. Segue em frente, nem precisa me dizer adeus... pode poupar a sua energia, é desperdício gastá-la com pessoas que sempre serão fracas e incapazes de impedir que mais um sonho bata à porta, mas vá embora... Não me julgue falsa ou insensível (você bem sabe que não sou), isso é apenas uma semente de desapego à brotar aqui dentro.... foi você mesmo que me ensinou à plantá-la. 
Deixa ela crescer e criar raízes, e quem sabe eu fico mais forte para os outros esquecimentos que virão, não é mesmo? 
Longe de ser dramática, eu sou é realista! E você sabe bem disso, porque está indo embora, descobriu todas essas coisas e as chamou de "motivos" para ir. 
Eu sou sensível (muito), tanto é que sou boa com as palavras... mas eu prefiro que você vá embora de verdade, do que fique aqui do meu lado, apenas me fazendo cultivar vazio, embora eu seja boa em monólogos! 
Só não se esquece de uma coisa por favor: devolve a parte do coração que te entreguei outro dia, naquele nosso beijo que arrancou também suspiros da minha alma... devolve parte dela também, ficou faltando aqui por causa da ausência de reciprocidade. 
Mas só estou pedindo pra me devolver tudo isso (que é tão pouco pra você, praticamente insignificante), porque eu não gosto de lacunas... sim, eu tenho várias delas, mas é que mais uma me daria mais trabalho, entende? (ou não, tudo bem... tanto faz não entender...). 
Quer saber a realidade? Cansei de sentir sozinha... e não me venha com esse "discurso" de que eu faço pressão, porque é mentira! Eu apenas gosto muito... e eu não quero enfiar na sua "goela abaixo" essas coisas, eu só espero sinceridade... só isso que peço! 

Aliás, isso me fez lembrar de uma outra história.... que é preciso tomar muito cuidado! Isso mesmo, garota! Muito cuidado com eles.... estão sempre à solta! Sobrevoam sem medo nas noites mais escuras, e pousam nos teus ombros, quando você menos espera. E você gosta, até se habitua com eles... mas é tão incrívelmente mágico que você se cega! É verdade! 

Cuidado com os morcegos! Cuidado, garota! Alguns também são conhecidos como vampiros, mas dá na mesma! 



(Naná)

04/06/12




Pensamentos...


Andei pensando muito hoje.... na verdade corri nos pensamentos... tive meus altos e baixos, escalei montanhas e caí em poços, de tanto pensar... Chorei e sorri diante dessa letargia que me persuade à pensar em você... 
É, realmente eu sou adepta à hermeticidade desprovida de concisão, de mãos dadas às delongas... 
Oh, como eu falo demais com as mãos! Sou tagarela por escrever tanto, e meu coração é todo desorganizado porque não acompanha os dedos, desequilibrados e trêmulos quando escrevo sobre o que guardo na mais profundidade do cerne... na realidade nem é tão profundo assim, de tanto que cavei esses dias à procura de resquícios de sanidade. As lacunas gigantescas me permitem deslizar com mais frequência quando sou acometida pela suscetibilidade, bravia e inconsequente, que corrói as expectativas de cura. 
Ah, sua tola... você é especialista em querer cicatrizar os sentidos, estancar as amarguras que passeiam calmamente e sem pressa nas suas entranhas... não se preocupe com eles... Preocupação é para os fracos, que não permitem-se ser, sentir ou viver, embora ganhe a dor de brinde! 
Mas olha, viva sem medo, porque a vida prega peças até mesmo quando a prudência é absoluta. É verdade! Ela gosta de decorar alguns dias com balões coloridos, músicas que parecem eternizar-se no êxtase da alegria, e em contrapartida (pra quebrar o gelo), acinzentar outros dias, só pra não ficar na "monotonia" de ser feliz... entende? 
Ah, menina boba! Páre de se apegar aos sonhos, e querer se entregar ao clichê de que as pessoas um dia vão te enxergar com uma sensibilidade tão notável que você vai até desmaiar de susto. Bobagem! A vida é passagem... passagem pra se conhecer, para os outros te conhecerem, mas adquirirem desinteresse... Acho difícil encontrar empatia onde há muita passagem... é, o trem da vida é rápido... Só que você ainda não consegue correr muito bem pra acompanhar essas mudanças tão bruscas, que te puxam pra becos, praticamente despropositadamente... porque os ventos sempre te levam... mas olha, isso tem um ponto positivo: você aprende a se perder no meio do caminho, e depois aprende se encontrar denovo, com muito custo, mas se acha, atordoada, mas se acha... 
Essa é a vantagem do conceito efêmero! Você se renova a cada dia, e sempre tem algum sentimento novo batendo à porta, só pra não te deixar com o tédio do vazio... é como dizem: é melhor sentir dor do que nada. E que Deus me livre da anodinia! 
Tá, aí você vem e me pergunta porque eu escrevo tanta merda transbordante... e eu respondo: porque isso vai passar também. É apenas o meu "escape" desse sentimentozinho que está batendo à minha porta agora... mas amanhã ele vai embora, e vou deixar entrar outro, cá comigo. 
Tá, esquece! Deixa essas coisas de passagem de lado... não consigo me habituar com essa ideia de tempo... eu bem disse há algumas linhas acima que não aprendi a correr o suficiente... talvez minhas pernas sejam curtas demais, ou eu tenha muito medo mesmo de me tornar insensível e gostar de ser assim... 
Ah, deixa pra lá também todas essas filosofias baratas que eu estou tentando descrever aqui... é que eu preciso te contar uma coisa... é uma coisa chata, eu sei... mas é que eu aprendi a chorar sem derramar lágrimas... será algum sintoma de ter "calos no coração"? Acho que acumulei cicatrizes... sou mesmo uma idiota por permiti-las... é, você já me disse sobre essa minha amargura que sempre estraga tudo... e eu não vou te pedir perdão por ser assim, porque não tem nada a ver pedir perdão sem sentido, e eu sou sem sentido, desconexa, às avessas... cai na real, eu sou realista, pô! 
Já acostumei com as pessoas me denominando por milionésimas vezes, mas tudo sempre querendo me afirmar que eu sou uma boba, ou uma chata de galochas...Hunf! Isso cansa, mas eu já me acostumei... a gente acaba se acostumando com as coisas da vida, inclusive acaba tornando-se vidente... hehe! 
Você sabe o final do filme, e do embrulho no estômago que vem depois das borboletas... mas mesmo assim as deixa voar por um tempo dentro de você, até que elas não se contentam e vão embora, te deixando um vazio esquisito, mas você se acostuma... é, mais uma vez a prova de que tudo é efêmero, com exceção da sua convicção tão assertiva sobre as coisas que você vive... decálogos ou dilemas? Tanto faz como se chama isso, só sei que gosta de me perseguir quando tudo sempre parece estar bem... 
Mas sabe qual o problema, moço? Eu sou forte! Sim, é verdade! Sempre me dou oportunidade de quebrar a cara mais uma vez... e minha coluna ainda resiste em abaixar pra pegar os cacos... claro, culpa minha! Afinal, fui eu quem me permiti, não é mesmo? Eu sou ímpar em arranjar confusão comigo mesma... acho que já nasci toda atrapalhada, perdida no meu labirinto de ser... Ufa! Meus dedos estão doendo, logo eles vão criar calos também... 
Mas minha cabeça ainda resiste mais algumas "marretadas"... são doses diárias de "se liga, garota" e "caia na real" que eu preciso injetar nas minha veias para, ao menos, tentar ser "menos pior"... 
Me deu vontade de rir, agora... é sério... aliás, "é sério" me faz lembrar a sua voz... você sempre me dizia isso... mas dizia é pretérito (imperfeito)... Então, me deu vontade de rir por toda essa esquipatia descabida que eu sou no todo. Não tem nada em mim que não soe estranho... e eu rio porque eu queria ser normal, mas eu sou muito atrapalhada pra isso... embora goste de andar de salto alto, batom vermelho e ame roupa preta, o resto eu sou diferente... acho que eu tenho um coração batendo nos dedos, e um cérebro estrangulado no peito....
Olha eu, dramatizando novamente, né? Poxa... quantas palavras frívolas consegui empregar pra classificar toda essa balbúrdia mental, não é mesmo? 
Isso porque eu estava deitada na minha cama, cansada, já pensando em dormir... me deu um estralo, quase que um fantasma me levantando da cama, eu com um pré-sonambulismo, pra me meter à desaguar rios de asneiras aqui... que certamente ninguém perderá tempo em ler... (é óbvio)... 
Se bem que ainda é cedo, quase 2 da madruga... pra quem vive acordado demais, não tem problema dormir pouco.... 
Já estou melhor, enfim... estou mais leve, ao menos acho... todo dia deposito na minha caixinha colorida, os sentidos que eu guardo o dia todo, só pra não acumular no dia seguinte... pra não pesar, entende? E tem a questão do efêmero... as palavras não vão voltar, pelo menos não dessa maneira... 

Então eu respiro fundo e me proponho pra mim mesma... vai dormir, garota... no sono a gente esquece um pouco das coisas... a prática não leva à perfeição, mas ela sempre estimula a você superar (principalmente à si mesmo)... 

E então eu vou seguir o meu próprio conselho: cerrar meus olhos daqui alguns minutos, e esperar que todas as coisas passem, sejam da maneira que for... já que tudo tem que se cumprir, que eu cumpra o meu papel de viver... mesmo que seja através dessas mal traçadas linhas que escrevo, desprovidas de sentido, e afiguradas uma palhaçada mental... 

Mas a regra de ouro é: Não me julgue, nem queira me entender... porque das minhas urgências só eu sei, e só eu suporto... certifique-se antes de aproximar-se um milhão de quilômetros do meu farol vermelho, porque eu sou um arsenal inteiro prestes a explodir... mas se você conseguir ultrapassar a minha "visão de raio-x", sou eu quem preciso tomar cuidado... nunca se sabe das estranhezas que querem te atingir, não é mesmo? 
O alheio às vezes atemoriza, mas em outras vezes atrai... e é pior que íma...
E é disso que eu tenho mais medo: dos dias coloridos, que depois se tornam cinzas... onde eu que acabo sendo a atingida por munições que eu mesma deixei transpassarem as minhas fronteiras... ingratas fronteiras do coração, revestidas de falibilidade... Bom, já dei "nós" demais nas palavras... Vou dormir... Ah, e quer saber? Esquece tudo o que eu disse... vou quebrar as regras (na verdade vou fazer uma confissão: eu vou gostar de você mesmo que o tempo passe, tá? Mesmo que eu seja a maior babaca do mundo e você me odeie por eu ser tão imatura e tosca... só tô falando isso porque o que eu sinto, há um tempooo não tem sintomas da "passagem" que eu disse... está mais pra íma, perigo, fogo, do que passagem, porque você já ultrapassou minha "visão de raio-x" e eu te permiti vir do meu lado, mesmo que eu corra riscos...). Mas não se esquece de que eu sou doida, tá? E o quanto isso te incomoda... e o quanto isso me diminui... 

Boa noite, e beijos na testa! 



(Naná) 


04/06/2012 







"Olha, moço"


Olha moço, eu tenho esse meu jeito meio esquisito, que sonha alto, grita alto e chora baixo, mas eu não sei fingir o que eu guardo aqui dentro. 
Sabe, moço... eu gosto das coisas simples que as pessoas não conseguem ver, e por isso eu sempre sinto mais do que o conveniente, me desculpa (se puder). 
Eu entendo moço, que essas coisas assustam, as pessoas não estão acostumadas com a clareza dos sentimentos... eu entendo essa tua desconfiança e insegurança. 
Mas escuta, moço, apenas escuta... eu gosto de ti ! Não precisa guardar essas palavras se não quiser, mas apenas saiba nesse instante. 
Saiba que eu gosto dos teus olhos quando me olham, e do teu sorriso estrelado, e do aconchego do teu abraço, e de ficar apenas vendo as tuas fotos, lembrando dos nossos sorrisos... 
Descobri moço, que esses sentidos tomaram uma forma meio complicada de sentir, e que às vezes o coração chora...acho que é saudade! 
Veja bem, moço... eu não quero ser inconveniente com essas palavras meio tortas... mas é que eu não sei ser diferente, sou uma boba romântica mesmo! E olha, eu não vou te perturbar com essas coisas, mas por favor, não tente me impedir de sentir, tá bom? 
Eu me contento em ser feliz assim, só pensando em você... o seu jeito me encanta. 
Ah, e aquele texto sobre você, que me pediu, estou tentando escrever... mas você não vai acreditar quando ler, porque acho que você não acredita em mim, não é mesmo? 
Moço, entenda uma coisa: eu não fantasio as coisas demais, e eu não estou deixando-me enganar... na realidade você me faz sentir grande com todas essas coisas, e quase ninguém se preocupa em me deixar assim, toda boba, sorrindo à toa... entenda que certas coisas não têm explicação... 

Moço, eu sei que você vai ler e vai se calar... mas eu só quero que você saiba que eu estou aqui, sempre pensando em ti... não sei quanto tempo isso durará, mas eu gosto de saber que você apareceu... Deixa o tempo trazer o que será...  


(Naná)

03/06/12






"Urgências..."


Em uma análise nem tão sistemática assim, concluí que sou composta de urgências (isso há muito tempo)... e esse é um problema que ninguém consegue aceitar... Porque tudo que é urgente "soa" como fogo, tempestade ou qualquer coisa como desvario ou prenúncia ... e eu sou um pouco assim, impulsiva, ilógica... ... eu sou o resultado de uma aberração dos sentidos, sempre à flor da pele, mas sempre sem par...



(Naná)


02/06/12







"Memórias Póstumas"


Vou parar de escrever...
... Pensei... pensei, pensei e pensei mais umas duas dúzias de vezes... E está decidido!
Preciso parar de reafirmar esses sentimentos que ecoam aqui, no meu âmago... preciso sumir de mim, de todos os desejos que eu sei que preciso, mas que não serão mais do que querer, apenas...
Sentimentos poderiam sair do coração, pra morar somente no papel, mas não acabam depois que se exteriorizam (infelizmente!)... na realidade, exteriorizar é sinônimo de desnudar-se, deixar-se à mostra, e sabemos que quando o alheio intervém, complica!
Só não sei o que vem depois da decisão de parar, já que eu sou movida por sentidos tão contundentes... Eu não sei sentir sem escrever... Embora todas as palavras que descrevo, reflexos do que sou, sejam tão dispensáveis... Sim, é verdade! Ninguém tem nada a ver com o que sinto ou deixo de sentir, ou sobre o que penso, o que sou...
O meu desinteresse por mim mesma bateu à porta, todo ofegante, exaurido de falar até silenciar, sem que ninguém tivesse sido capaz de ouvi-lo...
Confesso que estou com medo de como será sem o desabafo desajeitado e torto, com cheiro de sentimento fresco e alma transparente, que deságuam no papel, como rios que deságuam, cada qual em seus mares...
É tanto tempo de dedicação perdido... mas não sou boa nisso, não é pra mim... mais!
Acabou-se! Sem delongas! Sem culpas! Descomedida, cara à tapa, sem armas, sem restrições aos choros e às noites sem dormir pela inquietude que passará a habitar aqui....
Vou encontrar outros modos de não sofrer tanto...
Alguns vão me inquirir sobre o "porquê" dessa decisão tão repentina... aí então, eu vou respirar beeem fundo e dizer, provavelmente com a voz rouca e o sentimento à flor da pele:
"É sempre difícil pegar na caneta pra escrever, pensando em alguém que jamais pensará em você."
Eu acredito na divisão de mundos, porque estou em outro, invisível... e por mais que eu grite aos sete ventos, ou escreva trilhões de sentimentos no papel endereçados à Ninguém, eu jamais receberei como resposta a reciprocidade que eu tanto espero.
Vou rabiscar todas as folhas, depois com o tempo crio forças para rasgá-las. Vai ser difícil à princípio, mas eu supero... Eu sempre supero!
Aprendi a ser mais forte com a dor e com as lágrimas do que com sorrisos.... Acho que os sorrisos me hipnotizam mais do que deveriam, e me tiram da realidade... já a dor, cria raiz e me deixa com os pés bem presos ao chão, pra ver o que não me cabe mais prosseguir...
Enfim... Cada um sabe das suas armaduras, ou pelo menos acham que sabem, como eu....


(Naná) 

31/05/12






Precisa-se de "acasos"...


Estou precisando de acasos! Não quero mais lembranças engarrafadas...
Prefiro as tempestades que tiram os meus pés do chão e me movem para outros lugares, me trazem novos horizontes.... Acho que eu combino com a tribulação!
Preciso sentir falta de ar, sentir as pernas bambas e o coração saindo pela boca. Preciso de emoções novas, lugares novos, cheiros que ficam, abraços que colam, beijos que queimam... tipo queimaduras de terceiro grau!
Preciso de sorrisos que se voltem para mim, de palavras que quebrem a minha insegurança, e silêncios que me apaixonem. Eu quero ter asas, soltas, livres, multicoloridas, só pra voar pra beem longe de toda essa monotonia.
Estou cansada de lacunas... de solilóquios... de esperar à toa por todos os cantos, esquinas e ruas, só pra ver o teu olhar passar diante dos meus olhos, sem sequer ter me percebido.
Estou exausta de gritos emudecidos, de palavras que não fogem ao papel... Estou triste por sempre sentir demasiadamente, e afigurar-me anônima, ou por sonhar sozinha quando encosto a cabeça no meu travesseiro, toda noite, pensando em uma incógnita.
Me acomodei a sentir frio, indiferença, solidão... Me habituei à tantas coisas, na verdade... sentimentos sem pé e nem cabeça, expectativas furadas, que ainda insisti em guardá-las, embrulhadas na caixa de presente que recebi, outrora.
Complicada essa história de desapego, mas é algo análogo ao recomeço. Acho que eu preciso ser um pouco menos de mim mesma, na verdade muito muito menos. A verdade verdadeira mesmo, é que: Eu preciso que precisem de mim...



 (Naná) 

 30/05/2012






Cá veio a inspiração...


Cá veio a inspiração, toda ousada e maluca, e sem pé nem cabeça... sem licença, e me coagindo à inspirar, transcrever, transcender a compreensão...
Ah, esse pendor pela "filosofia da vida", transmutou-se em vezo. Pensamentos vão e vêm feito corcéis desgarrados, arautos do âmago, antinomias que consomem os ditames; acometem a acuidade, arrebatam as expectativas de cura perante as perquirições viciosas.
Os pensamentos são exímios na arte da hermeticidade, auscultam e trazem à tona o alheio. Nunca fui alguém moldada pela concisão, e isso sempre me foi um grave problema. Minhas acepções tortuosas e disformes sempre ocasionaram deslizes de reciprocidade; acho que ainda tenho muito trabalho à frente ao decodificar-me.
Meu universo por diversos tempos afigurou-se (e por muitas vezes ainda afigura-se) errático, paralógico... é essa acatalepsia dos sentidos que furta-me o sono, coloca asas nos meus dedos e interrogações no cerne; mas em contrapartida é esse afã perene que me extasia, me move, me preenche de certo modo, mesmo com uma dose de insipidez, outra de letargia, e diversas outras que me embalam nesse trem sem destino identificado. Embora conversar com as folhas de papel em branco transpondo muitas vezes a ausência de sentidos, aparente ser solilóquio, ou até mesmo uma missão inexequível, esse automatismo é análogo ao lenitivo da minha sobrevivência. As pessoas riem da minha loucura, e prenunciam meu endeusamento, mas são poucos os que não perdem o equilíbrio ou não trepidam quando trata-se de "ich".
Talvez eu contenha um espírito difuso, e a genealogia da moral não me caiba. Sou ascética nata à dúvida, ao que intriga e tira-me do chão. Sou movida pela insegurança, na verdade sou uma artilharia inteira prestes à explodir o empirismo.
Há contrastes por todos os meus "ângulos", angústias prontas a escalarem o poço do desconhecido, alegrias presas na garganta, medos que riem de mim na corda-bamba que é viver. Talvez ainda tudo isso seja indício da síndrome da singularidade.
Preciso debelar toda essa esquipatia antes que seja tarde, e eu entregue-me legitimamente à evasão.



 (Naná)  

 29/05/12



É engraçado...


Engraçado como as pessoas me vêem nas ruas com cara de que pensam: "Nossa, como ela mudou!". É, certas coisas são explícitas. Sim, eu mudei muito. Cresci, apanhei da vida, e senti o gosto de me tornar mulher, com todas as coisas dentro: amor, raiva, amargura, frustração, medo, insegurança, ingenuidade, uma dose de causticidade, insanidade, felicidade e tudo mais... o tempo não me deixou imune de sentir em demasia, mas não me tirou o gosto da leitura e da escrita desde pequena. Acho que desde que eu me entendo por gente. Eu mudei, mudei para melhor, para pior. Cresci mas também me diminuí em algumas vezes... inevitável e óbvio. Ciclo natural. Sabe, raramente me bateram na porta perguntando se eu precisava de algum tipo de ajuda. Acho que na realidade sempre tive resistência em pedir, e fui aprendendo a subir os degraus da vida, com tantos passos trôpegos, e em algumas vezes fugidia à razão que me motivava a prosseguir dentre tantos tombos. Engraçado também é fazer uma "releitura" da minha vida. Sempre fui esse ser esquipático, sem graça, mas recheada por uma inquietude que não cessou até hoje... Problemas com auto-estima eu nem me arrisco a dizer, porque isso também está explícito. Mas ao menos assumo esse problema com a auto-aceitação, e ainda não morri por isso. Ah, a vida não tem sido fácil ! Creio que desde quando criei essa fixação pela essência das coisas, acho que fora lá pelos meus 9 ou 10 anos. Desde então as coisas se tornaram mais complexas a ponto de fazer meus dedos trabalharem muito escrevendo... Cadernos, perdi a conta! Nem eram diários, mas sim meus livros... do meu universo impenetrável, intangível. E o grau de pensar foi se desenvolvendo, mas ainda não me foi o bastante para meu desabafo. Acho que ainda tenho que pedalar muito pra chegar no topo, suar muito a camisa pra ter alguma conclusão de qual "bicho" mora aqui dentro. Se é o bicho da ousadia, impudica e propriamente dita louca, ou se é o da timidez que ainda me prende nas masmorras psíquicas... Missão inexequível? Eu diria instigante. É, acho que o problema das pessoas comigo é a minha hermeticidade, sim, eu acabo as afastando.... outro dia me disseram: "Tenho medo de você Najla", e eu fiquei martelando isso, tentando mais uma vez me decodificar... Às vezes eu peço à Deus: "Por favor meu Pai, me torna uma pessoa normal", e ploft! Nada acontece! hehe! Meus ex- namorados sempre sofreram com isso, espírito arredio, indomável, diziam eles. E me achavam egoísta e mandona. Eu, claro, me defendia. Acho que o que sinto é sagrado, mesmo que eu mesma não compreenda bem o que sinto. É como se fosse uma missão em um labirinto inextricável, e eu não posso me abandonar, caso contrário não serei mais eu mesma... Sim, eu viajo na maionese.. hehe! Estou escrevendo isso, mas sorrindo pela peraltice e tolice do desabafo torto, desinteressante e dispensável. Mas com essas e outras descobri que ser livre não dói, e se incomoda, as pessoas que tratem de sair do caminho, porque não quero me privar de dizer... eu não sou uma voz emudecida, eu prefiro gritar pra que saibam quem sou. Claro que, neste caso, nem tudo está explícito.... hehe! Mas eu gosto de aventuras, e de coisas novas... mesmo me apavorando com o novo eu enfrento, mesmo me corroendo com lágrimas, ou morrendo de tanto rir, eu venço... e vou vencer todas as vezes que eu quiser e precisar vencer... E talvez eu machuque, talvez eu me machuque, não sou nenhuma santa! O importante é que saibam que assumo os riscos, e embora a minha ingenuidade seja aparente, eu não sou tanto assim... eu aprendi a ser mulher, com salto alto, batom vermelho, sangue quente e cara à tapa. Se alguém quiser brincar comigo pode vir, mas cuidado com o meu fel doce. Se alguém quiser me amar, saiba que eu vou me derreter feito manteiga e vou sim, deixar transparecer por inteira a minha franqueza. Eu sinto muito, mas sinto demais, quero demais, amo demais, falo demais, grito demais, escrevo demais! Sou tudo à enésima potência. Para que mascarar as coisas, se Deus as vê como elas realmente são? Eu sou partidária à minha essência, e as pessoas com suas ideias e sujidades que se danem! Sim, isso incomoda, e muito! E eu cansei de brinquedos que quebram, estou construindo meu próprio castelo, bem no ápice da minha alma. E não vou deixar que sentimentos indignos tentem derrubar o meu sonho de me sentir uma pessoa melhor mais capaz de ser feliz. Minhas regras serão cada vez mais claras, e todo cuidado é pouco! É eu mudei! Que seja bem-vinda a mudança de cada dia, mesmo com as suas pedras, deslizes... o bom de cair é voltar mais forte, e se eu não voltar, vou ter certeza que cumpri o meu dever em ser o que eu achava que era certo ser. E... ... Ufa!



(Naná)

27/05/12