Considero impossível, meu caro, descrever o quanto é difícil tolerar a tua ausência e o constante desejo de estar contigo.
Há tempos eu cultivava a ilusão de dormir abraçada à solidão, mas hoje durmo abraçada às nossas memórias, tão vivas e tão palpáveis. Quem dera eu, pudesse estar contigo nesse momento, mas eis-me aqui a tentar descrever a emoção que me transborda, feito uma chuva que rega com afeição os sentimentos que tu mesmo plantastes, com as próprias mãos. Eis-me aqui sentada em frente ao papel em branco que, como uma voz, incita-me à desaguar nas linhas, os sentimentos tão visíveis, tão sutis, tão transcendentes...
Alcançaste a profundidade inesperada por mim....
Esta é mais uma dentre as cartas que te envio...
Ah, se eu pudesse mandar com ela juntamente o meu corpo!
Tenho por ti tanta estima, que quando fico diante de ti, confesso, fico vidrada no teu olhar, com a ânsia de tentar interpretar sobre o que se passa nessas duas luzes que me fitam, nesses dois faróis que me queimam, nesses olhos que me dizem tanto!
Tentei, eu juro, esquivar-me de tal atração, mas as tuas mãos se alongaram dentro do meu cerne, suas mãos me isentaram da minha reação.
O que dizer daquela ponte que nos uniu? Dava a vista para o rio, enquanto nos abraçávamos sem dizer nada, mas sentir tanto!
As nossas mãos se reconheceram no encaixe dos sentidos, os olhares, quando se olharam ainda tímidos, foram a coisa mais pura que já me atingiu.
Um filme me passa na mente todos os dias para reforçar a razão ainda desconhecida, da tamanha reciprocidade que nos une.
Cada detalhe contém a pureza da entrega, cada palavra soa como um verso.
Não sei a linguagem que devo usar para agradecer-te por tão imenso êxtase que incita-me.
Só quero que saibas, querido, que tu tem sido a estrela que me guia nessas noites mal-dormidas, onde meus olhos cabisbaixos têm encontrado uma razão pura a que se dedicar. E que essa pureza faz com que as outras pessoas notem um brilho novo em mim, brilho este, que simboliza tu, aqui comigo.
Obrigada por me embriagar de sorrisos!
E que a nossa canção se eternize!
22/10/2013
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