Há tempos dias não são dias, mas são sinônimos de uma angústia incessante, que sucumbe-me ao labirinto inextricável da explicação.
Há tempos não sei quem sou, é como se eu não tivesse face, mas apenas uma memória envolta à hermeticidade.
O silêncio me dói, me traz o pranto, me faz querer tapar os ouvidos para não ouvi-lo.
Perdi meus horizontes, escondi em baús as minhas fantasias, e despachei pra longe expectativas de cura.
Há tempos fui acometida por uma malícia inocente de quem pensa que sabe o que quer, ou, ao menos o que se é.
Hoje só me resta culpa, desalento, medo... de olhar para o espelho e não encontrar-me comigo mesma, e deparar-me apenas com reflexos de lembranças de outrora, vida que habitou em mim, mas que acabou por perder-se no caminho, deixando apenas lugubridade.
E como dói uma alma sem rosto!
(Naná)
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