SEGUE-ME?

15 de dezembro de 2010

As máscaras que caem pelo caminho...



Os retratos se confundem na imagem do espelho.
Os reflexos são desiguais...
Apenas uma miragem de minha ilucidez...
Ou talvez, espasmos de sentimentos incongruentes.
Pela janela da vida, avisto os passos de outrora, errôneos.
Inquieto-me, num gesto de introspecção.
Envolta aos meus solilóquios argumento as inconstâncias.
Debelo as desventuranças.
Menosprezo o dispensável.
Não jogo um jogo, mas sou arbitrária em minhas decisões.
O discurso do efêmero não faz parte de mim, mais.
Sinto muito ou não sinto.
Sou ao extremo, entre o sim ou o não.
Não me basta o “meio-termo”... Não existe “meio-tempo”...
Um dia resolvi cessar-me à suscetibilidade.
Um dia decidi assumir os “avessos” de mim.
O meu avesso é o que está dentro.
Indizível, improvável... imponente.
A imagem de uma estátua não faz parte do que sou,
Tampouco uma imagem imutável...
Essa não sou eu.
Eu tenho a necessidade de mudar a cada dia...
O que é velho me sufoca.
Deixo para trás o que não me completa... dando espaço para o que me convém
Deixo no vento mais forte que deparo-me,
Dentre todas as tempestades que já vivenciei
Jogo ao léu sentimentos fugidios,
Não me escapam entre os dedos o que enfrento,
Não esquivo-me, eu argumento.
Esqueci quem me feriu...
Pois quem me feriu, eu dissipei.
Memórias trôpegas.
Os retratos agora mostram-se pela verdade.
Os reflexos agora abrem meus olhos.
Apenas uma miragem que passou
Passos trôpegos que deixei,
Outrora
Apenas pretérito.




[Naná]

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