O que as palavras podem discorrer, sobre o que não sabe ser sentido?
O que olhares podem dizer, sobre a voz que se cala?
O que pensamentos podem ver, acerca do que não se ouve?
O que eu posso ouvir da ausência que grita,
E saber...
Da voz que pulsa,
Do pensamento que caminha,
Do cheiro que fala,
Das mãos que se calam?
E dos pés que não sabem dançar
E das pernas que não sabem jogar,
E dos olhos que abocanham
Dos lábios que se contorcem,
E do âmago, que trepida?
O que posso saber sobre o que não é palpável,
Mas que é tragável,
E é viável,
Mas, inexorável?
O que posso saber sobre tudo isso,
Se não é meu,
Não nasceu comigo,
Não é um dom.
Alguém veio e plantou,
... simplesmente,
... despropositadamente,
... despretensiosamente...
Quem fez isso comigo não é gente,
deve ser fera de rapina,
mas fugiu pela esquina
e fechou as cortinas.
(Naná)
25/07/2013
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