SEGUE-ME?

17 de junho de 2012

Pensamentos...


Andei pensando muito hoje.... na verdade corri nos pensamentos... tive meus altos e baixos, escalei montanhas e caí em poços, de tanto pensar... Chorei e sorri diante dessa letargia que me persuade à pensar em você... 
É, realmente eu sou adepta à hermeticidade desprovida de concisão, de mãos dadas às delongas... 
Oh, como eu falo demais com as mãos! Sou tagarela por escrever tanto, e meu coração é todo desorganizado porque não acompanha os dedos, desequilibrados e trêmulos quando escrevo sobre o que guardo na mais profundidade do cerne... na realidade nem é tão profundo assim, de tanto que cavei esses dias à procura de resquícios de sanidade. As lacunas gigantescas me permitem deslizar com mais frequência quando sou acometida pela suscetibilidade, bravia e inconsequente, que corrói as expectativas de cura. 
Ah, sua tola... você é especialista em querer cicatrizar os sentidos, estancar as amarguras que passeiam calmamente e sem pressa nas suas entranhas... não se preocupe com eles... Preocupação é para os fracos, que não permitem-se ser, sentir ou viver, embora ganhe a dor de brinde! 
Mas olha, viva sem medo, porque a vida prega peças até mesmo quando a prudência é absoluta. É verdade! Ela gosta de decorar alguns dias com balões coloridos, músicas que parecem eternizar-se no êxtase da alegria, e em contrapartida (pra quebrar o gelo), acinzentar outros dias, só pra não ficar na "monotonia" de ser feliz... entende? 
Ah, menina boba! Páre de se apegar aos sonhos, e querer se entregar ao clichê de que as pessoas um dia vão te enxergar com uma sensibilidade tão notável que você vai até desmaiar de susto. Bobagem! A vida é passagem... passagem pra se conhecer, para os outros te conhecerem, mas adquirirem desinteresse... Acho difícil encontrar empatia onde há muita passagem... é, o trem da vida é rápido... Só que você ainda não consegue correr muito bem pra acompanhar essas mudanças tão bruscas, que te puxam pra becos, praticamente despropositadamente... porque os ventos sempre te levam... mas olha, isso tem um ponto positivo: você aprende a se perder no meio do caminho, e depois aprende se encontrar denovo, com muito custo, mas se acha, atordoada, mas se acha... 
Essa é a vantagem do conceito efêmero! Você se renova a cada dia, e sempre tem algum sentimento novo batendo à porta, só pra não te deixar com o tédio do vazio... é como dizem: é melhor sentir dor do que nada. E que Deus me livre da anodinia! 
Tá, aí você vem e me pergunta porque eu escrevo tanta merda transbordante... e eu respondo: porque isso vai passar também. É apenas o meu "escape" desse sentimentozinho que está batendo à minha porta agora... mas amanhã ele vai embora, e vou deixar entrar outro, cá comigo. 
Tá, esquece! Deixa essas coisas de passagem de lado... não consigo me habituar com essa ideia de tempo... eu bem disse há algumas linhas acima que não aprendi a correr o suficiente... talvez minhas pernas sejam curtas demais, ou eu tenha muito medo mesmo de me tornar insensível e gostar de ser assim... 
Ah, deixa pra lá também todas essas filosofias baratas que eu estou tentando descrever aqui... é que eu preciso te contar uma coisa... é uma coisa chata, eu sei... mas é que eu aprendi a chorar sem derramar lágrimas... será algum sintoma de ter "calos no coração"? Acho que acumulei cicatrizes... sou mesmo uma idiota por permiti-las... é, você já me disse sobre essa minha amargura que sempre estraga tudo... e eu não vou te pedir perdão por ser assim, porque não tem nada a ver pedir perdão sem sentido, e eu sou sem sentido, desconexa, às avessas... cai na real, eu sou realista, pô! 
Já acostumei com as pessoas me denominando por milionésimas vezes, mas tudo sempre querendo me afirmar que eu sou uma boba, ou uma chata de galochas...Hunf! Isso cansa, mas eu já me acostumei... a gente acaba se acostumando com as coisas da vida, inclusive acaba tornando-se vidente... hehe! 
Você sabe o final do filme, e do embrulho no estômago que vem depois das borboletas... mas mesmo assim as deixa voar por um tempo dentro de você, até que elas não se contentam e vão embora, te deixando um vazio esquisito, mas você se acostuma... é, mais uma vez a prova de que tudo é efêmero, com exceção da sua convicção tão assertiva sobre as coisas que você vive... decálogos ou dilemas? Tanto faz como se chama isso, só sei que gosta de me perseguir quando tudo sempre parece estar bem... 
Mas sabe qual o problema, moço? Eu sou forte! Sim, é verdade! Sempre me dou oportunidade de quebrar a cara mais uma vez... e minha coluna ainda resiste em abaixar pra pegar os cacos... claro, culpa minha! Afinal, fui eu quem me permiti, não é mesmo? Eu sou ímpar em arranjar confusão comigo mesma... acho que já nasci toda atrapalhada, perdida no meu labirinto de ser... Ufa! Meus dedos estão doendo, logo eles vão criar calos também... 
Mas minha cabeça ainda resiste mais algumas "marretadas"... são doses diárias de "se liga, garota" e "caia na real" que eu preciso injetar nas minha veias para, ao menos, tentar ser "menos pior"... 
Me deu vontade de rir, agora... é sério... aliás, "é sério" me faz lembrar a sua voz... você sempre me dizia isso... mas dizia é pretérito (imperfeito)... Então, me deu vontade de rir por toda essa esquipatia descabida que eu sou no todo. Não tem nada em mim que não soe estranho... e eu rio porque eu queria ser normal, mas eu sou muito atrapalhada pra isso... embora goste de andar de salto alto, batom vermelho e ame roupa preta, o resto eu sou diferente... acho que eu tenho um coração batendo nos dedos, e um cérebro estrangulado no peito....
Olha eu, dramatizando novamente, né? Poxa... quantas palavras frívolas consegui empregar pra classificar toda essa balbúrdia mental, não é mesmo? 
Isso porque eu estava deitada na minha cama, cansada, já pensando em dormir... me deu um estralo, quase que um fantasma me levantando da cama, eu com um pré-sonambulismo, pra me meter à desaguar rios de asneiras aqui... que certamente ninguém perderá tempo em ler... (é óbvio)... 
Se bem que ainda é cedo, quase 2 da madruga... pra quem vive acordado demais, não tem problema dormir pouco.... 
Já estou melhor, enfim... estou mais leve, ao menos acho... todo dia deposito na minha caixinha colorida, os sentidos que eu guardo o dia todo, só pra não acumular no dia seguinte... pra não pesar, entende? E tem a questão do efêmero... as palavras não vão voltar, pelo menos não dessa maneira... 

Então eu respiro fundo e me proponho pra mim mesma... vai dormir, garota... no sono a gente esquece um pouco das coisas... a prática não leva à perfeição, mas ela sempre estimula a você superar (principalmente à si mesmo)... 

E então eu vou seguir o meu próprio conselho: cerrar meus olhos daqui alguns minutos, e esperar que todas as coisas passem, sejam da maneira que for... já que tudo tem que se cumprir, que eu cumpra o meu papel de viver... mesmo que seja através dessas mal traçadas linhas que escrevo, desprovidas de sentido, e afiguradas uma palhaçada mental... 

Mas a regra de ouro é: Não me julgue, nem queira me entender... porque das minhas urgências só eu sei, e só eu suporto... certifique-se antes de aproximar-se um milhão de quilômetros do meu farol vermelho, porque eu sou um arsenal inteiro prestes a explodir... mas se você conseguir ultrapassar a minha "visão de raio-x", sou eu quem preciso tomar cuidado... nunca se sabe das estranhezas que querem te atingir, não é mesmo? 
O alheio às vezes atemoriza, mas em outras vezes atrai... e é pior que íma...
E é disso que eu tenho mais medo: dos dias coloridos, que depois se tornam cinzas... onde eu que acabo sendo a atingida por munições que eu mesma deixei transpassarem as minhas fronteiras... ingratas fronteiras do coração, revestidas de falibilidade... Bom, já dei "nós" demais nas palavras... Vou dormir... Ah, e quer saber? Esquece tudo o que eu disse... vou quebrar as regras (na verdade vou fazer uma confissão: eu vou gostar de você mesmo que o tempo passe, tá? Mesmo que eu seja a maior babaca do mundo e você me odeie por eu ser tão imatura e tosca... só tô falando isso porque o que eu sinto, há um tempooo não tem sintomas da "passagem" que eu disse... está mais pra íma, perigo, fogo, do que passagem, porque você já ultrapassou minha "visão de raio-x" e eu te permiti vir do meu lado, mesmo que eu corra riscos...). Mas não se esquece de que eu sou doida, tá? E o quanto isso te incomoda... e o quanto isso me diminui... 

Boa noite, e beijos na testa! 



(Naná) 


04/06/2012 







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