SEGUE-ME?

2 de dezembro de 2013

" Duo cum faciunt idem, non est idem"


" Duo cum faciunt idem, non est idem" 

Se há uma coisa que eu acho engraçada (sendo irônica) é o julgamento das pessoas acerca do que elas não sabem, tampouco sobre o que não se permitiram pensar e refletir. É muito fácil deixar-se levar pelo "Common Sense", afinal poupa-se tempo" diante das inquirições não dispostas. 
Na realidade o que aflige muitas pessoas (senão a maioria) é o medo e a impotência diante daquilo que é incomum, inconvencional, diferente, exótico, ou seja lá qual nomenclatura ou termo usarem. 
Nós aprendemos com o tempo, de acordo com o tratamento que recebemos, com o ambiente que vivemos, com as experiências que passamos, a nos moldarmos, aprendemos a enxergar as coisas e dar os passos de acordo com as nossas expectativas, metas, até mesmo frustrações, que nos fazem andar para a frente; mas o que não faz andar pra frente é a hipocrisia, é a falsidade, e o errôneo julgamento... tudo isso faz parte de um conjunto de nocividades que se criam a partir de estereótipos (eu diria anomalias mentais). A hipocrisia paralisa, o pré-conceito torna as pessoas paralíticas. 
É óbvio que cada um de nós, seres singulares, somos portadores das acepções, ideias, senso crítico, opiniões distintas, afinal o mundo se constrói pela diferença, mas quando a dificuldade para aceitar a diferença alheia trespassa os limites do bom senso, do respeito, e limita à mente à conceitos massivos, desprovidos de consciência, apoiados em parâmetros baços, eu diria que o grau de equivocação tenderá a progressão. 
O que me incomoda, e me irrita, definitivamente, são pessoas que não agregam nada com suas paranoias, vestidas com uma roupa suja de moralidade (falsa), pessoas que andam com o espírito envolto à uma mortalha fétida, e fazem transtorno por acreditarem que deve existir unanimidade no que é certo e errado, conceitos esses, pregados por elas mesmas, tidos como verdades absolutas. O que me irrita é que a liberdade de expressão, embora tenha alcançado mais espaço com o passar dos anos, ainda é recebida com esgares, com críticas destrutivas, com violência (tanto física quanto verbal). 
Acho o mundo horrível quando analiso pela ótica do reconhecimento: você é bom se você é bonito, se você é abastado, se você se veste bem, se tem um carro do ano, um emprego no qual você ocupe uma posição alta, você é bom se você é formado em alguma faculdade, se sai todos os finais de semanas nas festas caras, se você tem roupa de marca, se anda na moda... na realidade você é bom, se a sua submissão te oprime e te faz ser menos humano, e mais etiqueta. Você é ruim (para o mundo) se você está desempregado, doente, sua família passa dificuldades, se você não tem condições de se vestir bem, se não tem carro, se ganha pouco e nunca sobra dinheiro pra nada; você é ruim se você tem piercing, tatuagem, se o seu cabelo é diferente, se o seu estilo é incomum, se você sai às ruas para reivindicar os seus direitos, se você grita por justiça (te chamam de rebelde, de louco, até riem da sua coragem), se a sua dignidade é o que mais vale, mas ainda assim o mundo a joga no lixo, porque dignidade conta bem menos "pontos" do que a aparência. Eu assumo os meus erros como pessoa, como ser humano, como cidadã, assumo a minha tremenda imperfeição, e procuro melhorar, mas da doença da "agressão ao diferente" eu não me contagio. Também assumo a minha vergonha do mundo, assumo a vergonha do alheio que não se preocupa em aprender a pensar, e vive estático, alienado, limitado a pensamentos vazios, que retrocedem, e se afastam cada vez mais do olhar da compreensão e do respeito. Pessoas assim, pra mim, são sinônimo de nulidade mental. 


(Naná)
26/09/13




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