SEGUE-ME?

26 de fevereiro de 2011

Fragmentos...


Amontoando cacos de mim, para poder reencontrar um começo, uma causa, ou um fim.
A cada dia é mais difícil ter que me procurar em meio a tantos desassombros e tropeços, e desesperanças.
Resta-me sempre o silêncio da dor a ecoar em meus póros.
E guardo todas as vezes que tentei reatar a paz comigo mesma,
Tantas e mais lágrimas.
Essa fase de aprender a ser, parece-me intérmina....

[Naná]

23 de fevereiro de 2011

"O Inverso e o Certo.. O errado e o Reverso"



Os meus dias são inconstantes.
Vivo a mudar a cor do meu quarto.
Em outros dias apenas quero fechar meus olhos e avistar tudo invisível.
Às vezes sou o inverso do que sou,
Ou o que sou, é o inverso que deveria ser.
Sinto em demasia, e em outras vezes não sinto o que deveria sentir.
Sou às avessas.
De ponta-cabeça,
Na correria oposta ao tempo.
Posso ser louca,
Mas sou inimitável.
Talvez esse seja o meu único dom.


[Naná]

Prover-se ...



Poucas pessoas me agradam.
Minha sistematicidade é intolerante. 
Meu instinto é cruel com a paciência.
Meu coração é um "ser" voraz. Preciso aprender a domá-lo.
Sou imperfeita, e minhas qualidades são irrelevantes.
Talvez eu prefira ter esse ar de mistério, e nas entrelinhas uma carência emudecida.
Se eu  importasse-me em seguir regras, talvez não pudesse sobreviver no meu mundo.
Cada pessoa sabe dos seus escudos, e das suas munições contra a dor, até mesmo se tudo isso resumir-se em SENTI-LA....

[Naná]

21 de fevereiro de 2011

Respirar...



Eu apenas preciso de um tempo...


... Para poder respirar..


[Naná]

Resiliência... Mascarada


Acordei desapontada mais uma vez, pela luz do Sol que atingia a minha visão,
Sem nenhum significado relevante para colorir a parede do meu quarto.
Talvez devesse fechar a janela e voltar a deitar, esperando a noite, a trazer o tom escuro e o som fúnebre que embala meu âmago ferido.
Há 1 semana estou sem sair daqui com medo de me ver nas coisas felizes lá fora que eu não vivi.
Me escondo atrás da resiliência mascarada de crer.
Todos os meus dias passados ecoam em meus pensamentos e ensurdecem a minha vontade de viver, por tudo não se passar de apenas uma história fugaz.
Sou invisível no espelho, e reflito o que é vão.
Eu perdi o brilho de menina, e fui acometida pela cruel realidade de viver.
Eu sempre sou o inverso do que esperam, a controvérsia e os desacertos.

O papel e a caneta fazem-me companhia no silencioso e solícito ato, num ritual pungente de asfixia.

Talvez o tempo que me reste, seja apenas o de escrever essas palavras maculadas de tristeza...


[Naná]

20 de fevereiro de 2011

Perseguição...




Às vezes sinto-me perseguida,

Por bicadas que perfuram a minha dor,

E não as deixam cicatrizar...


[Naná]

Deixe-me odiar-me por um momento


Tentei ser competente em meu discurso tão contumaz, que há tempos declarava. Mas de que adianta palavras superiores para descrever os mesmos e antigos sentimentos?
Meu coração decidiu arrumar as malas, e despediu-se do meu âmago, deixando-o solitário e emudecido, de mãos dadas ao torpor.
Ouço apenas sussurros, ecos de sentimentos longínquos, na ânsia de serem aceitos e regressarem por aqui.
Labirintos escuros e incertos, onde vagam momentos tristes, ocupando o espaço vazio que abrigava um coração, já tomado pelo fastio.
Declarei a minha perda.
Contenho a minha angústia com as lágrimas...

Deixe-me odiar-me por um momento!


[Naná]

Litígio...


É preciso sentir a dor pungente...


Sinal de que se está vivo...


Ou à beira de um precipício...




... Fatal...




[Naná]

18 de fevereiro de 2011

Ausência de Léxico.. Sentimento Sintético



Talvez tenha cultivado mais espinhos do que rosas, embora eu mesma não tenha percebido.
Talvez tenha abraçado meus solilóquios, e tenha os eternizado.

Chegou a hora de decidir, ou eu vou, ou fico aqui,
Nessa masmorra psíquica,
Ou transmuto-me em pacífica.

Meus dedos trepidam, 
O coração palpita,

Jamais terei certeza da razão, tampouco a razão da certeza.
Um caminho de estranhezas....

Eis aqui o meu corpo, repleto de sentimentos tortos...

Sem asas, perdida do vento,
Às cegas, sem direção.

..........

[Naná]

3 de fevereiro de 2011

O meu "Eu" e os outros "Eus"...


Será que ainda existem resquícios de outrora?
O meu “eu” transmutou-se em desconhecido.
Os sentidos às vezes ficam sem sentido.
Para onde devo ir agora?
Quisera eu, não ser tão inconstante,
Quem dera ser sempre a mesma a todo instante.
Eu cresci... desintegrei-me de mim?
Não! Apenas adquiri novos olhos,
Contraí algumas dores,
Dissipei suscetibilidades,
Esquivei-me da superficialidade,
Odiei a banalidade.
Sim, não sou mais a mesma,
Mas ainda sou eu.
Um “eu” mais consciente.
Um “eu” mais crítico.
Às vezes meio inconseqüente.
E o meu partido político não vai além de meus próprios valores e meus princípios.
Sou adepta a ser eu mesma,
Desconexa, às avessas.
O meu “eu” mudou de nome,
Mudou para a Razão
A razão de não saber quase nada,
De não prever as coisas,
Mas também de não ser tão previsível.
Talvez seja ele meio rude,
Mas não é também um tolo insensível.
O meu eu é um tanto hermético,
Talvez seja até sistemático.
O meu “eu” é caleidoscópico.
E no fim das contas,
Às vezes ainda me procuro,
Esse meu “eu” ainda me é o oculto, meio escuro.
Creio que ele jamais será decodificado,
Vive a transladar.
O meu “eu” é um “Eu alado”.


[Naná]