SEGUE-ME?

20 de setembro de 2011

"... O perfeito é desumano, porque o humano é imperfeito."


Não sou a mais bela, não sou rica, não ligo pra roupa de marca, não sou excessivamente vaidosa, nem tão ambiciosa, tampouco demasiadamente inteligente. Mas ando com a cabeça erguida, com minha consciência tranquila, e com a ciência de que preciso melhorar a cada dia mais. A beleza exterior um dia acaba; a necessidade de riqueza é relativa: alguns vêem o dinheiro como um "deus", e deixam escoar os seus princípios pelo "ralo da cegueira", para alcançá-lo. Roupas de marca, maquiagens saem, o caráter fica à mostra. Não quero ser famosa, nem ser a "dona" da moral e dos bons costumes", apenas quero exercer a liberdade de ser e de pensar por eu mesma. O mundo já está cheio de mentiras, de hipocrisia, e eu sei que eu não vou fazer muita diferença nele, sendo o oposto disso; no entanto, sei que à muitos incomodarei por soar uma filosofia fora de moda, e na "contra-mão" do que é considerado comum. Mas eu não vivo despropositadamente, e não incomodo-me com os "achismos alheios". Acredito que o mundo tende à piorar se viver condicionado ao idealismo ridículo das pessoas perfeitas. Sábia frase de Fernando Pessoa, que na minha opinião, é uma citação mais que coerente: "Adoramos a perfeição, porque não a podemos ter; repugna-la-íamos, se a tivéssemos. O perfeito é desumano, porque o humano é imperfeito." As pessoas não são felizes porque submetem-se à não ser elas mesmas, e o que resta é o vazio de não ser o que muitos propõem, ou dizem ser o correto. Quando acordaremos desse mundo ilusório, longínquo de nós mesmos?


[Naná]







6 comentários:

  1. Olá, tudo bem?

    Estava aqui vendo o seu blog e lendo algumas coisas e pensando sobre a realidade de muitas pessoas que conheço, e isso me fez lembrar de uma texto chamado "Do coração de uma mulher" (da escritora Lucilene Machado), que fala dos artificios sedutores que muitos inventam para si mesmo afim de passar "um ar superior de quem sabe lidar bem com a vida", que fala daqueles que gostam de citar um monte frases filósoficas "só para impressionar e passar a ilusão de intelectual", que fala daqueles que se acham especiais, bonzinhos, policamente corretos, humildes etc, só porque (aparentimente) acreditam em alguns "valores" (feitos, produzidos e ensinados a um monte de leigos), enfim, que fala daqueles que usam mascaras - mesmo sem saber. o texto é bem interessante dá uma lida...

    "Do coração de uma mulher"

    "Pensando bem, não sou essa mulher fatal que você pensa que eu sou.
    Aquelas histórias de sedução foram todas inventadas e esse ar superior, de quem sabe lidar com a vida, é apenas autodefesa.
    Aquelas frases filosóficas, foram só prá te impressionar,
    prá te passar essa ilusão de intelectual ...
    Na verdade eu ainda nem sei se acredito nos valores que me ensinaram, quanto mais em frases feitas e opiniões formadas!
    Senta aí, vai! Deixa eu tirar os sapatos, desmanchar o penteado, retirar a maquiagem ...
    Quero te mostrar que assim de perto não sou tão bonita quanto pareço, por isso uso todos esses artifícios.
    É que no fundo tenho um medo terrível de que você me ache feia,
    de que você encontre em mim uma série de imperfeições.
    Sabe, não quero mais usar essa máscara de mulher inatingível,
    de mulher forte com punhos de aço ...
    No íntimo me sinto uma pequena ave indefesa, leve demais para enfrentar o vento e que deseja ficar no aconchego do ninho e ser mimada até adormecer.
    Olha pra mim, às vezes minha intimidade não tem brilho nenhum
    e você terá que me amar muito para suportar essas minhas impotências.
    Deixa eu tirar o casaco, tirar o cansaço... essa jornada dupla me deixa tão carente ...
    A convicção de independência afetiva? É tudo baléla!
    Eu queria mesmo era dividir a cama, a mesa, o banho ...
    Queria dividir os sentimentos, os sonhos, as ilusões ...
    Um pedaço de torta, uma xícara de café, algum segredo ...
    Ah, eu tenho andado por aí, tenho sido tantas mulheres que não sou!
    Quantas vezes me inventei e até me convenci da minha identidade.
    Administrei minha liberdade.
    Tomei aviões, tomei whisky... troquei a lâmpada, abri sozinha o zíper do vestido ...
    Decidi o meu destino com tanta segurança ...
    Mas não previ que na linha da minha vida estivesse demarcada uma paixão inesperada.
    Agora, cá estou eu, vinte e poucos anos e toda atrapalhada,
    tentando um cruzar de pernas diferente, um olhar mais grave, um molhar de lábios sensual ...
    Mas não sei direito o que fazer para agradar.
    Confesso que isso me cansa um pouco.
    Queria mesmo era falar de todos os meus medos, "dos seus medos?" você diria, como se eu nunca tivesse temido nada.
    Queria lhe falar das minhas marcas de infância, dos animais que tive,
    do meu primeiro dia de aula ...
    Queria falar dessas coisas mais elementares, e lhe levar à casa da minha mãe, lhe mostrar meu álbum de retrato ( eu, me equilibrando nos primeiros passos ),
    Ah, queria lhe mostrar minha primeira bicicleta, com truques. Ela ainda existe!
    Queria lhe mostrar as árvores que eu plantei (como elas cresceram!)
    e todas essas coisas que são tão importantes pra mim e tão insignificantes aos outros.
    Ah, você queria falar alguma coisa?
    Está bem! Antes, só mais uma coisinha:
    Estou morrendo de medo que você saia desta cena antes de mim,
    que você saia, à francesa, desta história e eu tenha que recolocar minha máscara e me reinventar, outra vez!" (Autoria: Lucilene Machado)

    As vezes eu me pergunto: o porque isso acontece? quais são as razões para alguêm fazer isso? sera que a vida é demasiada assustadora para algumas pessoas?...

    Parabens pelo blog! abraços "Naná" rsrs!!

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  2. a proposito, muito prazer em conhece-la!!! :)

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  3. Olá Verônica. Estou bem, obrigada. Espero que tu esteja também!
    Obrigada pela visita e pelo comentário. Seja sempre bem-vinda por aqui.
    O texto da Lucilene é magnífico, eu ainda não conhecia. Me emocionei ao ler.

    Sinta-se à vontade quando quiser comentar meus textos.
    Não sou nenhuma escritora, mas gosto de escrever. Todas as minhas palavras têm o sabor da minha alma, embora alma não se descreva... rs

    Bjos!

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  4. Este comentário foi removido pelo autor.

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  5. Um (outro) elemento muito recente que vem ocorrendo no pós-guerra diz respeito ao "discurso competente" (Expressão da filosofa Marilena Chauí) que fala dessa coisa que é o fato de que, cada vez mais, em cada dimensão da nossa existência, parece haver um discurso competente. O que é isso? “É um discurso técnico para qual existem profissionais especializado que dizem respeito, a saber, mais sobre as coisas da vida e sobre nossa vida do que nós mesmos - isso vai faz com que algumas pessoas digam” é claro, se eu estou deprimido ou outra coisa, um psiquiatra ou psicólogo vai entender melhor as coisa do que eu". Por exemplo? Existem indivíduos que consultam personal para dizer como você deve se vestir de acordo com a sua própria personalidade - porque você não sabe qual é a roupa certa que deveria usar. Existem profissionais que diz qual é o tipo de musica você gosta escutar de acordo com o seu perfil psicológico. Há Profissionais que falam como é que você faz para ficar melhor no casamento, no sexo, no trabalho, etc...

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  6. lembro-me aqui agora de ter conhecido uma moça casada que chegou pra mim certo dia dizendo "olha estou muito contente porque meu marido e eu fomos para um curso de mães” - é compreensível, tem muita coisa que algumas mães precisam aprender que não sabem -, mas o que chamou a atenção é que ela estava muito feliz e muito mais segura de si porque ela tinha uma aula de "como trocar fralda", analisando seu discurso depois falei "mas vem cá, me diga, o que você aprendeu?”“, assim ela me contou três coisas "você pega a fralda, faz assim, e assim, coloca na criança e...". o que impressionante nesse caso foi perceber a dependência psicológica dessa moça - que não era uma pessoa inculta - que se assegurou de um discurso técnico pra dizer como que você troca a fralda. isso é um fenômeno freqüente, o de achar que existe alguém que sabe mais do que nós mesmos sobre as coisas da vida, e as coisas banais da vida. o que falar também da Auto-ajuda? ela é outro fenômeno desse tempo, você não tinha auto-ajuda nos anos 30. Parece que existe uma explosão pela demanda da auto-ajuda, pois a gente não sabe como viver a vida, não consegue decidir as coisas, assim ficamos caçando pessoas que dão mostras que se deu bem...

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