SEGUE-ME?

3 de dezembro de 2010

O que escrevo... O que sou...


O que eu escrevo fala de angústia, fala de dor.
Não espero que ninguém compreenda esse meu torpor.
Escrevo do que é profundo, embora este seja o meu mundo.
Às vezes perco os sentidos,
Abraço-me com meus próprios ombros amigos.
Perco-me da razão,
Acho-me em uma canção...
O que eu escrevo,
É quando me dói aqui dentro,
Quando os sentimentos já não mais me cabem no peito,
Neste meu mundo tão imperfeito.
Em outrora eu era feliz,
Mas infelizmente a alegria em mim não criou raiz.
Ela é efêmera, e sempre é por um triz.
Olho a vida passar pela janela,
Eu já não tenho vigor para aos outros dar trela.
Sou apenas um coração tristonho,
Que perdeu todos os seus sonhos...
O que escrevo transpassa o meu limite,
E ainda que eu hesite,
É a realidade do que existe.
O que escrevo sempre é contraditório, é confuso
Discurso prolixo e difuso.
Não espero reciprocidade,
Perdi a minha vontade,
De acreditar em felicidade.
O que transcrevo pode conter um pouco de raiva,
Eu sou mesmo um pouco amarga.
Tentei esquivar-me desse caminho,
Mas que pena, ele é meu...
Meu caminho é sozinho.
O que sinto é o que descrevo,
E o que descrevo é o que vejo.
O que temo é o que sinto,
O que sinto é o que creio.
O meu dia está cinza
De tristeza tecem as brisas.
O meu ser está sangrando,
Lágrimas do meu ser estão gotejando.
Eu estou me sufocando.
Hoje meu corpo quis me expulsar essa alma,
Eu perdi a minha calma.
O meu âmago está doente,
Aprisionado em correntes,
Meu semblante não o mente.
Só preciso descansar.
Fechar meus olhos,
E algo estancar.
Não sei se será a minha mente,
Ou o meu corpo descontente.
Já não sei nem o que sou,
Onde estou, para onde vou.
O meu mundo é incerto,
Qualquer caminho está aberto,
Qualquer coisa me serve.
Para quem perdeu as asas,
Tanto faz qualquer morada,
Tendo tudo,
Ou tendo nada.

[Naná]

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