SEGUE-ME?

25 de agosto de 2012

Como eu...

... E embora tudo isso não trespasse uma tremenda chateação do ego, desaprendi a não escrever todas essas balbúrdias sentimentais, desde sempre. 
Gosto de conversar com palavras, acho que mais do que com gente. Me sinto à vontade, e não sôo inconveniente, pecadora, culpada ou algo do tipo. 
Eu gosto de mergulhar, embora o mar seja sempre revolto e nunca esteja "pra peixe". Mas ao menos me sinto segura de que se eu me afogar, porto a certeza de que fui fiel às minhas ideias e o papel não me fugiu quando precisei transpôr a ordem do suposto e dito coerente. 
Tá, eu sou uma amalucada que nunca se enquadra no contexto ideal do não-efêmero, e eu viajo na maionese à respeito do que não importa. 
E o que as pessoas têm a ver com isso? Claro que nada! 
Elas nunca têm a ver com nada que seja ridículo e careta, como eu.

(Naná)







Coma induzido...


Introspecção é o meu 'Coma induzido'. 
... Já que loucos como eu (dizem), precisam de uma válvula de escape. 
Embora solilóquio não seja sinônimo de cura. 
.....

Fui !

Não me pergunte pra onde, pois além de não importar, eu também nunca sei.


(Naná)






Parei.


Tá, parei... 

... Parei de crer que eu sou uma pessoa recomendável...



Dom..


Conto nos dedos quem sente a minha falta... isso de certo modo é bom... não gosto de viver "entupida" de pessoas... 
... Corre nas minhas veias uma boa dose de anti-socialismo... acho que é meu único dom, afinal!

(Naná)



Amanhece...


Amanhece o dia, entardece o dia... com todos os seus coloridos possíveis... sol, pássaros cantando, árvores sorrindo, e as nuvens de algodão lá no céu anunciam mais um despertar... 
Amanhece a cidade, as ruas, as pessoas.... só eu pareço ainda não acordar, embora vislumbre todo o movimento frenético que envolve as pessoas. 
Depois de vinte e poucos anos eu ainda me pareço com uma estranha aos olhos alheios e aos meus também. O mundo me é um desassossego tilintante na alma, e não há explicação que me cale dessa inquietação. Busco sempre respostas, mas acho que não sei formular bem as inquirições... e fica o caos bailando no meu corpo esguio e sem graça, com a cabeça desorientada por tais "porquês". 
Guardo cá dentro algo que não tem importância pra ninguém, e tento desvencilhar-me de todas essas coisas, as quais preciso estancar o pranto e a angústia de ser não mais do que um solilóquio desconfigurado. Claro que é culpa minha ser assim, longínqua da realidade, tão tangível, eu bem sei disso. Esse labirinto inextricável que sou eu, é a fonte de desinteresse das pessoas, e a tal da reciprocidade soa-me como piegas, embora no fundo do meu "eu" tão insurgente ainda pairam resquícios de suscetibilidade. 
Apenas preciso despir-me de mim mesma, dessa convicção supérflua, e do embate dos meus "eus" que afirmam que as coisas dependem de sentidos exatos. Os meus muros são sempre altos, e as curvas dos pensamentos sempre sinuosas, sem orientações de bússolas ou parâmetros visíveis... 
Vou lavar o meu rosto dessa turbulência, lavar as minhas mãos, e singrar no além-mar do cerne, até que algo, à tona, decida me apresentar o lado atraente da realidade que me circunda.


(Naná)




“Não quero medir a altura do tombo, nem passar agosto esperando setembro.” 

 - Zeca Baleiro -


21 de agosto de 2012

Transgredir o silêncio...


De vontade eu não morro... eu amo mesmo, grito mesmo, choro mesmo, arrisco mesmo. 
Não tenho certeza de nada, as coisas/pessoas estão ligadas à condicionalidade/situacionalidade e eu não vou acertar sempre... aliás, eu vou errar muito e cair, e levantar, e dar a cara à tapa novamente, porque eu não tenho medo de ser alvo da vida, querendo me fortalecer... 
E eu posso mesmo ser a tal boba de que tantos falam... é que sou fiel ao que sinto, e às vezes eu não tenho "filtro" e incomodo, porque me desnudo e as pessoas não entendem... chega até ser esquisita essa minha hermeticidade nua e crua, e quente... 
Não sou egoísta, tampouco estou acometida pelo endeusamento tolo, mas sei do meu solilóquio eterno, e já trombei muitas (senão todas) vezes no espelho, tentando me decifrar e tirar algum "coelho da cartola" desse âmago frenético, portador de sentidos veementes que ecoam num corpo ainda esquálido, carente de reciprocidade. 
Sou mesmo uma amalucada que caminha por entre passos trôpegos e que vive se queimando, porque detesta frieza de espírito... 

Eu não sei escrever, transcender... só sei transgredir o silêncio, ele me incomoda.


(Naná)


Really...


Eu só queria mesmo é ter alguém de verdade para entregar as cartas que eu escrevo e provar que as minhas palavras, ao menos uma vez, não se afiguraram frívolas.

(Naná)
13/08/12


Talvez...


Tudo o que eu consegui depois de anos [embora isto não soe irônico], foi me tornar uma garota esquisita, que sobrevive por entre lacunas e caminha à passos trôpegos na transitoriedade de um mundo que se aparenta cinza aos meus olhos, ofuscados pela liberdade de crer na minha própria convicção de ser uma perpétua fonte de desinteresses, que deságua em mares revoltos, herméticos e inassimiláveis por outrem. Dias regados ao som da lugubridade e noites envoltas à um solilóquio já desfigurado pelo torpor que atropela as ideias e entorpece a consciência. 
Eu bem tento anuir-me ao silêncio, mas as palavras tentam me estrangular num ritual pungente de asfixia, e os meus dedos, trépidos e desgovernados escrevem nessas mal traçadas linhas, palavras que a alma extravasa com medo de se afogar de vez. 
Pontes, tropeços, tombos e mais nada, portas fechadas, mofa. 
Conheci a tolerância, a paciência, e encarei o chão nas vezes que caí, e tornei a me levantar e encarei o mundo, com a alma lavada e a nudez de alguém sincero que tenta deparar-se com a reciprocidade. Talvez isso seja uma aparente cegueira, ou talvez ainda eu seja mesmo uma careta que não se enquadra no quebra-cabeça... 
Talvez eu seja um pretensioso equívoco que deixou-se acometer por uma causticidade que adentrou nos póros, portadora de um caráter estulto... 
Ou ainda pode ser, na mais cômica das realidades, que eu apenas precise de alguém que eu não sei se existe, se tem carne e osso e se fala a minha língua, e talvez algum dia me note, ainda que com toda essa feiúra e esquipatice a qual eu sinto e vejo quando me olho no espelho. 

Talvez mesmo eu devesse "sumir do mapa"...


(Naná)
13/08/12




Desassossego...


Acho que sou uma espécie em extinção.
O mundo me é um desassossego tilintante na alma. Todos os pensamentos são sempre urgentes e gritantes, e eu, tão suscetível às confusões mentais.
Sou acometida pela inquietude que me evade para o ponto mais alto das montanhas do cerne, e faz-me singrar na introspecção.
Por vezes anseio voar alto demais, mesmo tendo a consciência de que meus pés estão ainda muito presos à toda essa superfície tangível.
Devido à isso tenho me apoiado na Filosofia nesses tempos sempre difíceis, permeados cada vez mais por incógnitas incessantes. Preciso abrir a mente e elevar o meu espírito, desintegrar-me de toda essa realidade que corrói expectativas de vitória e enxergar o "além-mim".
Convicções são sempre muros perigosos para se escalar...



(Naná)
12/08/12


Saia de perto...


Cansei de sussurrar, calar por dentro. 
Estou exausta de esperas, e de olhar para o relógio e você não acontecer. 
Exaurida de procurar ser par, chutei o balde! 
Não nasci pra viver emudecida, eu tenho o dom de gritar, mesmo que incomode todos os bilhões de pessoas ao meu redor e que o mundo desabe sobre a minha cabeça, turbulenta e aparentemente oca. 
Estou mudando de direção, de foco, e te deixando no pretérito imperfeito... estou jogando a caixinha colorida de lembranças no ar, ao léu... de nada mais me serve lembrar do que não tem sentido, nem nunca teve. 
Sim, confesso que a mazela demora um tempo pra cicatrizar, mas eu preciso me libertar dessa corrente que me prende ao abismo. E você é o abismo... um poço sem fim, uma saudade sem fim, um amor disforme e maluco sem fim... mas eu odeio esse tipo de infinito... odeio contemplar infinitos sozinha, com essa minha imaginação hermética e desconexa, que ninguém sabe enxergar... 
Eu Te Amo, eu confesso... Mas isso vai passar... Porque o amor é uma doença que tem cura... Não vou deixar-me sucumbir, permitir mais uma vez fragmentos do meu coração espalhados pelo chão do meu quarto... 
Não, não e não! Basta! Chega de ser comandada por esse sentimento idiota: minha cabeça agora está no comando...
.... saia de perto, pois sou capaz de atirar!


(Naná)
04/08/12




Problem?







Noite quente, solidão...


Noite quente, solidão. Há várias pontes para decidir se atravesso ou não. 
Tentei deixar a minha nostalgia, a doença sentimental de lado, e vesti mini-saia e salto-alto. 
Ainda um pouco aturdida, caminhei meio perdida pelas ruas vazias, cheias de ervas-daninhas. 
Ruas cheias de gente, mas eu, com um semblante descontente. 
Sem nenhuma companhia, entrei num barzinho, daqueles onde multidões se embriagam, e sentei. Todo mundo sorria. 
Enquanto fumava mais um cigarro, chamei o garçom e pedi: "Hoje vai uma dose de desapego, por favor!", e ele sem demora, logo voltou. 
Bebi duas taças de vinho, que na minha garganta desceram congelando, de repente tudo estava frio. 
Todo mundo estava se divertindo, conversando, e eu, idiota, pensando. 
Alguns caras até mexeram comigo, mas o meu ego doído nem quis prestar muita atenção, deveriam ser todos babacas, ou sei lá, talvez não. 
Se você entendesse, se você soubesse o quanto eu preciso que você me devolva, minha vida tem tornado-se amorfa. 
Eu quero sentir de verdade, sem medo. E embora pareça clichê, é verdade: tô cansada de desamor, de ser apenas metade. 
Vem dançar comigo, rosto colado, mesmo tímido... 
Vem, se embala nos meus passos, vem preencher as lacunas, os espaços....


(Naná)
28/07/12


Quero...


O que eu quero é muito simples e muito complexo,
Raros entendem, a maioria se cega.
Minha alma é tão profunda e boba,
E de tanto dar voltas, estou tonta...

Quero aquele cheiro de pele,
Caminhar de mãos dadas,
Contar estrelas,
Sorrir com os olhos, estando calada.

Quero pôr-do-sol
Chuva e edredon
Brigadeiro e beijo,
Vestir aquela tua blusa de moleton

Quero por inteiro,
Quero quente,
Quero sempre.

Quero um abraço,
Um suspiro,
Um delírio,
Um amigo.

Quero algo que não existe,
Algo que é perfeito
E perfeição é utopia...
Então prossigo, com a minha vida vazia...


(Naná)
28/07/12



"O amor é o ridículo da vida. A gente procura nele uma pureza impossível, uma pureza que está sempre se pondo. A vida veio e me levou com ela. Sorte é se abandonar e aceitar essa vaga ideia de paraíso que nos persegue, bonita e breve, como borboletas que só vivem 24 horas. Morrer não dói." 


 - Cazuza -

Há dias...


E tem dias que são assim mesmo, difíceis de engolir... assim como os sentimentos, difíceis de sentir. 
Tem dias que os olhos pesam, e os pensamentos são como toneladas a sucumbir o corpo tão exausto e sôfrego. 
Há dias que não são dias.... são túneis infindáveis para tão poucos passos... e o relógio caminha na mesma arritmia que embala o coração... 
Tem dias que não sou eu... sei lá, as roupas dos sentidos que ando vestindo não me cabem... estão fartas de lacunas, e procura, e esperas, e desesperanças. 
Há dias que fico cega.... atada, confusa, sem chão, e minhas asas escapam da minha coragem de voar sobre os poços escuros que me fazem deslizar e derramar o pranto que extravasa dentro de um peito só, e um corpo extenuado devido à tantos descaminhos e solilóquios. 
Há tempos que eu olho demais para a vida com a cabeça baixa, e deixo escorrer a minha dignidade de sorrir, por entre as minhas mãos, fracas, que nem secam mais as próprias lágrimas... às vezes a gente se acostuma com a dor e até se torna amigo dela, depois de tanta relutância. 
Tem momentos que eu só queria recostar no teu ombro, e fazer você enxergar o quanto existe por detrás desses olhos vermelhos de tanto chorar, e o tanto de saudade que você me condenou... 
Às vezes, confesso, cheguei a pensar que o tempo esfriaria mas eu não sentiria frio... às vezes cheguei a crer que toda essa anormalidade cessaria.... mas então eu me recordo que quando se trata do meu "eu", até os meus possíveis "achismos" costumam me induzir ao erro no "pensar"... 
"Foi bom ter você em minha vida", eu queria te dizer, mas não posso, porque ainda é presente... Há presenças ausentes que me visitam mais do as presenças "presentes"...
Há fantasmas do seu semblante por onde eu vou, e eu, sinceramente, não sei como me livrar disso. 
Caminho descalça, sem pretensões, sem culpa, sem medo (de sentir mais dor), com a única certeza de que para pessoas como eu, que sentem em demasia, não existe uma fonte descoberta para a cura...


(Naná)
27/07/12

Na minha (humilde) opinião, as únicas coisas que não podem, jamais, serem deixadas de lado, são os nossos princípios. E embora seja algo tão simples, na realidade encaro como desafio.
A inércia do mundo ignorante tem uma força tamanha, e luta para que nos tornemos partidários à ela. O combate é quotidiano, e dá-se nos reflexos de nossas atitudes, mas, acima de tudo, advém da nossa própria introspecção. Os pensamentos são as primeiras consequências que nos chegam, antes dos atos. 
Alimentar e educar a mente é um dever individualista; logo, significa que eu não preciso ser como os outros supõem que eu deva ser, e isso gera um embate de conceitos, causas e consequências... 
Muitas pessoas utilizam-se de subterfúgios como o julgamento para não assumir as suas próprias acepções. Muitos têm medo de encarar-se, e preferem viver alheios ao que realmente são ("Torna-te quem tu és" - Nietzsche). Isso é fruto da sociedade na qual (sobre)vivemos... sociedade cheia de "amarras e nós", sociedade que contém uma visão baça e lamentável sobre a liberdade de expressão, incoerente e despropositada. E embora esse meu pensamento denote ser totalmente dispensável para alguns (ou para muitos), deixo-lhes uma pergunta, diante de tanta inquietação expressa pela maioria: "Qual o melhor remédio para o combate de todas as doenças da sociedade?" Se eu respondesse, me ridicularizariam, por isso deixo a cada um pensar o que lhe convir.


(Naná)
22/07/12



3 de agosto de 2012

Renúncia


Renúncias são sempre complicadas, e ninguém está isento destas na vida. Cedo ou tarde elas chegam para todos.
Com o tempo, aprendemos que nem todas as coisas são para nós, e, embora algumas vezes estejamos acometidos pelo encantamento ou deslumbramento, eis que nos deparamos com as proibições, indícios que fazem-nos parar e refletir o(s) próximo(s) passo(s)... Aí entram as interrogações, as perquirições, as introspecções (ao menos deve ser este o ciclo).
Renúncia é uma questão de escolha, mas sobretudo, uma questão de coragem de assumir que devemos mudar de direção, de foco, de pensamentos, de atitudes, de postura; desatar os nós dos paradigmas, das convicções que fazem-nos tentar criar raízes, muitas vezes em "terras não férteis".
Nunca é fácil "alterar o trajeto" na consciência, aliás, quando se trata de lutar com a consciência é necessário mais que coragem, eu diria auto-disciplina, pois somos seres demasiadamente limitados e tudo o que é novo sempre tem um "Q" de obstáculos.
O que é mais difícil para o homem é essa sensação de submissão, de arrependimento, que vai contra o seu "endeusamento", contra a sua altivez, e atropela as certezas do seu caminho, e esse é pior dos conflitos.
Os ruídos da necessidade de mudança geralmente nos deixam ansiosos, reclusos às dúvidas... renúncias às vezes também aparentam ser becos sem saída, disparates, mas renunciar é refletir, é ser prudente em primeiro lugar, é progredir. Eu diria ainda que a renúncia é mais que coragem: é Sabedoria e uma necessidade inadiável.



(Naná)





"Uma coisa é você achar que está no caminho certo, outra é achar que o seu caminho é o único. 
Nunca podemos julgar a vida dos outros, porque cada um sabe da sua própria dor e renúncia..."
(Na Margem do Rio Piedra Eu Sentei e Chorei - Paulo Coelho)