SEGUE-ME?

22 de fevereiro de 2012

A minha doença....


A minha doença é o excesso de consciência. E por pensar tanto, pela demasia da introspecção, me afasto da realidade a qual as pessoas são capazes de enxergar e denominam-me insana. Pensamento é armadura, subterfúgio de tolos, gritam em voz alta, e a repulsa sussurra em meus ouvidos. Mas eu ainda sou a mesma, embora eu não soubesse quem eu já era. 

[Naná]
13/02/2012




Cansei....


Cansei de expectativas furadas, palavras vazias e corações dispersos. Tomei uma dose de antipatia, necessária para poder sobreviver nos dias mais monótonos, e para combater a imoralidade de quem goza de humilhação e injustiça. As lágrimas correm secas na garganta diante de um semblante onde poderia existir luz e alegria. A dor tem sido o meu sustento para permanecer forte e não deixar-me sucumbir... e eu vou colecionando mazelas, cicatrizes que são mais difíceis com o tempo de serem curadas.
Afoguei-me em minha própria amargura, em um canto qualquer, escondida, longínqua de todos os que costumam me julgar e voltei mais sóbria. Mas como tudo tem um preço, essa tal sobriedade trouxe consigo uma consciência gritante que me torna um alguém tão diferente por ter aprendido a enxergar a realidade nua e crua. E esse sangue que corre nas minhas veias tem sido meio frio, e eu até sinto repulsa de ter que existir dessa forma para não desabar de vez... os meus tombos me fizeram crer que a crueldade da vida trespassa a capacidade de assimilação por minha consciência, pasma e solitária.
Talvez seja minha insanidade que esteja transcrevendo tais palavras neste exato momento, mas ela é advinda de uma dor profunda, pelo despropósito de ser alguém que eu nunca imaginei ser, vivendo uma vida a qual é o avesso de viver. Essas palavras são resquícios do desalento que se instala em mim, ou talvez, meras sombras do princípio do torpor....


[Naná]
12/02/2012





Se me perguntarem sobre a vida...


Se me perguntarem sobre a vida, certamente eu diria que ela tem sido bem difícil. Mas para quem a vida é fácil? Talvez seja fácil apenas para quem não faz absolutamente nada, ou é um conformista de primeira categoria que deixa ser tomado pela anodinia na maior "cara-de-pau". Sim, estou com vários nós na garganta, difíceis de serem desatados... e sinto-me frágil, impotente, e com uma dose de desorientação, ainda caminhando com passos trôpegos sobre a estrada da vida. E os "porquês" ressoam na minha mente, tentando decifrar o códigos das inconsequências, as quais somos acometidos por causa de outras pessoas, com o passar do tempo... Em certos momentos a vida parece querer me afogar, ou a bússola da consciência quer me atropelar... As estranhezas são de uma hermeticidade tamanha, e é necessário ser forte para enfrentá-las, mesmo sem compreendê-las. Talvez em algumas vezes eu não tenha tal capacidade de ser receptiva, porque dói admiti-las em nossas vidas... Mas assim como o tempo traz, ele também leva. Assim como se planta também colhe-se. Talvez a minha colheita demore, mas tenho a certeza de que as sementes que estou plantando são as melhores possíveis, embora as pessoas não as enxerguem, tampouco entendam do que falo... mas mesmo em dias chuvosos, intempestivos, onde me senti só, e com uma necessidade indizível de colo, Deus me acolheu, na minha pequenez, e me fez forte para vencer. E aos que me julgam mal, eu não faço questão que fiquem em minha vida, pois eu não faço questão de coisas e, principalmente pessoas dispensáveis.


(Naná)
22/01/2012









Eu vou...


... E eu vou continuar a escrever, mesmo que me julguem com prenúncias e "argumentos" desprovidos de concretismo; embora eu acredite que julgar os outros pelos sentidos requer uma análise tão profunda para que os seus próprios sentidos não se misturem com os sentimentos alheios. A realidade é que as pessoas vêem somente o que desejam, e isso, na maioria das vezes, não condiz com a essência do próximo. Sentimentos são singulares à cada indivíduo. Por isso, deixa-me sentir, quietinha, no meu canto. Não tente me inquirir, tampouco saber o que em mim se passa. Eu tenho mesmo essa alma inquieta, com sentimentos herméticos e prolixos... mas deixa-me sentir, desvendar o meu próprio labirinto inextricável de ser...



(Naná)
15/01/2012









3 de fevereiro de 2012

E a vida.... disparate...


A vida é um eco de sentidos desconexos, envolta por labirintos inextricáveis.
Talvez seja até utopia, ou despreparo de minha parte não saber viver.
Os caminhos árduos deixam em meu semblante marcas de uma batalha entre convicções, percepções, ações e incompreensões.
Viver é de uma hermeticidade tamanha para quem quiser desvelar as significações.
É uma fuga inevitável da subjetividade e um mar revolto que traz com suas marés, mazelas, inquietação, torpor.
Perdi a avidez de fazer sentido, de querer sentido.
Às vezes teimo no despropósito de fingir que eu não sei sobre a consciência que me atropela pelo caminho...


(Naná)