SEGUE-ME?

10 de dezembro de 2012

Música...


Costumo dizer que eu não ouço música clássica, mas sim, sinto as vibrações, a energia que o som dos instrumentais me trazem quando estou com os olhos fechados... 
Fico imaginando a leveza da alma de quem tem o dom de compôr esses cânticos que trazem a nossa alma para fora de nós a ponto da consciência tomar uma forma de luz que trespassa a nossa capacidade de compreensão. 
Percebo quão preciosos são os detalhes, os toques, e vejo a beleza nos sussurros e toda a magia que a [verdadeira] música contém em seus tons e entrelinhas. 
Sinto falta da valorização do respeito aos nossos ouvidos, diante de tanto "lixo auditivo" e tanta inconsciência na propagação de "vozes" desconexas e despropositadas, que por vezes nos deixamos ouvir. 

Ouvir é absorver, é extrair o som que as coisas nos trazem, é captar as vozes do mundo externo que ecoam dentro de nós. Ouvir é mais que um dom, é uma necessidade. E saber ouvir é uma decisão, sobretudo. 

Que possamos buscar o verdadeiro significado das coisas, e não nos deixemos levar pela superficialidade e banalidade destas. Parece algo extremamente óbvio tudo isso, e digo que realmente é. Mas o óbvio pode ser algo perigoso, porque justamente nele podem morar conceitos estáticos, e por estarem ligados no "modo automático", os detalhes acabam por tornar-se irrelevantes. Acredito que a riqueza das coisas esteja nos detalhes, simples. 
O homem pode carregar em sua "bagagem" trilhares de subterfúgios, de técnicas, de estratégias, métodos e conceitos, mas se ele não se ater à sua maior riqueza, de nada valerá. E a sua maior riqueza é a capacidade de perceber, de sentir, de ver, de ouvir, de tocar e de ser tocado. 
À nós foi dado o dom da consciência das coisas juntamente ao livre arbítrio, mas o homem que se esquiva da sua própria essência, em busca de um mundo que foge à sensibilidade, deixa de ser homem, e passa a ser objeto. 
Objetos podem ser levados para qualquer lugar.
Objetos são coisas finitas, sem vida, sem propósitos ou expectativas. 
Homens não são objetos. 
Homens de verdade enxergam, ouvem, sentem o cheiro, sentem o gosto, tocam, sentem, vivem.... Viver não pode ser algo à toa. A vida precisa ter fundamento. E não existe fundamento sem reflexão, sem introspecção, sem emoção. 

Escrevo todas essas coisas em forma de desabafo. Longe de ser "dona da moral e dos bons costumes", apenas exponho a minha limitação de ser humana e a minha consciência de que preciso superar e quebrar tantos paradigmas. 

Estava ouvindo "Whisper of a Thrill", minha música preferida de Thomas Newman, um grande compositor americano, e foi da necessidade de transbordar que nasceram essas palavras, ainda meio tortas, frases falhas, com um português não tão bom quanto deveria ser... mas sei que não é preciso ser especialista em escrita para expôr as coisas, basta aprender a enxergar o sentir, que as palavras fluem. E o maior de tudo não é ser o melhor, mas buscar ser o melhor. 

E posso dizer que ouvir música clássica me faz uma pessoa melhor.



(Naná)
06/11/12





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