SEGUE-ME?

12 de novembro de 2010

Quociente Indizível


Eu não sei por que insisto em ser assim, em sentir certos sentimentos, ou até mesmo perder os sentidos às vezes.
Já descobri um Universo o qual pretendi exilar-me. Mas esse Universo me envolve, e acabo regressando.
Eu sei que sou ínfima. Na verdade invisível, e que tudo é tão imenso, e que não importa quem sou eu, mas algo me impulsiona a querer ser além.
São coisas tão simples, mas tão incríveis ao mesmo tempo, que me motivam a sorrir, ou a acreditar que ainda há fé e compreensão.
No entanto, são raras exceções, e ainda, inalcançáveis. Tão inalcançáveis que eu sinto-me frustrada por ao menos cogitá-las.
Não sei se é fraqueza, se é medo. Mas na verdade, minha acepção é que não posso integrar-me em um contexto onde tornaria incongruente persistir.
Eu sempre quero o improvável, eu sinto o que não devo, espero em vão.
Perco meu tempo com o certo, mas que acaba por tornar-se errado.
É como se eu pudesse avistar um mar de águas cristalinas, tão imenso, mas não soubesse nadar e me afogasse. Ou um pássaro que ainda não sabe voar. Mas nestes dois casos ainda há chance para aprender.
No meu caso, creio que nem o tempo transmuta o real.
Estou desolada porque não aprendi a fugir dos sentimentos.
Quanta ambigüidade me aturde!
Hoje avistei o céu e o inferno dentro de mim.
E nunca me desvendo.
Apenas descubro com o tempo, que a cada dia mais me afasto de saber quem sou.
Tenho medo de descobrir. E esse medo faz-me evadir...
Por que essa mania estúpida do meu “eu” deparar-se com o adorável?
Um adorável tão perfeito, que me paralisa, me deixa estupefata.
Diante disso, sinto-me frágil, incapaz e mais distante ainda do que busco...
Eu me perco em mais inquirições, quocientes... divisores de águas, de pensamentos...
Onde estou?
Já sei onde me perdi. Regresso ou morro? Se regressar, ainda assim terei de sustentar um tom fúnebre por afastar-me.
Como sustentar algo, se não posso eximir-me do que vejo em meu cerne? Arrancando o que me faz viver. Cegando-me os olhos? Ainda assim posso ver.
Tapando meus ouvidos? Eu não ouço o que é externo. Ouço o que sinto, logo, arranca-me o coração!
Mas não me implore nenhum sentido, sequer nenhuma eloqüência.
Eu vivi até onde achei que poderia prosseguir. Não até onde gostaria. Tive medo de arriscar, pois achei que seria insensato adentrar-me onde eu seria apenas mais “alguém”.
Se não for possível arrancar meu coração, então apaga os sentidos. Deixa-o batendo, mas não permite que ele ancore-se em um mar revolto.
Não posso sustentar mais contraditoriedades.
Dá-me paz.
Ou diga-me: Estou contigo!


(Naná)

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Comente: