SEGUE-ME?

24 de agosto de 2010

"Crônica de uma Saudade"


As minhas palavras sempre foram mudas para ti.
Mas mesmo assim, as palavras sempre foram a melhor forma de dizer aquilo que minha alma carrega.
Por momentos encontrei-me.
Por outros, perdi-me. Não me lembro nem quando, nem por quê.
Embalei-me em lembranças.
Hoje me deixei provar por uma melancolia já provada anteriormente.
Senti o dissabor da eterna introspecção, sem muito êxito em responder as inquirições que aturdem-me por vezes.
O dia amanheceu ensolarado.
Resolvi dar uma volta no jardim de flores... das memórias indeléveis...
Mas durante o passeio, o Sol brilhava sobre as lentes de óculos escuros que eu usava. Não pelo reflexo da Luz radiante, mas ocultava meus olhos, que mal e pouco têm dormido.
Pensei em ti.
Paradoxo sucinto.
Pormenorizar sentimentos contrapõe certos sentidos, porque existem aspectos de sentir intraduzíveis.
É difícil conviver com contraposições, contraditoriedades, mas que estão intrínsecas e assolam o querer.
Sinto tua falta.
Mesmo que minha voz jamais tenha tido força,
Mesmo que tu nunca me ouviste,
E nem demonstraste teu sentir.
Minha decisão de tirar-te da minha vida foi a mais cruel.
Nas entrelinhas eu lhe vejo,
E sinto teus versos descritos, tocando meu coração.
Eu sempre retrocedo.
Estou concluindo que apenas sou uma escritora cobaia de sentimentos,
Pois tudo foge do concretismo.
Tudo é inexeqüível de materializar-se.
Sempre restam-me as folhas de papel em branco, diante de meus olhos...
E uma esperança ansiosa, à flor da pele,
Ensaiando alguma peça boçal.
Apenas para dar mais vida a brancura do papel
Com palavras descritas.
Apenas meras palavras...
Exímias de Ausência-Recíproca.



(Naná)

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