SEGUE-ME?

17 de setembro de 2010

"Indelével..."



Cinco horas da manhã, do dia 16 de setembro de 2010:
Após Uma noite de sono, mal-dormida, enleando sonhos incomuns... Acordo envolta aos lençóis, tão lívidos... Tomada por uma perturbação notável.
Levanto. Vou até o espelho e tento enxergar algo que faça-me ter algum sentido.
Introspectiva por alguns minutos...
Decido ligar o rádio, para ouvir alguma notícia, que talvez fomente alguma idéia, ou algo que alivie a tensão dos sonhos ...
Inexplicavelmente está a tocar a nossa música... Tão serena... Tão branda, tão afável...
Volto-me para a minha cama. De volta aos lençóis...
Sentimento memorável e tão explícito... em meu âmago.
Retrocedo ao pretérito,
E a Saudade Tétrica, mais uma vez vem visitar-me. Abraça-me forte,
E eu perco os sentidos.
E abandono-me em lágrimas.
Apenas Quimera, ter-te ausentado de mim...
Sou coagida o tempo todo por memórias indeléveis...
A saudade é um escárnio intrínseco. E sempre sorri quando me vê... Hostil, inexorável. Sentimento ardil...
Procuro a tal resiliência... Mas ela sempre está oculta...
Sobram-me, enfim... Apenas resquícios... de Nada.
Mais uma vez...
Você está aqui...
Tão perto de mim, ao meu lado.
E eu não posso tocar-te,
Nem abraçar-te,
Nem beijar-te.
Tampouco sentir-te.
Apenas um espectro a assombrar-me.
Ainda guardo os versos que outrora escrevestes para mim,
Ainda sinto o teu beijo doce em minha fronte,
Ainda vejo o teu olhar me matando,
Ao som do meu último Adeus...
Eu não posso reagir,
Nem sou forte o suficiente para te matar em mim...
Eu sou apenas assassina de mim mesma...
Assassina dos meus sonhos,
Os quais ateei fogo e jurei nunca mais tentar sonhar.
Eu apenas mato-me a cada momento que recordo-te,
Isso me consome, isso faz-me evadir de Viver.
Continuo a queimar os pensamentos,
Mas eles nunca tornam-se cinzas.
Possuem o poder de materializar-se novamente.
Espero no vazio,
Talvez,
Algum dia poder sentir-me abraçada de verdade...
Tomada pelo fastio,
Deito novamente, e decido dormir,
Ao menos, tentar.
Recurso inútil na tentativa de aplacar a dor que me aperta o peito,
E estancar as lágrimas incessantes.
Pensamentos gritantes,
Reciprocidade ausente.
Minha insanidade
Estende-me ao chão.

Eu não sou mais eu mesma.
E eu esqueci de me devolver,
Quando disse-lhe:


“Adeus”...






  (Naná)


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