Morte...
Uma incógnita que pormenoriza a confusão mental, que abate o espírito e deriva o medo, a angústia, o fim de um ciclo.
Morte...
Ninguém sabe como encará-la, contra ela não há defesas, contra ela restam somente lágrimas e reflexão.
Morte...
É uma cicatriz perpétua no âmago, um rio que corre entre a saudade e a ânsia de recuperar um sopro, um olhar, uma veia pulsante, um suspiro, um resquício de vida...
Morte é palavra severa, que unifica a distância e a ausência, e o medo.
Morte...
É um poço sem subida, que faz deslizar na desesperança.
Morte é casa sem portas, sem janelas, sem luz, sem cor, imota.
Morte é uma transição para o desconhecido, para o inesperado.
A morte nos rouba o tempo, e faz rememorar.
A morte física é sem volta, é fria, nociva...
Mas há quem diga que está morto, mesmo tendo vida.
Há quem diga que viver é um labirinto, incapaz de ser desbravado.
Há muita vida morta vagando à esmo por aí,
Há muita morte correndo dentro da vida.
E eu lamento que a morte seja até mesmo em vida.
Lamento que a angústia seja inadiável para muitos,
E que o sopro fúnebre embala o enterro de mortes não consumadas,
De corações e almas acometidos por extravios, por espasmos intolerantes à cura.
Sim, existem muitas mortes sem nome.
Pessoas sem nome, sem identidade, mas mortas.
Assassinadas pela melancolia da estaticidade,
Pelos desassombros da dúvida,
Pelo medo de entregar-se à luz.
É de morte que eu falo.
É de vida que eu tenho sede.
(Naná)
02/11/12
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