SEGUE-ME?

27 de maio de 2012

Vozes...


"... Vozes e pensamentos retumbam em minha mente. Sonhos e utopias aturdem-me, isolam-me de uma tal realidade a qual tento vencer, a qual tento esquivar-me. Eu tento lutar, eu tento me ocultar. Mas não dá pra fugir do que está à minha frente, Não existe fuga para os sentidos, Eles estão aqui, tão pungentes... Tão explícitos, Tão frios e ao mesmo tempo tão quentes...."




(Naná)




07/05





Silenciar.


Engraçado como o meu silêncio é inquietante: ele grita, ele corre, ele cria asas e voa alto. Ninguém o entende, nem eu mesma, mas ele fala todas as vezes em que a minha voz emudece, que as mãos trepidam, e que o horizonte me parece infindável. O meu silêncio é como uma brisa que sopra aos ouvidos e incita-me à incessante introspecção. E esse é o meu mal: silenciar. Ainda bem que ele cria vida através das palavras que transcrevo no papel, colorindo as folhas em branco; e embora ninguém perceba, do meu jeito meio torto estou escrevendo minha história, permeada de perquirições, sem as quais não saberia como tomar fôlego nessa sádica monotonia.



(Naná)




(12/05)









Âmago... amargura...


Me esparramei num sofá qualquer, no canto da sala, e atirei meu coração contra a parede... ... a consciência me atropelou com um caminhão de perguntas e inquietações invisíveis... Mas essas forças invisíveis criam vida, sempre... de um modo ou de outro, elas trespassam o imaginário... E aqui, perdida nos dias, nas estações, querendo esquivar-me das canções.... tentando em algum momento, decodificar onde a minha alma perdeu-se.


(Naná)


13/05









A mira das palavras...


Exaurida de tantos despropósitos, sentimentos intermitentes. Acometida pela acatalepsia dos sentidos, verberada pelas inquirições, escoro-me nas palavras.
São os ditames da inconsciência, tão gritantes, tão explícitos, tão palpáveis, mas ao mesmo tempo, aspectos inexequíveis, que fazem-me evadir do meu "eu" apático, desconexo...
Paralogismos? Insanidade à orla do querer...
... E as palavras criam força. Embora sejam palavras mudas, são sempre como um revólver, apontadas na minha cabeça.


(Naná)



20/05









Sorrir...


Meu sorriso tem várias faces... Ah!!! O meu sorriso traz muito de mim. Mas de insinceridade eu não morro!


(Naná)





Céu estrelado de outrora...


O que seria da vida, meu bem, sem as estrelas dos teus olhos?
O que seria de mim, sem essa estranheza dos sentidos que me intimida?
Eu viveria eternamente olhando para o céu, te buscando em algum lugar...
Mas que bom, meu bem, você afigurou-se em forma de anjo e apareceu sorrateiramente em meu caminho... Agora sim, posso ter o céu de estrelas por onde quer que eu vá, pois você mora aqui dentro... de mim...
 Eu sei que a vida não é ilusão, e eu preciso não deixar me enganar com essas coisas do coração, mas deixa-me aprender a vivê-la, sem culpa, sem medo...
Não posso me privar de mim mesma, não posso não transbordar essa tua luz que me invade...

Deixa o tempo mostrar o que vai ser, mas deixa-me sentir enquanto eu puder...



(Naná)






... De um capítulo do pretérito imperfeito....














Veneno da alma


Cicuta seria pouco. 
Perdoem-me os "achismos alheios". Na verdade não me perdoem... Não é crime ser o que se é, tampouco sentir o que sente... Ou é? 
O tédio me recrimina, a impaciência me causa náuseas.... Mais uma dose de lugubridade, please? Será que dá? 
Ainda não inventaram cura para o coração, aliás... existe cura para insanidade? Deixa-me saborear a minha dor, pelo menos ainda estou viva! Deixa-me sentir o gosto amargo das lágrimas, e esse sangue quente a correr nas minhas veias... 
...Da vida pouco sei, na verdade quase nada... Mas sei que preciso de um abraço pra me sentir notada, e de um beijo pra crer que eu ainda existo (mesmo)... nem que seja o abraço do vazio e o beijo da minha própria traição com uma apunhalada nas costas... 
... Sou doente em estado terminal... Acometida por uma alma suicida, um coração que me devora as expectativas de cura..



(Naná)




Transcrever, transcender...


Acredito que a tarefa mais árdua de quem é amante da escrita, dentre o prazer de transpôr sobre o papel as suas palavras, é a parte em auto-descrever-se.... Geralmente quem escreve, é afigurado romântico em demasia, ou melancólico por natureza, ou ainda um insano fantasiado de poeta. Mas é como sempre digo: não há maneiras de aprisionar dentro de si, quando os sentimentos transbordam. Posso até ser entitulada louca, mas não tenho medo de declarar a minha loucura. E se eu ficar só na vida, ao menos eu não deixei de sentir as coisas em sua profundidade... de insinceridade eu não morro! E não anseio que nenhuma outra alma me compreenda e queira "fazer-se par", meu âmago é complexo demais, exigiria muito de outrem. Enquanto isso deixo-me nas entrelinhas dos meus versos... quem sabe algum dia alguém ao menos se recorde dessa alma prolixa que um dia existiu dentre tantas contraditoriedades. Eu estou deprimida hoje, mas já aprendi há tempos lidar com as mazelas que vituperam o meu ego.



(Naná)




12 de maio de 2012

Sádica Monotonia...


Nada como um dia chuvoso para pratear minhas lembranças coloridas de outrora.
Quisera eu retroceder, dar asas à minha alegria de ver florir os dias tão felizes, sem culpa, sem medo.
Mas a vida, num solavanco repentino tornou-me estática, um tanto esquipática. E trouxe-me a monotonia em forma de âmago, e as masmorras para meu pesar.
Puerícia, retalhos de mim....


(Naná)







2 de maio de 2012

Partir...


Onde se vende auto-estima?
Desde sempre inquiri-me...

Talvez ela esteja no álcool, nas drogas, nas baladas, e na beleza.
Ou ainda ela esteja onde a consciência não está.
Eu percorri tantos descaminhos e hoje estou aqui, em um leito de morte que me consome.
Acho que eu nunca soube viver.
Sou apenas um espectro, alguém dispensável
Com sentimentos frívolos, vãos....
Com a esperança de partir muito em breve,
Sem deixar resquícios do meu ego deambulando na mente alheia.

Sou doente em estado terminal, e tudo o que eu quero é cessar essa angústia que me enclausura de mãos dadas com o medo.

Meu Deus, deixe-me partir em paz,
Fingir que eu nunca existi.





(Naná)