SEGUE-ME?

15 de setembro de 2012

"Incomensurabilidade"


"Primeiro, as cores 
Depois, os humanos. 
Em geral, é assim que eu vejo as coisas. 
Ou, pelo menos, é o que tento".

[...]

Cansei de pessoas de plástico, 
Me esgotei com corações de ferro. 
Perdi a paciência com gente! 
Perdi-me da fineza da compreensão, 
Desacreditei no tempo, 
Esquartejei as emoções. 

Por obséquio não julga-me mal, 
Tampouco lembra-me! 
Sou apenas mais um corpo desalinhado 
que vaga em passos trôpegos 
num cosmo inatingível, 
com linhas tortas, rabiscos e trilhares de vírgulas. 
Uma transeunte por entre os concretos cintilantes 
Diante dos meus olhos opacos e frios, e mórbidos... 

Não importo-me no "tom" ácido com que me dirigem os olhares, 
ou com as menções que me fazem 
até mesmo com o silêncio inquietante 
e a ironia da desconfiança, 
eu sou mesmo uma quimera
uma alusão dos sentidos 
ou da ausência destes. 

Regozijo-me mesmo é com o sabor das palavras 
das cores destas que aspiro 
e que trazem-me a vida 
em forma de versos, 
decálogos... 

Abraço e entrego-me tresloucadamente aos solilóquios, 
que desfiguram a mazela redundante, 
cá comigo. 

Sem desfechos, 
sem quaisquer explicações, 
aberrações de significações, 
de poréns tagarelantes 
de batidas descompassadas 
de vícios contumazes.... 
Sem adjetivações coesas. 

É assim que visto-me, 
sem-pé-nem-cabeça 
às avessas, 
sem ritmo, 
sem enxergar o além-ponte. 

O agora é o ponto de partida, 
sem demora, 
sem receio, 
sem medo 
sem culpa. 

Sou apenas mais alguém nula
farta 
exausta de coisas simplistas, 
da máscara da afabilidade. 
E embora eu seja totalmente desconexa 
sou inteira e nua 
por isso do julgamento alheio e explícito, 
eu sei,
eu bem sei...



(Naná)
14/09/12




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