SEGUE-ME?

11 de março de 2011

A dor, nua e crua...


A dor é algo inegável.
O sentimento de tristeza está intrínseco em nós,
E às vezes tiramos ele da nossa gaiola sentimental, e sofremos, por tantas coisas e situações que nos acometem.
Sim, eu tento ser forte, mas não sou de ferro.
Eu tento ser correta, mas sou imperfeita.
Tento ser paciente, mas também tenho minhas limitações.
Sei que é necessário equilíbrio para qualquer tipo de situação, sendo boa ou ruim.
Viver feliz o tempo todo sem sofrer não é comum,
Mas ser triste o tempo todo, é como não estar vivo.
Temos que cultivar a alegria. Pois ela acende a nossa fé.
Acredito também que a tristeza é importante para refletirmos acerca de nossas vivências, de nossos atos.
Eu percebo que estou viva, quando eu sinto a dor pungente me consumir,
E quando eu choro, eu a sinto, tão viva aqui dentro.
Isso me mostra o quanto eu preciso lutar para vencer meu caos interno, enleado aos conflitos externos.
A tristeza não é fraqueza, ela nos mostra que não somos auto-suficientes, e quebra o sentimento egocêntrico de que não precisamos do próximo para viver.
O poderio dos homens jamais superará a condição de seres ínfimos e limitados, suscetíveis ao sofrimento, ao medo e às incertezas da vida.
Tudo é efêmero, com exceção à essência humana, que colocada à prova, perde as suas máscaras, e a realidade mostra-se nua e crua, nas tribulações.

[Naná]

Um comentário:

  1. "O sofrimento não tem menos sabedoria do que o prazer: tal como este, faz parte em elevado grau das forças que conservam a espécie. Porque se fosse de outra maneira há muito que esta teria desaparecido; o facto de ela fazer mal não é um argumento contra ela, é muito simplesmente a sua essência. Ouço nela a ordem do capitão: «Amainem as velas». O intrépido navegador homem deve treinar-se a dispor as suas de mil maneiras; de outro modo, não tardaria a desaparecer, o oceano havia de o engolir depressa. É preciso que saibamos viver também reduzindo a nossa energia; logo que o sofrimento dá o seu sinal, é chegado o momento; prepara-se um grande perigo, uma tempestade, e faremos bem em oferecer a menor «superfície» possível.
    Há homens, contudo, que, quando se aproxima o grande sofrimento, ouvem a ordem contrária e nunca têm ar mais altivo, mais belicoso, mais feliz do que quando a borrasca chega, que digo eu! E a própria tempestade que lhes dá os seus mais altos momentos! São os homens heróicos, os grandes «pescadores da dor», esses raros, esses excepcionais de que é necessário fazer a mesma apologia que se faz para a própria dor! Não lha podemos recusar! São conservadores da espécie, estimulantes de primeira qualidade, quando mais não seja porque resistem ao bem-estar e não escondem o seu desprezo por essa espécie de felicidade".

    Friedrich Nietzsche, in "A Gaia Ciência"

    POR Thiago L.

    ResponderExcluir

Comente: