SEGUE-ME?

24 de fevereiro de 2014

"Suicida reincidente"


Matei todas as minhas idas sem voltas 
Todos os meus passos incertos 
Todas as ilusões despertas 
Todos meus ecos calados. 

Matei os meus vãos, 
os meus espaços 
As linhas paralelas à solidão. 

Matei o meu medo e o pendurei no varal, 
deixei-o agonizar com o tempo, 
que finda. 

Abortei os meus sentimentos, 
deixei marcas do meu sangue e suor 
na alvura do papel. 

Sou suicida reincidente. 
Matei-me de tempos em tempos, 
para poder voltar a viver 
e morrer outras mortes (necessárias).


(Naná) 
22/12/13


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