SEGUE-ME?

22 de fevereiro de 2012

Cansei....


Cansei de expectativas furadas, palavras vazias e corações dispersos. Tomei uma dose de antipatia, necessária para poder sobreviver nos dias mais monótonos, e para combater a imoralidade de quem goza de humilhação e injustiça. As lágrimas correm secas na garganta diante de um semblante onde poderia existir luz e alegria. A dor tem sido o meu sustento para permanecer forte e não deixar-me sucumbir... e eu vou colecionando mazelas, cicatrizes que são mais difíceis com o tempo de serem curadas.
Afoguei-me em minha própria amargura, em um canto qualquer, escondida, longínqua de todos os que costumam me julgar e voltei mais sóbria. Mas como tudo tem um preço, essa tal sobriedade trouxe consigo uma consciência gritante que me torna um alguém tão diferente por ter aprendido a enxergar a realidade nua e crua. E esse sangue que corre nas minhas veias tem sido meio frio, e eu até sinto repulsa de ter que existir dessa forma para não desabar de vez... os meus tombos me fizeram crer que a crueldade da vida trespassa a capacidade de assimilação por minha consciência, pasma e solitária.
Talvez seja minha insanidade que esteja transcrevendo tais palavras neste exato momento, mas ela é advinda de uma dor profunda, pelo despropósito de ser alguém que eu nunca imaginei ser, vivendo uma vida a qual é o avesso de viver. Essas palavras são resquícios do desalento que se instala em mim, ou talvez, meras sombras do princípio do torpor....


[Naná]
12/02/2012





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