SEGUE-ME?

20 de julho de 2012

Asas...


Trombei contigo, na curva daquela rua que a gente nunca espera encontrar à frente, e fui atropelada.
Te descobri em meio aos meus avessos e embaraços, em meio às minhas lacunas, sagrados espaços... Caminhava distraída entre pontes e céus inabitados, eu era livre, por acaso... 
Mas há dias que os céus estão cinzentos e o coração desacelerado, e os desassombros são inevitáveis. Despi-me da compostura e deparei-me com um horizonte longínquo; aparentemente avistei algum brilho, mas que fora ofuscado com a contagem dos momentos... 
Abracei o tempo, entardecido, e ele me sorriu de volta, como que num gesto afirmativo de "fazer as pazes". E então eu despertei, e olhei para o espelho da coerência, deixando a conformidade para trás... 
Nada como retomar as minhas asas e avistar um mundo maior do que as pessoas de mente ínfima, supõem. Prefiro singrar no mar revolto, à adoecer na estaticidade. 
O meu mundo é demasiado hermético para seres que não têm a capacidade de se surpreender. 

E ... eu não sou um arquétipo!


(Naná)




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