SEGUE-ME?

2 de dezembro de 2013

"Alarga-se a noite..."


Alarga-se a noite... 
Sinto no meu peito dolorido o ecoar das horas. 
Deito na cama. 
Na cabeça, os pensamentos perambulam, feito corvos, esperando para abocanhar a sua 'presa'. 
Fito o teto, e as palavras caem feito facas em minha direção. 
Eu olho para dentro tentando encontrar um alento, uma chave que traga alguma saída mágica de mim mesma, 
Alguma regra que evite os meus passos trôpegos. 
O quarto está escuro, mas a tua ausência ainda brilha, cá comigo, na insanidade taciturna. 
Há corações no chão, caídos em outras noites, bem mais escuras e frias que esta, 
Há memórias que nunca existiram. 
Há sentimentos assassinos, que devoram a minha vontade de olhar para o espelho. 
Entorpecida, tento escrever algo que me livre dessa narração ridicularizada do sentir, mas o papel insiste em voar quando a caneta o toca. 
Assim como a sua fuga comiserada e inócua, ao seu ver, quando eu tento chegar mais perto. 
Torna-se nocivo o arrastado discernir do sentimento da carne... 
Desagregada do tempo, resta-me o ecoar das lacunas emudecidas. 
A ausência de um destino encontra-me sempre nos momentos mais vazios. 
Sou uma suicida reincidente, que se mata aos poucos, mas ainda sobrevive, mesmo com essa distância que há entre nós, e que rasga os meus versos... 


(Naná) 
09/09/13



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