SEGUE-ME?

24 de fevereiro de 2014

"De onde nasce o Poema?'


De onde nasce o poema? 
Parei e me inquiri. 
Meus pensamentos sobrevoaram e se "enterraram" na questão. 
De onde nascem os versos, por vezes calmos, em outras vezes irrequietos? 
O silêncio da dúvida me devorava. 
De onde nascem as linhas, tortas, tênues, profundas, disformes ou oblíquas? 
Será que o poema tem início, meio e fim? 
E tempo? 
No meu raciocínio (ainda leigo e raso), concluí: 
O poema nasce prematuro, e depois, com o tempo amadurece. 
O poema nasce junto do poeta, no seu próprio desconhecimento de outrora, 
E contorna-se na sua pele, na sua tez, 
Firma-se nos seus pés, 
Comanda as suas mãos (e as suas asas). 
O poema sofre as suas mortes e os seus renascimentos, 
Tira-lhe as vendas, 
Brilha-lhe o pranto, 
Canta-lhe o canto silencioso da introspecção 
E da erosão (das palavras). 
O poema se eterniza no papel, 
onde o poeta lhe fala do perene, 
do inacabado, 
do sublime, 
No amanhecer, no entardecer ou anoitecer, sua voz emudecida lhe aquece. 
O poema nasce do descobrimento do "não saber", 
Nasce do enfrentamento do medo 
Nasce das renúncias ao "não ser". 
O poema não morre, é definitivo, 
Ao contrário do poeta, 
que cerra seus olhos, mas deixa na superfície suas linhas e páginas, 
que ainda gritam e testemunham a sua vida. 


(Naná) 
22/12/13




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