SEGUE-ME?

17 de junho de 2012

Cá veio a inspiração...


Cá veio a inspiração, toda ousada e maluca, e sem pé nem cabeça... sem licença, e me coagindo à inspirar, transcrever, transcender a compreensão...
Ah, esse pendor pela "filosofia da vida", transmutou-se em vezo. Pensamentos vão e vêm feito corcéis desgarrados, arautos do âmago, antinomias que consomem os ditames; acometem a acuidade, arrebatam as expectativas de cura perante as perquirições viciosas.
Os pensamentos são exímios na arte da hermeticidade, auscultam e trazem à tona o alheio. Nunca fui alguém moldada pela concisão, e isso sempre me foi um grave problema. Minhas acepções tortuosas e disformes sempre ocasionaram deslizes de reciprocidade; acho que ainda tenho muito trabalho à frente ao decodificar-me.
Meu universo por diversos tempos afigurou-se (e por muitas vezes ainda afigura-se) errático, paralógico... é essa acatalepsia dos sentidos que furta-me o sono, coloca asas nos meus dedos e interrogações no cerne; mas em contrapartida é esse afã perene que me extasia, me move, me preenche de certo modo, mesmo com uma dose de insipidez, outra de letargia, e diversas outras que me embalam nesse trem sem destino identificado. Embora conversar com as folhas de papel em branco transpondo muitas vezes a ausência de sentidos, aparente ser solilóquio, ou até mesmo uma missão inexequível, esse automatismo é análogo ao lenitivo da minha sobrevivência. As pessoas riem da minha loucura, e prenunciam meu endeusamento, mas são poucos os que não perdem o equilíbrio ou não trepidam quando trata-se de "ich".
Talvez eu contenha um espírito difuso, e a genealogia da moral não me caiba. Sou ascética nata à dúvida, ao que intriga e tira-me do chão. Sou movida pela insegurança, na verdade sou uma artilharia inteira prestes à explodir o empirismo.
Há contrastes por todos os meus "ângulos", angústias prontas a escalarem o poço do desconhecido, alegrias presas na garganta, medos que riem de mim na corda-bamba que é viver. Talvez ainda tudo isso seja indício da síndrome da singularidade.
Preciso debelar toda essa esquipatia antes que seja tarde, e eu entregue-me legitimamente à evasão.



 (Naná)  

 29/05/12



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