SEGUE-ME?

28 de abril de 2011

'Secret Garden'



"A intimidade pessoal demarca uma área privada que exige tolerância e respeito. É um espaço físico,emocional e intelectual que só pertence a mim.Nem tudo precisa ser revelado. Todo mundo deve cultivar um jardim secreto."

(Jacques Salomé)


2 comentários:

  1. A intimida como chave

    Intimidade é uma qualidade inventada para dar fim da inspeção mais interior da pratica pessoal humana. fala-se íntimo daquilo que não é exposto. diga-se em intimidade para mostrar o que deixa de entrar no externo das vidas. Íntimo, afinal, relacionasse com aquilo que não se revela, esta no reservado, aquilo que é excluído do contato da esfera da vida pública. É um lugar secreto, pelo qual os humanos se sentem donos de si mesmos. Íntimo é, logo, o local onde individualmente você se
    avista na sua subjetividade só para si mesmo, numa espécie de oposição ou negação da objetividade. igualmente na solidão onde, ao invés de sofrimento, acha-se a imunidade de si. Através da intimidade individualmente a pessoa sente-se numa ilha deserta na qual deslocou-se voluntariamente.

    Íntimo referisse aquilo que necessariamente não é comunicado. É o que se afasta da coletividade mesmo permanecendo dentro dela. Íntimo esta, na vida, um lugar silencioso, que não pode ser reproduzido. Acontece que a cultura humana é destacada pela exigência de comunicabilidade. Se relacionamos uns com outros e nessa atitude linguística fica o amago da experiência humana enquanto ela é política e ética. Com certeza adulteramos o sentido da comunicabilidade quando a compreendemos como mera relação de troca em um mundo de mercadorias.

    Na civilização contemporânea na qual as tecnologias visuais em conjunto com os meios de comunicação de alta transmissão determinam as condições de vida da sociedade do espetáculo, por
    onde a era digital apresentam uma padronagem estética e ético de atitude, em que a compulsão à apresentação da pessoa nas revistas de famosos, nas redes de relacionamento, fica fácil pensar que vivemos no época da banalização da intimidade. Tal vulgarização é, na realidade, um importante paradoxo. Se vulgar refere-se ao que pode ser utilizado e usado por todos, ao passo que o íntimo é aquilo que diz respeito apenas a um indivíduo, de que modo seria admissível vulgarizar o íntimo sem eliminá-lo?, Dito de outro jeito, se banalizamos a intimidade e assim o excluirmos, seria exatamente do íntimo e da intimidade que até então estamos discutindo?, Ora, a manifestação da intimidade em todo momento fez parte dos empenhos poéticos e literários na história humana.
    Entretanto, se não foi fácil para os poetas, por que necessariamente julgaríamos que é tão atingível e expressável pelos internautas e usuários das mídias contemporâneas em geral?

    A intimidade vulgar esta fora de questão. Aquilo que nomearíamos de compulsão à exposição representa-se na extinção o íntimo. Se íntimo é o que não se mostra não considerarmos que a publicização da vida tem obviamente o poder de extirpá-lo. A apresentação das “intimidades” – no caso das partes íntimas, aquelas mais secretas do corpo de um individuo – são bem sabidas
    nas representações de obscenidades que compõem a pornografia. Tem que se pensar, entretanto, que o órgão sexual a mostra deixa de ser íntimo, todavia obscenamente recortado, ele é qualquer
    coisa que se dá a conhecer como objeto,como coisa não mais experienciado subjetivamente, mas objetivamente percebido. Íntimo é uma experiênciação de subjetividade que dificilmente é
    analisada em termos objetivos. Ela é entendida apenas negativamente.

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  2. A questão é, consequentemente, em que situação o íntimo deixa de existir? Por que devamos pensar que em épocas de miséria da subjetividade ganham tão simplesmente o elemento enigma que
    compõe a experiênciação de si a que nomeamos intimidade e sobre do qual podemos dizer apenas de fora, justamente porque as palavras só as pegam como algo externo à medida que ela se
    refere a um “dentro”? Que lógica seria esta que despreza tão facilmente sua potência? discutir sobre seu termino é alerta em oposição a um perigo real que voa sobre ela, ou mera propaganda
    niilista que inventa tê-la encontrado? A intimidade é mais uma disposição de relação do que uma
    instância. então, não podemos falar que o ciberespaço, que a internet como “lugar” troca o lugar privacidade, isso pelo simples fato de o intimo não ser uma coisa que se acha no
    espaço, deixa de ser, assim, um objeto. Ela é, mais do que isso, aquele espaço que não se pode facilmente acessar. Nem é um dentro que se encaixa para fora. A chave do intimo diz respeito exclusivamente a seu portador. Desse modo é que a intimidade é um meio de conectar-se com
    espaços e objetos que se configura e reconfigura nos método sociais. Ela é uma experiência pessoal.

    Por isso, as redes sociais não exclui a intimidade pela sua superexposição porque intimidade é o que, sendo exposto, já não está ali. O que as pessoas mostram é a angústia do vazio, ao
    mesmo tempo que a intimidade é uma coisa que persisti na esfera de segredo de cada um. Portanto, a apresentação da intimidade na internet ou é MENTIRA OU É COMPULSÃO A APRESENTAÇÃO. A intimidade real é uma esforço de negação que não se diminui em
    demandas objetivas sem resistência.


    (Existe um outro ponto de vista que, diz respeito; ao ficar espionando ou mexendo na intimidade de outras pessoas, ela se torna algo muito CHATO [basta olharmos os reality shows], pois quem se dá ao prazer de tal tarefa, não tem muito o que fazer da própria vida, já que vivê-la se torna massante e, neste caso, precisa de uma outra para se entreter, se divertir, se espelhar, se identificar, controlar e assim por diante, afim de preencher o vazio existencial e esquecer a si mesmo. Por outro lado, a de se fazer também uma critica a um excesso de intimidade, em particular quando a pessoa se afunda em si mesma a tal ponto que a expansão do eu na sua fantasia se torna demasiadamente grande, perdendo a noção de realidade... Mas esses dois últimos aspectos, são uma conversa para um outro momento...)

    Por Thiago L.

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