SEGUE-ME?

31 de julho de 2010

"Voar"




Hoje tu atiraste rosas em meu jardim.
Sem que eu as estivesse esperando.
Coloriste um sorriso em meu semblante.
Abrilhantaste o meu olhar.
Olhaste bem dentro dos meus olhos,
Tocaste bem dentro do meu coração.
Amainaste a tempestade de tempos fortificada aqui.
Divergiu o discurso prolixo contumaz.

Hoje eu me encontrei.
Hoje tu me devolveste.
Com todo recato e ternura.

Senti-me viva... Novamente.
Senti-me liberta do vazio que me contristava.
A brisa dócil a tocar em meu rosto.
O teu perfume exalando em meu ar.
Teu olhar em mim.
Tua boca parafraseando versos de um amor ilícito, impudico.

Será apenas mais um momento efêmero de reviver?

Pude avistar a luz do horizonte próxima aos meus passos.
Mesmo no mais insondável silêncio...
A paz transmutou o tédio habituado.

Voei lentamente para teu amor,
Com asas novas.
Asas coloridas e leves.

Sem pudor entreguei-me ao teu sorrir,
Abri espaços de sentir.
E, nas entrelinhas... Amar-te...

Desprendi-me das mazelas
Ocultei o meu temor.
Hoje sou eu mesma.

Ouvi pássaros declamando seus hinos
Sentimentos recônditos, agora claros, tênues.

Guardei esse momento na caixa mais bela e colorida que já avistei.
Enchi-a de esperança.
Invadi os espaços, em outrora vazios.

Amanhã, se eu acordar, e tudo for escuro novamente,
Vou lembrar-me de minhas asas.
E que resta-me,
Ainda...
Te amar!


(Naná) 

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