Eu nunca fui uma intérprete perfeita, uma protagonista. Não passei de um efeito figurativo em muitas ocasiões, e para as pessoas tanto fazia ou não fazia. E esse "tanto faz", às vezes custa muito tempo e paciência, e fé.
Sempre avistei as coisas de um modo nada convencional, o que é perturbador, eu diria. É sempre difícil enxergar sozinho, porque a vida passa e você se sente um extra-terrestre, ou um ser "fora de órbita" por caminhar de um jeito confuso e sem sentido para quem te circunda.
Tá, eu sei que dizem que sou dramática, pessimista e afins, mas cada um tem sua especialidade em ser às avessas, de certo modo, pelo menos em algum aspecto.
O fato de eu ser assim, muito me perturba, mas pouco me incomoda. Viver nesse contexto hermético é desafiador para quem o é, mas na realidade incomoda mais os outros do que a si próprio.
E a palavra que me abre, eu sei que ninguém está disposto à dizer, ninguém está capacitado à correr riscos, à viver condenado à ser louco por olhar aqui dentro desse enredo tresloucado.
Sabe de uma coisa? Eu já me habituei ser assim. Ser figurante não me incomoda, porque todo mundo quer ser protagonista e eu não quero o que todos querem. Ser igual é o que eu jamais quero ser, mesmo que isso me custe incompreensão e mofa.
O meu jeito de sentir é torto, desigual, e não raramente eu me perco dentro de mim.
Toda essa balbúrdia sentimental não fará sentido algum para quem o ler, se alguém ler, mas a verdade é que ninguém precisa ser compreendido, apenas ser respeitado.
(Naná)
16/09/12
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