Amanhece o dia, entardece o dia... com todos os seus coloridos possíveis... sol, pássaros cantando, árvores sorrindo, e as nuvens de algodão lá no céu anunciam mais um despertar...
Amanhece a cidade, as ruas, as pessoas.... só eu pareço ainda não acordar, embora vislumbre todo o movimento frenético que envolve as pessoas.
Depois de vinte e poucos anos eu ainda me pareço com uma estranha aos olhos alheios e aos meus também. O mundo me é um desassossego tilintante na alma, e não há explicação que me cale dessa inquietação.
Busco sempre respostas, mas acho que não sei formular bem as inquirições... e fica o caos bailando no meu corpo esguio e sem graça, com a cabeça desorientada por tais "porquês".
Guardo cá dentro algo que não tem importância pra ninguém, e tento desvencilhar-me de todas essas coisas, as quais preciso estancar o pranto e a angústia de ser não mais do que um solilóquio desconfigurado.
Claro que é culpa minha ser assim, longínqua da realidade, tão tangível, eu bem sei disso. Esse labirinto inextricável que sou eu, é a fonte de desinteresse das pessoas, e a tal da reciprocidade soa-me como piegas, embora no fundo do meu "eu" tão insurgente ainda pairam resquícios de suscetibilidade.
Apenas preciso despir-me de mim mesma, dessa convicção supérflua, e do embate dos meus "eus" que afirmam que as coisas dependem de sentidos exatos.
Os meus muros são sempre altos, e as curvas dos pensamentos sempre sinuosas, sem orientações de bússolas ou parâmetros visíveis...
Vou lavar o meu rosto dessa turbulência, lavar as minhas mãos, e singrar no além-mar do cerne, até que algo, à tona, decida me apresentar o lado atraente da realidade que me circunda.
(Naná)
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