SEGUE-ME?

1 de setembro de 2013

Não saber..



O que as palavras podem discorrer, sobre o que não sabe ser sentido? 
O que olhares podem dizer, sobre a voz que se cala? 
O que pensamentos podem ver, acerca do que não se ouve? 
O que eu posso ouvir da ausência que grita, 
E saber... 
Da voz que pulsa, 
Do pensamento que caminha, 
Do cheiro que fala, 
Das mãos que se calam? 
E dos pés que não sabem dançar 
E das pernas que não sabem jogar, 
E dos olhos que abocanham 
Dos lábios que se contorcem, 
E do âmago, que trepida? 
O que posso saber sobre o que não é palpável, 
Mas que é tragável, 
E é viável, 
Mas, inexorável? 
O que posso saber sobre tudo isso, 
Se não é meu, 
Não nasceu comigo, 
Não é um dom. 
Alguém veio e plantou, 

 ... simplesmente, 
... despropositadamente, 
... despretensiosamente...

Quem fez isso comigo não é gente, 
deve ser fera de rapina, 
mas fugiu pela esquina 
e fechou as cortinas.


(Naná)
25/07/2013



Nenhum comentário:

Postar um comentário

Comente: