Trombei contigo, na curva daquela rua que a gente nunca espera encontrar à frente, e fui atropelada.
Te descobri em meio aos meus avessos e embaraços, em meio às minhas lacunas, sagrados espaços...
Caminhava distraída entre pontes e céus inabitados, eu era livre, por acaso...
Mas há dias que os céus estão cinzentos e o coração desacelerado, e os desassombros são inevitáveis.
Despi-me da compostura e deparei-me com um horizonte longínquo; aparentemente avistei algum brilho, mas que fora ofuscado com a contagem dos momentos...
Abracei o tempo, entardecido, e ele me sorriu de volta, como que num gesto afirmativo de "fazer as pazes".
E então eu despertei, e olhei para o espelho da coerência, deixando a conformidade para trás...
Nada como retomar as minhas asas e avistar um mundo maior do que as pessoas de mente ínfima, supõem.
Prefiro singrar no mar revolto, à adoecer na estaticidade.
O meu mundo é demasiado hermético para seres que não têm a capacidade de se surpreender.
E ... eu não sou um arquétipo!
(Naná)
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