SEGUE-ME?

16 de dezembro de 2010

Os ventos trouxeram enfim, a minha "Primavera"



Talvez eu estivesse cega.
Mas na verdade estava atada. Atada por pensamentos fugidios da realidade afável. Temendo abrir os olhos, ou dar espaços ao sentir.
Sim. Eu estava imóvel, estática. Tomada pelo torpor.
Abraçada às desventuranças, agarrada ao pretérito.
Terrores noturnos.
Dissabores explícitos,
Amor arquivado.
Talvez eu devesse esquivar-me, evadir.
Mas certamente muito perderia de mim mesma... Mais ainda.
Associei as perdas aos meus fracassos intrínsecos.
Recuei. Regredi.
Novamente caí no precipício da dúvida... Das dúvidas.
Regressei ao quarto escuro.
Chorei mais muitas vezes e incessantemente.
Era o peso da volição de encarar, mas ao mesmo tempo, o fracasso avisava que mais uma vez não haveria chances...
Uma luz relutante tentava apropriar-se do meu ego.
Do meu egocentrismo...
Eu batia a porta e virava ao rosto aos bons ventos.
Trancada no comodismo do meu Solilóquio,
Escusava-me de avistar algo novo, para evitar mais contraditoriedades.
Optei por um coração gélido.
Uma vida ímpar...
Mas esqueci que eu não domino o tempo.
Embora, contida de um pensamento de “auto-controle” ou “verdadeira-própria-razão”...
Eis que o Majestoso tempo
Dentre os dias tempestivos
Amainou as trovoadas,
Clareou o meu cerne, lúgubre. Tétrico.
Era como se eu me desnudasse diante de um cenário alheio, sem poder transmutar nada...
Essa luz a qual menciono, é a paz que me move para frente.
São asas para livrar-me das torrentes.
É a primavera que circunda-me de flores.
É o amor que foi desarquivado,
Cuja paz provém de um anjo alado.


[Naná]

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