Trocava de espelhos, de versos, de humor, de afetos,
Trocava de roupa, de pele, virava o avesso,
Mudava de mundo,
Trocava os tropeços.
Mudava o cabelo, a cor do esmalte,
Mudava o tom, a cor do batom,
Trocava o toque do celular, fazia alarde,
Mudava a cor do lençol, mudava a coragem,
Trocava o mar pelo sol,
Trocava o sol pelo mar,
Mudava pra Marte.
Rasgava a rotina,
Fugia da sina,
Mudava a doutrina
Invertia a rima.
Corria, gritava,
Sorria, chorava,
Odiava, amava.
Trocava de espelhos,
Invertia os meios,
Pra esconder a timidez,
Perdia o foco, perdia a vez.
No fundo, odiava a mudança,
Mas perdoava a desesperança,
Caminhava na intemperança,
Colecionava lembranças.
O amor abraçava o segredo,
Mas obedecia ao medo,
Um medo absurdo, obsoleto.
Se alimentava de poesia,
De rosas compradas,
De cartas sem destinatário,
Abraçada aos livros, dormia,
Vivia o contrário,
O contrário do que sentia,
O contrário do que queria.
(Naná)
24/07/2013
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