SEGUE-ME?

1 de setembro de 2013

Conselho?


"Cara, você precisa mudar", vivo ouvindo isso e me pergunto porque essa maldita mania das pessoas quererem uma mudança que não é delas, uma mudança da qual elas não refletem, simplesmente avistam uma necessidade de mudança em você, de modo superficial, e se acham "donos da verdade" para sair pregando à esmo por aí. 
Acho eu, que isso é tomar partido de uma "psicologia" totalmente equivocada. Se eu precisar de um analista, não preciso ser avisada, afinal eu sei medir os meus problemas e ver as minhas próprias necessidades, afinal sou EU que as sinto. E ainda acho que não cheguei ao estágio de vestir camisa de força... ¬¬ 
Olha, parece arrogância da minha parte, mas posso garantir que não é. 99,999999% das pessoas que te dão opiniões acerca do que você é, não te conhecem de verdade, tampouco possuem o mero interesse em ajudar realmente. Se baseiam em estatísticas errôneas, percepções falhas advindas de prenúncias. 
As pessoas nos analisam como sabem. Pode até não ser maldade, mas é um modo "torto" de tentar mudar o outro. As pessoas mudam por si mesmas, o outro pode até ajudar, mas a atitude é uma propriedade individual de cada ser. 
Fico pasma com o Misoneísmo correndo às soltas, andam chamando isso de "Bullying". Acho o cúmulo da existência desse tipo de opressão. Não somos bonecos que se moldam para serem vendidos ao preço que convém. 
E daí chegam e me dizem: "Você é careta". Eu respiro fundo e sorrio, agradecendo à Deus por me permitir ser diferente. E daí se eu sou careta? Não me poupo em ser como sou. Se eu choro, se eu rio, se eu grito, se eu corro, calo ou fico parada, ninguém tem nada a ver com isso. E nem por isso sou louca. Se eu sou feia, gosto do cabelo colorido, gosto de piercings, tatuagem, música clássica, filosofia, rock e livros, tudo ao mesmo tempo... qual o problema??? Sabe qual é o problema? Eu vou dizer: "Hipocrisia alheia", responde. Eu não incomodo ninguém, as pessoas que se incomodam com o meu jeito extrovertido, "doido" como ouço sempre. Não hesito em ser quem sou. Máscara é feio, não me cabe, e não nasci pra isso, mesmo que me rotulem "rebelde", ou isso ou aquilo. 
Enquanto as pessoas se exaltam, eu fico no meu canto com a minha pouca auto-estima, vivendo do modo que posso, como posso, e como quero também. Eu gosto do que me faz bem, mesmo que eu mergulhe e me afogue, mesmo que eu seja imatura aos olhos alheios, ou arrogante em demasia para alguns, deixo vir e ir quem quiser, não prendo ninguém, e também não nasci para ser presa. Sou atrapalhada no jeito de andar, no jeito de olhar, no jeito de ser. Tropeço, e às vezes atropelo os meus próprios sentidos, que se parecem mais com labirintos... Mas ainda assim, acolho a dor e a alegria, cá comigo, e sei me virar sozinha, sempre soube. Gosto de críticas, mas o que odeio é falta de respeito, e falta de respeito pra mim é não permitir que eu seja o que sou, pois disso eu não abro mão. Abro mão das minhas poucas vaidades, mas não abro mão do que sou, na essência. Não tolero a perfeição, porque perfeição é um espelho torto, o qual muitos se vêem certos. 
Eu assumo os meus avessos, os meus tombos, as minhas cicatrizes, e isso realmente, na maioria das vezes assusta as pessoas. Deve ser por isso que estou "só". Na verdade até a solidão pode ser vista por ópticas diversas. Tenho visto que as pessoas têm medo de profundidade, medo da nudez que não se vê a olho nu (redundância proposital), medo da verdade. Não me esquivo de ter as mãos limpas dos "não-eus". Acho que a minha doença, na verdade é ser muito "eu". 
Não é endeusamento, não é egocentrismo, é apenas assumir-se como tal e engolir a solidão à seco, quando nada, eu digo nada mesmo, têm o encanto de te completar. Para isso é preciso coragem, coragem de assumir as fraquezas, e coragem para tentar avistar brilhos onde não existem, e desatar nós que não desatam, e caminhar com a (in)certeza de que os próprios passos são os melhores guias e as melhores bagagens que se pode ter e levar consigo. 
E eu sou assim, talvez uma aberração da natureza, uma alma hermética que não tem quebra-cabeça que se encaixe, uma compostura categórica ou antiquada, ou alguém que por vezes tomou a decisão de banir um pouco do mundo de dentro de si e sair cantarolando, para não perecer pela incompreensão; fugiu com asas banais para não esmorecer pela sua dissemelhança do lógico, e não deixar-se acometer pela ablepsia paralisadora e assassina, que estreita os paradigmas.


(Naná) 
05/07/13


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