SEGUE-ME?

24 de fevereiro de 2014

Meus pés...


Meus pés são paz agora. 
Meus braços, na transmutação, tornaram-se a(braços). 
Minhas mãos são corredeiras por onde escorrem sentimentos, e os meus dedos esculpem essas águas transbordantes. 
O papel nunca molha, o papel tem sede. 
Minha alma se revela nas entrelinhas, ainda que tortas e tímidas. 
Minha voz é gestual, um eco mudo que deixa os verbos por conta dos meus olhos. 
Meus joelhos são o meu coração, não hesitam em dobrar-se no sentir, feito conchas prostradas no dom de trazer o mar aos ouvidos. 
Minhas pernas são desníveis da minha fome de alma, que me sustenta o corpo, e eu abocanho pássaros do alto, mesmo pequena como sou, mesmo frágil e com asas falhas. 
Eu me rendo ao amor, me rendo aos sorrisos das flores, nos jardins que povoam os meus pensamentos. 
Me curvo diante das tuas curvas, dessas curvas dos teus olhos, essas que me trazem a retidão. 
Eu sou tão ínfima, mas a minha volição tresloucada de te dar amor é tamanha, a ponto de alargar-me o ser. Obrigada por ser a ponte entre o meu eu a ser descoberto e o seu eu a me dar as mãos! Te adoro muito!


(Naná)
16/12/13


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