SEGUE-ME?

10 de dezembro de 2012

"Sussurro de uma introspecção incontida"


O que delimita a moralidade? Como fica esta, diante da quebra de paradigmas, do livre arbítrio, das analogias, da evolução, e das inúmeras acepções individuais perante todas as coisas possíveis? Existe alguma borracha que dissipa a imoralidade? Quem pode aplicá-la? 
As inquirições são ininterruptas, intérminas e gritantes. Criam atrito e são como uma bola de neve. Contradições, contravenções, transgressões, julgamentos, sanções, imposições, obrigações, defeitos e perfeições... 
Em que parte do mar estamos nós, nesse mundo? Navegando, fugindo, singrando, nos afogando, liderando, deixando-se levar pela correnteza, azafamados, despropositados, indiferentes, atentos, confusos... Superfície hermética, exímia de causas e conceitos incogitáveis ou indecifráveis, são as reflexões acerca do certo e errôneo. 
A medida da introspecção é incerta, e deve dispensar prepostos ou achismos; ao menos é o que penso, ao menos é desse modo que avisto esse nosso universo impetrante e sôfrego de respostas. 
A realidade cabe em "pratos" diferentes, transita em subconscientes diferentes, possui vários pesos e várias medidas. 
De qual a realidade nos calçamos? Ou de qual nos vestimos ou nos despimos? Enxergamos espelhos ou modismos? 

E volto à questão inicial: "O que delimita a moralidade?". O bom senso? Já dizia Descartes: ["INEXISTE NO MUNDO coisa mais bem distribuída que o bom senso, visto que cada indivíduo acredita ser tão bem provido dele que mesmo os mais difíceis de satisfazer em qualquer outro aspecto não costumam desejar possuí-lo mais do que já possuem..." - Discurso do Método]. 

Ou o que move o homem para o além-do-homem, proposto por Nietzsche: ["O homem é uma corda, atada entre o animal e o além-do-homem - uma corda sobre o abismo. Perigosa travessia, perigoso-a-caminho, perigoso olhar-pra-trás, perigoso arrepiar-se-e-parar. O que é grande no homem, é que ele é uma ponte e não um fim: o que pode ser amado no homem, é que ele é um passar e um sucumbir". - (Friedrich Nietzsche in - 'Assim falou Zaratustra' - pág. 227)] ? 

Somos nós que vivemos no mundo, ou o mundo que vive em nós? 


(Naná)
19/09/12





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