SEGUE-ME?

6 de dezembro de 2013

"O relógio e a bússola"


E com o arrastar das horas, os meus sentimentos são também inevitáveis na sua chegada, como o tempo. Mas não passam como ele, só crescem. Na medida que os ponteiros dão-se adeus mas se encontram e se atravessam novamente, a passagem das horas torna-se ponte, e o relógio torna-se bússola. 
Recostada no travesseiro, me atrevo à sorrir ao pensar na eternidade da memória. 
Me acostumei em ter mais duas mãos, quando as nossas se cruzam. Me habituei com os passos, que caminham ao meu lado, me apaixonei por dois olhos que falam sempre o que me surpreende. 
É transcendente essa sensação que despe a minha causticidade, e me traz a leveza da minha própria paz oculta. Ao mesmo tempo me perturba esse estímulo de pertencimento, pois a importância alheia nunca me foi habitual. 
Quando paro e penso em você, me rendo à dúvida do encantamento. O seu mistério me incita à querer singrar na aventura do meu próprio medo. 
Quando vejo você, vejo poesia. Vejo a delicadeza no trato, a moral no ato, a certeza do fato. Certeza essa que me faz duvidar da minha descrença no amor. 
Obrigada por compôr versos na minha vida, com a sua existência. 


(Naná) 
05/12/13



Nenhum comentário:

Postar um comentário

Comente: