SEGUE-ME?

2 de setembro de 2013

"Paralisia dos Sentidos."

"Paralisia dos sentidos". 
Sempre interrogo-me sobre esse termo, e não considero a anodinia, fator acometedor de tal circunstância. Não no meu caso. 
É um tolhimento descabido, que usurpa a própria compreensão, altera a órbita da consciência, traz a inconsciência à tona. 
Inexequibilidade, indizibilidade, impossibilidade, imprescindibilidade, imobilidade, obscuridade, ambiguidade, irrealidade... trilhares de adjetivações, controvérsias isentas de explicações cabíveis à literalidade do sentir. Isso às vezes angustia, porque não é, de modo algum uma paralisia; diria que é um êxtase re(traído) pelos tre(jeitos), uma espécie de mistério banal que advém de estranhezas de estranhezas alheias. Sim, a redundância foi proposital. 
... Transmissão de Energia? Energia que paralisa, energia que mobiliza, energia que apenas energiza. De onde vem a energia? Energia não é estática, então como poderia paralisar? Um choque? Como decifrar o que não é palpável, mas escorre pelas mãos, não se pode ver a olho nu, apenas pulsa e "paralisa"? 
Parece que quero nomear a minha "paralisia", tentando, minunciosamente juntar os detalhes obductos, com a minha inabilidade tão notória e inviável. 
Isso é coisa de quem não tem o que pensar, que pensa demasiadamente. Onde já se viu querer nomear "paralisia", com tantos outros assuntos a serem inquiridos? Seria egocêntrico nomear os meus sentidos? Seria um abstraccionismo vão e isolado. 
É, talvez se eu devesse tratar de modo isolado a questão, abraçar os solilóquios silenciosos das minhas pretensões... É isso!!!! 
Um solilóquio disfarçado! Com uma roupagem estreita, com raros vãos de possibilidade a serem espreitados. Talvez a minha paralisia seja um solilóquio, entrevado sem querer. Um monólogo com os botões das vestes apertados que impedem a mobilidade, que coagem a volição de desvencilhar-se das amarras, do fastio manipulado. 
Talvez os sentidos respeitem a energia ou o tempo, hibernem dentro de mim. 
Talvez eu "troque os pés pelas mãos" quando tento raciocinar, talvez eu tenha um problema crônico de inalterabilidade da personalidade dupla que ora diz X, ora diz Y.  
Seria um conflito existencial intrínseco, ou uma psicose mutável? 

"Paralisia dos sentidos". 

Eu sinto, e paraliso, mas não paraliso. Mas não é constante. 
Eu sinto, logo quase paraliso (rs). 

Ainda estou carente de verbos... 

Eu penso, logo sinto, logo quase paraliso.... 

Eu vejo, logo penso, logo sinto, logo quase paraliso... 
O que vejo? 
Não é palpável, ou talvez seja? 

Desisto de "dissecar" as minhas neuroses, as minhas paranoias, as minhas insanidades cômicas e subestimadas. 
Vou paralisar essas ideias. 
Prefiro pensar em você! 


(Naná)  
31/07/2013





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