O que delimita a moralidade? Como fica esta, diante da quebra de paradigmas, do livre arbítrio, das analogias, da evolução, e das inúmeras acepções individuais perante todas as coisas possíveis?
Existe alguma borracha que dissipa a imoralidade? Quem pode aplicá-la?
As inquirições são ininterruptas, intérminas e gritantes. Criam atrito e são como uma bola de neve.
Contradições, contravenções, transgressões, julgamentos, sanções, imposições, obrigações, defeitos e perfeições...
Em que parte do mar estamos nós, nesse mundo? Navegando, fugindo, singrando, nos afogando, liderando, deixando-se levar pela correnteza, azafamados, despropositados, indiferentes, atentos, confusos...
Superfície hermética, exímia de causas e conceitos incogitáveis ou indecifráveis, são as reflexões acerca do certo e errôneo.
A medida da introspecção é incerta, e deve dispensar prepostos ou achismos; ao menos é o que penso, ao menos é desse modo que avisto esse nosso universo impetrante e sôfrego de respostas.
A realidade cabe em "pratos" diferentes, transita em subconscientes diferentes, possui vários pesos e várias medidas.
De qual a realidade nos calçamos? Ou de qual nos vestimos ou nos despimos? Enxergamos espelhos ou modismos?
E volto à questão inicial: "O que delimita a moralidade?". O bom senso? Já dizia Descartes: ["INEXISTE NO MUNDO coisa mais bem distribuída que o bom senso, visto que cada indivíduo acredita ser tão bem provido dele que mesmo os mais difíceis de satisfazer em qualquer outro aspecto não costumam desejar possuí-lo mais do que já possuem..." - Discurso do Método].
Ou o que move o homem para o além-do-homem, proposto por Nietzsche:
["O homem é uma corda, atada entre o animal e o além-do-homem - uma corda sobre o abismo. Perigosa travessia, perigoso-a-caminho, perigoso olhar-pra-trás, perigoso arrepiar-se-e-parar. O que é grande no homem, é que ele é uma ponte e não um fim: o que pode ser amado no homem, é que ele é um passar e um sucumbir". - (Friedrich Nietzsche in - 'Assim falou Zaratustra' - pág. 227)] ?
Somos nós que vivemos no mundo, ou o mundo que vive em nós?
(Naná)
19/09/12
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