SEGUE-ME?

10 de março de 2013

Não sabes...


Corre desgovernada pelas minhas veias, a doce lembrança do teu sorriso.
Um sorriso frágil, mas tão forte, tão sincero, tão arredio, que me embalava através do teu silêncio, tão franco e misterioso.
Tu sabes que eu nunca lhe disse, tu sabes bem que eu não sei querer direito.
Tu sabes, pois tu vês na minha voz emudecida, e no meu semblante suscetível ao teu olhar.
Tu sabes do meu encantamento e da minha evasão.
Sabes bem que essa fuga inexata é necessária para apartar as dores que eu desviei do nosso caminho, por medo. Um medo covarde, um medo tolo, um medo que por vezes segura nas minhas mãos e me leva pra longe do que me atrai.
Tu sabes da minha ternura, e da espera tresloucada por uma ausência que me conforte. Meu sentimento é um barco à vela, que singra por horizontes herméticos, mas prefere alimentar-se do silêncio que perambula nos lugares ermos do âmago.
 Minha fé nas coisas é estranha. Não sei transparecê-la, não sei falar muito sobre ela. As palavras são ínfimas quando trata-se de sentidos.
A chuva lá fora diz tanto sobre o silêncio, mas agora eu preciso de um abraço.
Tu sabes bem que não tenho medo de ser sozinha, só não sabe que eu preciso que apenas segure na minha mão essa noite.


(Naná)
03/02/13




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