SEGUE-ME?

19 de maio de 2013

Invisibilidade


Às vezes, até mesmo eu surto com as minhas paranoias... essa sensação de descaminhos, de não pertencimento à nada, me faz querer tapar os ouvidos; e os horizontes, longínquos, não trespassam uma miragem do caos bailante nesse cerne coagido pela ausência de parâmetros. 
Esses silogismos pairam diante dos meus olhos e o torpor tende à me sucumbir, embora a relutância ainda seja superior contra essa hermeticidade desconexa. 
Sempre fui às avessas, sempre me senti só. 
A ideia de alguém realmente me aceitar como sou, não vai além de uma utopia funesta, a qual nem sequer cogito arriscar em crer. 
Prossigo, passos trôpegos, âmago feroz, acometida por um silêncio gritante. 
Quem dera eu ser, uma dessas criaturas alígeras... quem dera eu conseguisse desvencilhar-me desse "peso" de assumir-me como tal. 
Já cheguei a pensar que máscaras devem pesar menos do que o "peso" dos princípios, e das ideias desgovernadas que porto; contudo, ainda que isso pareça escasso, é um resquício da minha dignidade de existir: viver como sou, mesmo que doa, mesmo que seja custoso ou aflitivo, mesmo que seguir só seja um ditame, embora incompreendido, e as entrelinhas existam e ao mesmo tempo sejam tão invisíveis quanto eu.


(Naná)
17/04/2013


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