SEGUE-ME?

23 de dezembro de 2010

Quando cala-se a minha voz, falam os meus dedos...





Eu bem tento anuir-me ao silêncio, esquivar-me de todas as palavras e seus significados, mas mesmo que eu me oculte, elas sempre me alcançam. E mesmo que eu não escreva, e mesmo que eu me silencie, só eu sei o quanto isso explode dentro da minha cabeça e escorre pelas veias até o coração.
Eu não conheço o meu silêncio, porque eu sobrevivo dos pensamentos.
Não existo sem as palavras que ecoam em meu âmago.
Quando a voz se cala, falam-se os dedos, ou algo dizem meus olhos.
Sou um ser inquieto, e não sei prosseguir sem reflexão, sem significações, que muitos consideram meras frivolidades.
Não quero uma redoma de vidro, e nem almejo todas as respostas, mas mesmo que eu não queira, as pessoas acabam subjulgando-me às avessas.
A vida passa, o tempo transmuta e implica em mais contraditoriedades.
Talvez seja o meu ciclo de inquietude, ou possa ser o meu modo acerca das acepções, as quais me eximem de crer em muito do que a maioria diz.
Talvez esse não seja o meu mundo, ou talvez esteja em local impróprio, onde minhas idéias são malucas, disformes.
O meu solilóquio jamais terá algum par.
Todo cerne é ímpar. Apenas o nosso coração nunca será.
Tomo uma dose de ceticismo diária, para evitar que caia em insídias, a cada dia repenso novas idéias, formulo novos pontos de vista.
Talvez eu seja mesmo egocêntrica, mas o fato é que cada um é portador da sua própria verdade, e partidário ao modo ímpar-conclusivo das situações as quais são impostos a deparar-se.
Não há nada que cale as minhas palavras, nem que estanque o que sinto, tampouco me faça pensar em esquecê-lo.
Por mais que eu não diga nada com a minha voz, os meus dedos sempre falarão por mim.
Ou talvez, baste apenas olhar meus olhos, e descobrir a verdade d o que sou, dentro deles.




[Naná]

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