SEGUE-ME?

29 de setembro de 2010

"Arrisco?" ...

“Hoje preciso de um pois, hoje preciso de um Sim...
O que é que queres de mim...
Hoje sinto-me assim”.

(Quarto 210 – Linda Martini)

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...


Inconstante, Insensata, Insana...
Ah... Creio que dessa essência não desvencilho-me!
Cheia de Altos e Baixos.
Dúvidas e Medos.
Eu escrevo o que sinto...
Escrevo o que penso.
Não dou trela à críticas...
Tudo está às avessas...
Por que seria tão ruim ter opinião própria?
Ah... Mundo Caótico!!!
Mostre a tua face...
Dê a cara à tapa...
Corra... Busque...
Aja!!!
Por si mesmo.
Eu estou cansada da “mesmice”...
Cada dia pinto meu quarto de uma cor...
Cada dia ouço uma nova música...
Grito, choro, rio, aquieto-me num canto.
Eu dependo apenas de mim.
Mas eu arrisco em arriscar...
Tentar sobreviver assim nesse mundo.


Será que devo prosseguir e arriscar?


Arrisco.. ou... Não?




(Naná)

24 de setembro de 2010

"Quarto 210"..



Hoje o dia amanheceu cinza.
Os pássaros voavam para o norte,
Deixando-me sem seus cantos matutinos,
Embora eu apenas os ouvisse em meu quarto escuro...
O Sol não apareceu mais uma vez...
Nem sei por qual motivo ainda ouso escrever.
Talvez seja o que me resta.
Apenas folhas de papel em branco,
Esperando o meu sangue a ser derramado por versos tristes.
Minha alma aturdida,
Quer dissipar tudo.
Quer me suicidar.
Sou refém do desalento que habita aqui...



Estou perdendo meus sentidos...



Talvez seja hora de partir...



Meu coração está vagaroso...
Talvez seja a amorfia.
Talvez a Saudade esteja agonizando...
Ou estou sendo acometida pelas últimas horas que se esvaem...
Amor que se escorreu pelo ralo...



Vou cerrar meus olhos,
Quero fazer-me cessar...



Deixarei meu corpo estacionado ao teu lado,
Tempo que não existiu...
Tempo que me consumiu...



(Naná)





"Linda Martini - Quarto 210"

23 de setembro de 2010

"Memórias Póstumas"



Já dizia Drummond: “A ausência é um estar em mim. E sinto-a, branca, tão pegada, aconchegada nos meus braços”...


Cartas à um Ausente...
Palavras não-ditas...
Sentimentos, apenas arquivados...
Tua ausência inflama-me o âmago.
Ainda guardo tuas cartas...
Ainda as incinero.
Um dia...
Preciso!
Julgava morto o tempo do pretérito,
Mas á tona ele vem e entorpece-me em melancolia,
Um tédio profundo de saudades...
Ausência?
Estás aqui...
Abraçada a mim...
O tempo lá fora é mais taciturno...
A tinta da caneta é mais escura
Nesta folha de papel tão lívida e vazia...
A cada vez que lhe escrevo,
Trago-te da ausência...
E renasço para a morte novamente.
Até quando?
Voe com o vento, para o Sul dos meus pensamentos.
Muito abaixo do consciente...
Tão longínquo dos olhos do meu cerne.
Preciso recuperar a sanidade...
Antes que me roube para sempre.



(Naná)


22 de setembro de 2010

"Mar Revolto"



Com o passar das horas...
Deixei-me abandonada à um sofá qualquer,
E espalhei as minhas memórias no chão da sala.
Recordei-me do tempo em que me bastava os sonhos,
E que, ao pisar no chão, descalça, não sentia o frio da realidade.
Às vezes penso que não me cabe mais pensar,
Nem sentir,
Nem mais tentar enxergar
Ou alcançar quaisquer compreensões.
O meu mundo é desconexo,
Apenas sobrevivem as contraditoriedades, que afogam num mar revolto os meus sonhos,
E me impedem de singrar num mundo que apenas é de outrora,
Não existe mais no Hoje.
Maquiei-me, pintei meu rosto,
Talvez seja para tentar ocultar o semblante exausto,
Ou talvez, fugitiva de um mundo no qual não gosto de fazer parte.
A brisa ainda me traz você,
Ainda está explícita a tua ausência aqui, comigo.
E me abraça forte, nas noites frias,
Envolta aos lençóis...
Bailo com minhas lágrimas,
Num palco ridicularizado pelo afeto ou sentimento que ainda possa existir.
Os meus anseios aturdem-me.
Eu preciso de um tempo para esquecer o teu tempo em mim.
Apenas um espectro que habita num coração vazio,
Um coração despedaçado,
Insano, inconseqüente.
Tenho aqui dentro, um Inimigo,
Que fez pacto com minha alma,
De não me deixar em paz.
E eu não sei...
Até quando serei capaz,
De ser refém de mim mesma...
Vou consertar as minhas asas,
Desatar-me das correntes,
Sair sem rumo...
Nem que seja para me afogar no mar...
Mas preciso sair daqui...




Desse lugar.




(Naná)

18 de setembro de 2010

"Tempo... Tarde".



Os dias passam sempre na mesma monotonia,
Tomados por um céu cinzento,
E um ar frio, indiferente à vida.
Da janela do meu quarto, sempre vejo refletido os momentos,
Momentos os quais, em outrora eu vivi sorrindo, encantada.
Hoje estou evadida aqui nesta prisão,
Onde tudo é incerto,
Onde o teto pode desabar a qualquer momento,
E atira facas em meu âmago.
Onde as paredes parecem mover e me comprimir...
A pressão em meu peito é a cada dia mais forte,
Posso sentir o frio da morte,
E a saudade a me sufocar.
Em meus lençóis negros de angústia eu me ancoro,
Sobre um chão sujo de sangue,
Sangue que derramei a cada dia que eu não fui devolvida,
A cada vez que eu esforcei-me em amar,
Sempre me foi tirada uma parte.
Sou doente, em estado terminal
E não encontro mais os sentidos,
Esqueci-me da razão.
Deixo-me seduzir pela escuridão da noite,
Embalo-me aos tons fúnebres nos enterros de meus sonhos...



Talvez, quando tu vieres,
Seja tarde...



E encontres apenas um corpo pálido,
Num canto qualquer.
Já sem poder abrir os olhos,
E sem poder sentir a dor de recordar de ti.
Enquanto eu estive agonizando,
Tu, certamente, estavas abraçado ao teu orgulho, movido pelo escárnio de meu “amor-imperfeito”.



Assim, quando me veres,
Pegue as minhas mãos e olhe-me pela última vez,
Sinta o cheiro do meu sangue.
Dê-me o último Beijo.
Aquele que esperei por tanto tempo em vida,
Aquele que talvez, se tivesse sentido antes,
Não teria sido tarde,
Para viver,
Nem para Amar.



(Naná)



17 de setembro de 2010

"Passagem...."


Estou aqui de passagem,
Acometida por um estado terminal...
De amar...
Não tenho o direito de abordar ninguém pelo caminho,
Tampouco tentar provar algo sobre o qual não compreendo.
Tenho a mim mesma,
Os meus passos lentos, ou rápidos, que me levam até as minhas masmorras.
As mazelas,
E alguns poucos pensamentos e sentimentos que levam-me à um sorriso ofuscado.
Não oculto-me.
Quero que vejam o que sou.
E compreendam que eu não possuo tal dom...
De prosseguir sistematicamente....
Acreditando no que eu nunca senti, e jamais farei jus...


Não nasci para o amor.


Nasci para ser Uma.


"Apenas Eu"


De mãos dadas aos meus versos vãos e fúteis...






(Naná)

"Indelével..."



Cinco horas da manhã, do dia 16 de setembro de 2010:
Após Uma noite de sono, mal-dormida, enleando sonhos incomuns... Acordo envolta aos lençóis, tão lívidos... Tomada por uma perturbação notável.
Levanto. Vou até o espelho e tento enxergar algo que faça-me ter algum sentido.
Introspectiva por alguns minutos...
Decido ligar o rádio, para ouvir alguma notícia, que talvez fomente alguma idéia, ou algo que alivie a tensão dos sonhos ...
Inexplicavelmente está a tocar a nossa música... Tão serena... Tão branda, tão afável...
Volto-me para a minha cama. De volta aos lençóis...
Sentimento memorável e tão explícito... em meu âmago.
Retrocedo ao pretérito,
E a Saudade Tétrica, mais uma vez vem visitar-me. Abraça-me forte,
E eu perco os sentidos.
E abandono-me em lágrimas.
Apenas Quimera, ter-te ausentado de mim...
Sou coagida o tempo todo por memórias indeléveis...
A saudade é um escárnio intrínseco. E sempre sorri quando me vê... Hostil, inexorável. Sentimento ardil...
Procuro a tal resiliência... Mas ela sempre está oculta...
Sobram-me, enfim... Apenas resquícios... de Nada.
Mais uma vez...
Você está aqui...
Tão perto de mim, ao meu lado.
E eu não posso tocar-te,
Nem abraçar-te,
Nem beijar-te.
Tampouco sentir-te.
Apenas um espectro a assombrar-me.
Ainda guardo os versos que outrora escrevestes para mim,
Ainda sinto o teu beijo doce em minha fronte,
Ainda vejo o teu olhar me matando,
Ao som do meu último Adeus...
Eu não posso reagir,
Nem sou forte o suficiente para te matar em mim...
Eu sou apenas assassina de mim mesma...
Assassina dos meus sonhos,
Os quais ateei fogo e jurei nunca mais tentar sonhar.
Eu apenas mato-me a cada momento que recordo-te,
Isso me consome, isso faz-me evadir de Viver.
Continuo a queimar os pensamentos,
Mas eles nunca tornam-se cinzas.
Possuem o poder de materializar-se novamente.
Espero no vazio,
Talvez,
Algum dia poder sentir-me abraçada de verdade...
Tomada pelo fastio,
Deito novamente, e decido dormir,
Ao menos, tentar.
Recurso inútil na tentativa de aplacar a dor que me aperta o peito,
E estancar as lágrimas incessantes.
Pensamentos gritantes,
Reciprocidade ausente.
Minha insanidade
Estende-me ao chão.

Eu não sou mais eu mesma.
E eu esqueci de me devolver,
Quando disse-lhe:


“Adeus”...






  (Naná)


15 de setembro de 2010

"Sempre Inverno"



Sempre Inverno
Sempre Frio,
Sempre Gélido.
Previsível Mar morto que aprisiona-me da quimera
De alcançar o Sol.

Mais um vento,
Uma brisa leve a sussurrar a solidão em meus ouvidos.
Mais uma chuva,
A molhar a tua ausência em meu rosto.
Mais uma vez,
Eu aqueço-me em meus braços,
Esquivo-me de abraços,
Desvio-me de olhares.

Sempre Inverno.
Já faz tempos.

Uma flor a desabrochar,
Primavera nos mais lindos campos,
Sempre o colorido não me alcança.

Mais um verão, quente e humano
Mas mesmo assim,
A temperatura aqui é sempre baixa.

Sempre... Sempre Inverno.

Ao menos posso tocar a neve,
Ao menos posso enxergar o cinza,
Ao menos avisto as nuvens e sinto frio.
Ao menos tenho a mim,

Embora contida de fastio,
Embora tétrica,
Ou até mesmo com um humor esquálido, lívido...


Mas ainda tenho a mim...




(Naná)



"Meu Ser Fugaz... Meu Viver...Transitório"




Quanto mais deparo-me com as pessoas...
A cada vez mais prefiro a minha própria companhia.
É inútil requerer minha confiança...
Ela partiu há muito tempo.
É inútil seguir meus passos,
Eles são incertos.
Não espere por reciprocidade,
Talvez nem sempre, eu faça jus à ela.
O melhor mesmo é evitar de alcançar quaisquer compreensão...
Costumo transgredir regras,
Quebrar certos Paradigmas,
Vestir novas roupas,
Pintar meus cabelos e minha unhas,
Viver sobre o salto alto,
Ou, talvez, sair sem rumo, descalça e sobre as pedras.
Transmutar o Horizonte.
Sumir por uns tempos.
Eu não nasci pra ser atada.
Nem para viver sistematicamente,
Tampouco nasci para o Amor.
Quando julgo que o amor é a minha cura
Julgo também estar adepta à Insanidade.
Amor é algo incolor.. insípido.... Disforme e Maluco.
Deixo-me ir com o vento,
E amoldo-me facilmente às tempestades, intempéries...
"Se algum dia, alguém quiser roubar minha solidão,
Que seja capaz de oferecer-me, realmente alguma companhia."
Mas, primeiro...



... Ouse convencer-me.



(Naná)






... [ Exausta de perseguições alheias dispensáveis] ...







14 de setembro de 2010

"Locomotiva" ...




Hoje apenas quero respirar novos ares,
Longínqua de todos os olhares,
Preciso singrar em novos mares.

 

Quero ficar sozinha em meu canto,
Esquecer de todo o encanto,
De amar, viver, sonhar.

 

Quero ficar só, comigo mesma,
Vagar pelos caminhos a esmo,
Esquecer de tudo o que há.

 

O torpor me coage,
Já não reflito a minha face,
O tédio venceu a coragem.

 

Peço que todos me esqueçam,
Talvez um dia eu reapareça,
Ou talvez para sempre eu me emudeça.

 

Minha vida perdeu o brilho,
O sentido de prosseguir,
Mas agora deixe-me ir...

 

O trem da vida fica ali,

E eu preciso logo partir...




(Naná)




13 de setembro de 2010

"Desfecho"



Sempre que escrevo algo, está intrínseco aqui dentro.
Em meu âmago.
Sendo tétrico, sendo alegre.
Misto de inconstância com convicções bruscas.
Nas entrelinhas mostrei-me, transmutei-me,
Dei a cara à tapa,
Meu coração sempre suscetível...
Longínquo de adaptar-se ao comodismo,
Sempre com novas emoções,
Aventuras Insanas.
Eu cansei de trespassar a ordem do coerente, do incerto,
Ou de voltar ou correr atrás do tempo.
O tempo não existe, nunca existiu.
Para mim nada é concreto.
Restam-me apenas espectros de amores vazios,
Um sentimento Cheio de Nada...
Decidi doar meu coração.
Eu já não quero mais sentir
Nem sorrir,
Nem chorar,
Nem amar.
Sem delongas dispensáveis.
Quero que não existam memórias,
Nem resquícios do pretérito
Tampouco esperanças tolas.
Deixo aqui meu coração,
Numa bandeja tão gélida,
Consumido por mazelas.
Já tentei formatá-lo
Nunca resultou em algum efeito
Privo-me agora desse órgão inútil
Insano, Leviano e Inconseqüente.
Dispo-me do impudico,
Dispo-me de mim mesma.
Dispo-me de todos.
Rasgo cada palavra,
E cada verso... em vão.




Eu já não mais existo...

Inútil procurar-me.





(Naná)

11 de setembro de 2010

"Réprobo"


É como se ainda fostes tu, presente em meu espaço
Seguindo os meus passos,
Enleando-me num abraço
Ausente abraço.
É como se minhas memórias não passassem
E tu, todos os dias me abandonasse,
Com o vento frio em meu corpo.
Corpo gélido,
Sentimento torto.
Quero pintar os meus dias,
Debelar essa agonia,
Apagar o que está morto.
Não convém relembrar o passado,
Um desamor já condenado,
Nunca estivemos no mesmo lado.
A noite embriaga-me de lembranças
Como um espectro de esperança
Eu afogo-me em intemperanças.
Unirei todas as cartas, versos, poesias,
Atearei fogo nesses dias,
Em que disseste que o Amor é Magia,
Mas fora apenas Utopia.
Deito-me em minha cama,
E repouso em lençóis brancos,
Talvez um dia eu redescubra o encanto,
De amar talvez,
Esquecer do pranto.
Folhas secas em meu coração,
Dissiparam a emoção,
De amar, viver, em vão...



(Naná)

10 de setembro de 2010

"Puerícia... Retalhos de Mim"



Ah como eu queria que o tempo não passasse!
Que o amor não acabasse
E que não existisse desenlace.
Hoje vivo em assombros,
Pela correria do tempo
Pela ausência de sentimento,
Pela dor da Saudade.




Ah, Se eu pudesse regressar!
Colorir os "dias cinza”
Tornar reais as fantasias
De eternizar as alegrias.
Apagaria todas as lágrimas
Distribuiria mil abraços.




Hoje perco-me na angústia
De viver sofrendo à custa
Do que hoje já não há.




Eu preciso de alento,
Algo que me diga
Que eu posso
Dar um passo
Amainar o meu cansaço,
Retomar a minha vida,
Encontrar o meu espaço.




Os meus olhos cabisbaixos
Meu sorriso ofuscado
E meu cerne já exausto.
Recordo-me de outrora,
Nos tempos de minha infância
Onde podia ter asas, ser livre,
Onde era uma criança.




Não existia tempo para amar,
Pra perdoar,
Para chorar e depois sorrir.




Lembranças que tornaram-se Retratos,
Guardados zelosamente em meu Âmago.
Onde já não há mais volta,
Onde não posso transmutar.




Retratos,




Retalhos de Mim
No tempo que esvaiu-se.




Nostalgia....



(By Naná)